Banimento ocorre para todas as escolas, públicas e privadas, da educação infantil ao ensino médio; veja todos os detalhes
A Comissão de Educação da Câmara aprovou recentemente, em votação simbólica, o banimento dos celulares das escolas. Fica proibido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis durante a aula, durante o recreio ou intervalos entre as aulas para “todas as etapas da educação básica”. Entenda abaixo detalhes do projeto.
O celular foi proibido para todas as escolas?
Sim. A lei vale para todas as escolas, públicas e privadas, e também para todas as idades. Isso significa que estudantes da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio não poderão utilizar celulares no espaço escolar.
Pode levar o aparelho para a escola?
O texto aprovado proíbe que crianças da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) levem o aparelho para a escola. Os alunos dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e do ensino médio podem levar, mas os celulares terão de ficar guardados.
O celular vai poder ser usado na hora do intervalo?
Não. A lei proíbe o uso dentro de sala e também durante o recreio ou nos intervalos entre as aulas para todas as etapas da educação básica.
Quando a proibição começa a valer?
O Projeto de Lei foi aprovado pela Comissão de Educação da Câmara e ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da própria Câmara e depois ir para o Senado. Como há certo consenso em relação ao tema, a expectativa é que toda a aprovação ocorra ainda em 2024 e o ano letivo de 2025 comece com a proibição em vigor
Professores que quiserem realizar atividades pedagógicas com os alunos usando celular estão proibidos?
Não. O uso de aparelhos eletrônicos é permitido para fins pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação.
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Crianças com deficiência que utilizam esses aparelhos para acessibilidade perderão esse recurso?
Não. A lei também libera a utilização para fins de acessibilidade, inclusão e condições de saúde tanto em sala de aula quanto fora dela.
Há alguma punição para o aluno que desrespeitar a regra?
A lei não determina punições. Cabe às escolas decidir a melhor maneira de mediar a proibição.
Algo ponto pode ser alterado ainda até a aprovação?
Sim. Tanto deputados da CCJ quanto os senadores poderão fazer alguma alteração. No entanto o projeto foi amplamente aceito na Comissão de Educação e não deve passar por resistências, nem por alterações profundas. O ponto que pode ter algum debate é a proibição de que crianças da educação infantil e do ensino fundamental levem os aparelhos para a escola.
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Os tablets estão proibidos?
A lei fala em proibição de “aparelhos eletrônicos portáteis pessoais, inclusive telefones celulares”, mas não especifica o uso de tablets. De acordo com o relator, Diego Garcia (Republicanos), o aparelho está proibido também.
Apoio popular
A proibição é apoiada por oito a cada dez brasileiros, para quem menores só deveriam ter celulares a partir dos 13 anos, segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro.
O tema estava adormecido no Legislativo desde o ano passado e foi resgatado pelo ministro Camilo Santana, em setembro, quando ele anunciou a formulação de um Projeto de Lei para a proibição de celulares nas escolas. A partir daí, os integrantes da comissão aceleraram as negociações do texto, sem a participação do MEC.
De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) de 2022, 45% dos estudantes brasileiros relataram que se distraem ao utilizar aparelhos eletrônicos em todas ou na maioria das aulas de matemática. O percentual está 15 pontos acima da média observada nas nações da OCDE.
Restrições similares também já foram adotadas por países como França, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Canada, Suíça, Portugal e México. O movimento global é potencializado por um relatório da Unesco que pediu, em junho, a proibição dos celulares nas escolas. No Brasil, ela tem amplo apoio de professores e profissionais da educação e também foi defendida por deputados governistas e da oposição.
Fonte Agência Brasil
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Roger Campos