Localizada no Largo Santa Cecília, s/n – bairro Santa Cecilia, São Paulo – SP, a Igreja Matriz de Santa Cecília, que pertence a Região Episcopal da Sé, tem uma importância histórica para os paulistanos e uma beleza que realmente chama a atenção. Três Pontas é a Terra da Música e da Fé, além do café, claro. Por isso o Conexão Três Pontas esteve na última quinta-feira (10), dia de Adoração do Santíssimo Sacramento, visitando a linda igreja e registrando mais uma reportagem. Participamos de uma Santa Missa e pedimos a proteção de Santa Cecília não apenas para os nossos talentosos músicos, mas para a população como um todo e também para os nossos governantes.
Fundada em 1895, no mesmo lugar onde havia sido construída uma capela em abril de 1861. A igreja de Santa Cecília deve o seu atual edifício, ao Pe. Paulo Pedroso que chamou Benedito Calixto e Oscar Pereira da Silva para pintar os murais e as telas, adquiriu o órgão e resguardou um dos sinos da antiga Igreja da Sé que tocou nas festividades da Independência.
Em 1947 veio o Pe. Lino dos Santos Brito e em 1988 iniciou o trabalho do Pe. Alfredo Nascimento Lima, que restaurou toda a Igreja, criou mais horários de missas, e atende diariamente a comunidade e os fiéis. A Paróquia foi um dos santuários jubilares no ano de 2000. Em 22 de novembro comemora-se o Dia de Santa Cecília, Padroeira dos Músicos.
QUEM É SANTA CECÍLIA?
Cecília, entre as mais populares virgens de Roma, é apresentada como virgo clarissima e ao mesmo tempo como esposa do jovem Valeriano. A Paixão, posterior ao século V, pouco confiável do ponto de vista histórico, estende-se nos particulares para esclarecer a aparente contradição: virgem esposa.
Na noite de núpcias, Cecília confidenciou ao esposo haver consagrado a própria virgindade a Deus, e acrescentou: “Nenhuma mão profana pode tocar-me porque um anjo me protege”. Convidou-o então a seguir seu exemplo, fazendo antes de tudo com que se batizasse.
O contrariado esposo não protestou. E na manhã seguinte dirigiu-se à via Ápia, onde o papa Urbano estava escondido entre os monumentos funerários. Instruído e batizado, voltou depois para a jovem esposa e um anjo colocou em sua cabeça uma coroa de rosas e lírios.
O irmão de Valeriano, Tibúrcio, seguiu seu exemplo, e ambos se consagraram à piedosa obra de sepultar os mártires cristãos. Foram logo presos, processados e condenados à decapitação a quatro milhas fora de Roma. Pelo caminho os dois irmãos conseguiram converter o prefeito Máximo, que colheu com eles a palma do martírio.
Cecília depôs seus corpos em um sarcófago, depois lhe coube dar a Cristo o extremo testemunho. Condenada à fogueira, saiu ilesa do suplício. Passou-se então à decapitação, mas a espada do verdugo não conseguiu cortar-lhe a cabeça. Cecília esperou assim por três dias a visita do papa Urbano e por todo aquele tempo continuou a professar a sua fé ao Deus Uno e Trino, com os dedos da mão, pois não podia proferir uma palavra. Nesta atitude foi esculpida por Maderno a sua célebre estátua.
Antes de morrer, encontrou um modo de encarregar o papa da distribuição de seus bens aos pobres, pedindo-lhe que transformasse sua casa em igreja. Aqui termina a Paixão. A história averiguou a existência dos mártires Valeriano e Tibúrcio, se bem que seja difícil estabelecer uma relação entre eles e santa Cecília.
O patrocínio da mártir romana à música sacra deveu-se a uma simples frase que se lê na Paixão, segundo a qual a jovem esposa, no dia das núpcias, “enquanto os órgãos tocavam, cantava em seu coração tão-só para o Senhor”. Aceita-se que suas relíquias, originariamente guardadas nas catacumbas de São Calisto, ao lado da Cripta dos Papas, tenham sido transferidas pelo papa Pascoal I (817-824) para a basílica do Trastévere, a ela dedicada.