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  • MOVIMENTO – Nilson Lattari

    MOVIMENTO – Nilson Lattari

    O peixe dourado evolui no fundo do aquário, percorrendo suas léguas submarinas, indiferente ao olhar lacrimoso daquele que o vê e que navega no sal aquoso que rola pela face. Quantas vezes ouvimos dizer que é relaxante mirar um peixe encarcerado evoluindo entre quatro paredes de vidro. E o peixe sente a mesma coisa?

    O movimento das águas não relaxa o observador. É apenas um olhar sem sentido mirando o sem sentido do movimento do peixe encarcerado dentro do aquário

    Se fosse um pássaro cantaria, e da sua tristeza sentiríamos o conforto nos ouvidos na mente do seu tirano. Que movimento é esse que transmite tranquilidade e calma vindos de uma prisão? Do sentido de prisão que um desafortunado sente quando mira os quatro espelhos de um cárcere?

    Imaginamos o mundo sendo a prisão envolta em uma bola azul que gira no firmamento, por sua vez prisioneira de uma luz brilhante que a sustenta e que pode lhe fulminar quando queira, ou quando o seu ciclo de vida findar. O que restará de tudo isso? Talvez um observador distante, diante de espelhos de vidro que aumentam e diminuem as distâncias, anotando em um papel cheio de rabiscos aquele fenômeno que se extingue dentro de um aquário escuro e fascinante.

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    Que movimento nos leva adiante, senão a observar as gaiolas douradas e aquários iluminados dos entes a caminharem na rua, indo e voltando de sua casa ao trabalho, como se fossem pássaros que se recolhem ao ninho e peixes a rodear as mesmas paragens?

    Miramos prisioneiros para nos distrair, de dentro de prisões de cimento e estantes. Tudo se move no mundo, e todo movimento é indiferente ao que sentimos. Talvez haja um sentido entre essas prisões de metal, vidro e cimento, construídos para o lazer de alguns e fontes de tristeza para outros.

    O peixe continua sua caminhada de um lado a outro tentando encontrar uma saída para um lugar que ele nem imagina que exista. O pássaro não interrompe seu canto, supostamente alegre, mas de desencanto, buscando ajuda externa para encontrar, novamente, o ar livre e infinito. Enquanto o peixe nem imagina que, depois disso, seu lugar jaz distante dali e nunca será alcançado e nem o pássaro verá o final do horizonte.

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    O olhar que se perde na evolução do peixe vermelho dourado, os ouvidos que ouvem a canção de tristeza e socorro se encontram na prisão de sentido, porque o homem sabe que na sua mente fabrica aqueles movimentos. E também sabe que não existe um mais além. O que une os prisioneiros é a imaginação e a esperança.

    Elas vagam longe do corpo, imprimindo um movimento ausente na mente. Mas também encontram paredes de vidro e grades resistentes, porque existe o medo de imaginar mais do que isso, e concluir que o movimento que fazemos não está muito longe do nado do peixe e do canto do pássaro.

    Nilson Lattari

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  • AMORES PLATÔNICOS Por Nilson Lattari

    AMORES PLATÔNICOS Por Nilson Lattari

    O amor platônico tem mais a ver com o trabalho da imaginação do que com a contemplação de um amante ou uma amante. Esse amor concebe o desejo por alguma coisa, seja por um objetivo físico ou não. É como planejar para conseguir um objeto de desejo que está distante, mas pode ser vivido dentro da nossa imaginação. Podemos criar um universo em particular onde todas as coisas boas acontecerão, e imaginamos um final feliz para nós.

    Para os platônicos, observar um amor que sente por alguém, vê-lo passar diante da porta, conversar no ambiente escolar ou no trabalho ou, simplesmente, alguém que está sempre no ônibus, naquele mesmo horário e lugar é uma contemplação que preenche um vazio na existência. Imaginam aproximar-se e conversar com ele ou ela e esse amor presumido responderá com as respostas que se espera ouvir.

    Isto em um mundo real, onde vemos alguém passar e podemos sentir seu perfume, ouvir sua voz e vê-lo naquele mesmo compromisso imaginário em nossa mente.

    Como seria o amor platônico em um mundo virtual?

    De repente, encontramos alguém na rua, descobrimos seu nome e o que faz e vamos até as redes sociais para investigar sobre aquele amor. Vivenciamos seus sorrisos, descobrimos seus hábitos, onde trabalha, do que gosta, sem nem mesmo ouvir, de viva voz, todos os seus projetos de vida.

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    O amor platônico passa a ser um voyeurismo, alguém que espreita o outro com um simples digitar e clicar de um mouse. O cursor se move e acaricia aquele rosto como se ele pudesse responder. Nesse amor platônico, podemos nos disfarçar em alguém que se aproxima, pergunta, mesmo que ele esteja, fisicamente, a quilômetros de distância.

    Nesse amor platônico virtual, podemos nos comunicar na velocidade instantânea da internet, escondido atrás de uma tela de computador, onde podemos ser o que quisermos. Ao contrário de, na vida real, sermos aquilo que somos de verdade, sem mentiras, submetido ao escrutínio das críticas e das ironias.

    O mundo platônico virtual é o mundo dos tímidos, dos avessos aos arroubos das aventuras amorosas. Nele, os tímidos ganham vida e se tornam tudo aquilo que não são e se transformam naquilo que o objeto de desejo quer.

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    Nesse caso, a imaginação é que invade o espaço do outro, criando nele a curiosidade de conhecer alguém que, supostamente, seja tudo aquilo que se quer.

    Platão emprestou seu nome, e os homens o transformaram em um fetiche muito além da imaginação.

    Um certo platonismo é um tipo de covardia e de pouca autoestima. E o mundo virtual criou uma série de aventureiros escondidos em suas cadeiras e telas de computador. No mundo virtual, despertamos todos que se quedam escondidos. E mostram todo o encantamento dos contos de fadas, girando em um mundo imaginário.

    O amor platônico se realiza no mundo real pela fuga, e no mundo virtual por uma falsa coragem.

     Nilson Lattari é Escritor

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  • CABELOS BRANCOS E ISOLAMENTO por Nilson Lattari

    CABELOS BRANCOS E ISOLAMENTO por Nilson Lattari

    Um fato que tem chamado minha atenção, pesquisando na internet sobre algo relevante, são as fotos de famosas ou influencers permitindo que os seus cabelos brancos apareçam. As mulheres, no caso, mostram as suas fotos desglamourizadas, e sujeitas às críticas dos fãs, alguns inconformados diante da descoberta e também dos elogios de outros. Uma divisão de opiniões.

    Os cabelos brancos femininos sempre foram sujeitos a preconceitos. Uma atriz disse uma vez que as mulheres não envelhecem tornam-se louras. Ou seja, as mulheres de uma maneira ou de outra são obrigadas a esconder seus cabelos brancos, ao contrário dos homens que tendem a ser, até, valorizados.

    Essa relação capilar feminina é curiosa, também, com a questão sobre o comprimento dos cabelos, que vão encurtando à medida que as mulheres vão amadurecendo. É uma questão de moda, é uma questão cultural, e, qualquer que seja, é uma relação injusta. É uma forma de não permitir que uma pessoa seja o que realmente deseje.

    O isolamento nos trouxe para um novo normal, que na verdade é um normal normal, porém não aceito por conta de convenções.

    As mulheres em isolamento, comportando-se dessa forma, seja por necessidade ou não, mostram que precisamos estabelecer um novo rumo nesses quesitos.

    No filme “O diabo veste Prada”, a atriz Merryl Streep vive um personagem com cabelos brancos finamente cortados e com um brilho belíssimo. Não entendo de cabelos para admitir que todas poderiam tê-lo, mas eu achei muito bonito. E também pensei por que não as mulheres se cuidarem daquela forma? Caberia aos profissionais de beleza estudarem melhor o assunto ou a sociedade aceitar o novo comportamento.

    De todo modo, o novo normal talvez traga novas formas de convívios, apesar de não ter muitas esperanças, porque na primeira chance de relaxamento do isolamento as pessoas correram para fazer as mesmas coisas de sempre: filas nos shoppings, festas e reuniões em bares.

    Alguma coisa deveria mudar nisso tudo, afinal uma crise dessas deveria trazer mudanças, e quem sabe uma delas fosse uma mulher vendo-se bela à medida que amadurece e que tenda a ser valorizada por isso, com cabelos brancos.

    Esperanças são sempre bem-vindas, novos jeitos de atuar no mundo também. As cabeças devem mudar na forma de pensar, externa e/ou internamente. Vamos descobrir que as mulheres ao natural serão sempre bonitas e desejáveis. Os padrões de beleza servem de encobrimento, e até de mentiras, e fake news, por que não?

    Que as mulheres venham com toda a força que possuem para mudar esse mundo, e não ficarem se guardando para agradar a outros e outras (será isso?). Poderiam argumentar que as mulheres se comportam assim para agradar a si mesmas. Porém, como é possível agradar a si mesmas quando obedecem a uma norma de comportamento que ninguém sabe quem estabeleceu? As mulheres? Acho que não.

    A moda determina a vida ou a vida determina a moda?

     Nilson Lattari é Escritor

     

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  • OS SONHOS, ESSES SONHOS Por NILSON LATTARI

    OS SONHOS, ESSES SONHOS Por NILSON LATTARI

    O que a violeta sonha? Esse pensamento me passou quando estava na janela do meu quarto e, na varanda em frente, uma violeta oscilava no vento, debruçada do seu vaso de cerâmica, finamente decorado com motivos marajoaras, com seus desenhos negros realçados.

    Não sei se pensava no que a violeta sonha ou os sonhos que embalavam a ilustre proprietária daquele arranjo de flores: minha vizinha. Na verdade, pensava nela, e olhando a violeta, levemente iluminada pela luz branda que vinha da sala, pensava quantas vezes as suas mãos a tocara, quando a regara pela última vez, sua ida até a uma bica trazendo o líquido em qualquer recipiente e despejando na terra seca.

    Meu cigarro expandiu uma brasa, iluminando o meu rosto, ardente sob a forte aspiração de ar dos meus pulmões. Minha vizinha, por diversas vezes, em conversas informais no elevador, deu a entender sua repulsa aos fumantes. Eu, cinicamente, neguei tal vício. Pelo seu olhar deduziria que eu era um mentiroso? Escondi as mãos rapidamente com medo que ela identificasse algum sinal amarelo nos dedos. Falei baixo, um pouco na direção do chão para que não sentisse algum cheiro; fiquei com raiva de mim mesmo.

    Mas eu adorava flores! Sempre gostei. Minha vizinha nunca a vi na varanda. Minto. Algumas vezes eu a vi e elogiei sua violeta. Contou-me toda a história, de que fora um presente dado por um parente (receei ter sido de um namorado; homens dão vasos de flores de presente? Pensei).

    Minha varanda ficava do outro lado e a janela do seu quarto ficava ao lado de algum sortudo. Gostava de ficar ali admirando a violeta vizinha, na esperança de que a sua dona viesse visitá-la. Dei sorte, algumas vezes, e entabulávamos uma conversa qualquer e escondia rapidamente o cigarro.

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    É fácil perceber que eu tinha uma queda por ela. Era bonita, bem bonita. Motivo de alguns comentários nas reuniões de condomínio, principalmente do Bonilha que morava no primeiro andar. Quando nos encontrávamos, os três, no elevador, o Bonilha, um chato, logo era defenestrado no primeiro andar. Algumas vezes ele fazia uma tentativa de me visitar, um pretexto qualquer, e eu sabia o porquê, me fazia de desentendido, o que muito o desgostava, e fazia a Luciana, esse é o nome dela, dar boas risadas depois.

    O que sonha Luciana quando dorme? O mesmo que a violeta, toda linda, perfeita, dançando ao sabor do vento na sacada, com uma pele aveludada que muitas vezes me fez a tentativa de acariciá-la, pensando na maciez da sua pétala, a mesma maciez da pele de Luciana?

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    A última vez que subimos no elevador ela me disse admirada que havia uma varanda coalhada de flores, e de quem seria? Eu disse para Luciana que era a minha. Ela, admirada, manifestou o desejo de conhecê-la.

    Eu, rapidamente a convidei, mas pedi alguns instantes, e ela riu, jogando o seu rosto de vastos cabelos para trás. Ela conheceu minha varanda, se apaixonou pelas minhas plantas, enquanto eu procurei ao máximo disfarçar o meu cheiro de cigarro. Luciana passou a noite em minha casa e eu agora estou na janela do meu quarto enquanto ela dorme em minha cama. Na janela, eu olho para a violeta na sua varanda e fico pensando o que as violetas sonham quando sua dona está ausente?

     Nilson Lattari é Escritor

     

     

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    Roger Campos

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  • ONDE ESTÁ O DIFERENTE? – Nilson Lattari

    ONDE ESTÁ O DIFERENTE? – Nilson Lattari

    Há bem poucos anos, pessoas viajavam pelo mundo e traziam, de outros lugares, amuletos, quadros, lembranças que lhes atraíam pelo exotismo e pelo que não sabiam da existência. E não era com surpresa e admiração que para aqueles a quem elas exibiam a comprovação das suas viagens, os objetos, as fotos, as imagens de outros povos mais do que acentuavam a curiosidade, a vontade de conhecer e principalmente entrar em contato com o diferente. E o que era ou é o diferente? O que você imaginava ou imagina, aquilo com quem você entrava ou entra em contato e surpreende. Mas, como é hoje o ser diferente?

    Com a rapidez das comunicações, principalmente a rede de computadores, a língua, barreira para o conhecimento das diferenças e dos porquês, tende a desmoronar. O Google Tradutor, a língua oficial do mundo, aproxima povos, e mostra que o diferente não é o diferencial da humanidade, mas cada vez mais o outro em sua plenitude de igualdade. Ser igual não é ter a mesma identidade, e ser diferente não deve implicar em existir a superioridade sobre uma suposta inferioridade.

    A internet estabelece, como o instrumento moderno de aproximação dos homens, o canal da identidade, da procura pelo diferente. Com o mundo globalizado as diferenças diminuem com os povos adotando formas de comportamento de outros, criando células comportamentais em culturas diferentes, como, por exemplo, membros de uma comunidade que resolvem adotar uma religião oriental, mesmo que a maioria seja cristã. Comportamentos alimentares, estranhos em uma comunidade, como vegetarianos, veganos e outros. O que é ser diferente, no mundo de hoje, se a procura do ser humano pelo diferente se extingue com a aproximação entre os povos?

    Ele talvez esteja no oculto. Naquilo que não podemos tocar, cheirar, ver, ouvir. Está no imaginário, está na crença de que existe algo mais, além dos nossos sentidos normais de perceber o então diferente no fazer humano, como o objeto, o perfume, a essência, o visual não conformado com os nossos hábitos, com a música, o instrumento de composição além dos nossos sons do dia a dia.

    Em um mundo tão supostamente em busca da igualdade, onde os indianos em suas vestes tradicionais se misturam aos jeans ocidentais, e os paladares exóticos do oriente se ambientam em nossas mesas, a busca do diferente continua, dessa vez naquilo que a ciência não consegue explicar, mas que não deve ser cega diante da falta de religião, ou da religião que paralisa porque se recusa a aceitar que tudo aquilo que a ciência pode explicar é factível de existir, como já disse Albert Einstein.

    Com o tempo, e o crescimento dos sentimentos de hostilidade entre classes, o diferente passou a estar nos portadores daqueles que acreditam na igualdade, fraternidade; o diferente passou a ser o que procura ser igual

     Nilson Lattari é Escritor

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  • SOMOS TÃO JOVENS por Nilson Lattari

    SOMOS TÃO JOVENS por Nilson Lattari

    Somos tão jovens quando lembramos o tempo que passou, em contradição com Renato Russo. Somos tão jovens quando lembramos nas conversas de que na nossa época tudo era melhor, mais respeitosa, as pessoas se gostavam mais, o mundo era mais seguro. Estamos certos em fazer estas afirmações ou apenas repetimos nossos pais, que nos respondiam da mesma forma quando queriam fazer alguma crítica sobre os nossos estilos de vida?

    Somos tão jovens, mas, ao mesmo tempo, somos tão nossos pais, repetimos romanticamente o que, porventura, não era tão seguro e romântico assim. Jovens são aqueles que procuram o discurso novo, procuram a sua identidade no mundo, buscando o novo, quando o novo nada mais é que uma pequena mudança no antigo, mas de amplo significado.

    O novo nos assusta, como quando ele parte dos jovens que se lançavam pelos shoppings a praticar um rolezinho. São jovens na crítica, na busca da sua identidade? Que identidade é essa que passeia pelos centros de consumo?

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    Inseguros em um mundo cada vez mais inseguro, esquecemos que, jovens, usamos camisetas vermelhas, lambretas, depois o rock e os cabelos longos a passear pelas cabeças de jovens, ditos transviados, juventude rebelde, rebeldia em massa, amor livre, etc, hoje cortes com desenhos nas cabeças, danças sensuais, bebedeiras.

    Nunca fomos tão jovens, refundados nas clínicas de estéticas, sob os bisturis dos médicos, com promessas mirabolantes de um retorno a um mundo passado e perdido no tempo. Temos o nosso próprio tempo, por isso dissemos: “no meu tempo, na minha época tudo era diferente”. Como diferentes eram as épocas dos nossos pais, que repetiam esse mesmo discurso, quando queriam demonstrar alguma lição, lição para jovens com cabeças vazias de velhos discursos, e prontos a aceitar as novas ideias, ideias que cada um, nas suas juventudes, vão criando e recriando.

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    Todos os dias relembramos o tempo que passou, que não retorna, apenas devemos ser jovens para curtir e usar o tempo que está por vir, com as

    mudanças, nem sempre tão novas, algumas carregadas de velhos discursos como nossos pais.

    Vivemos, hoje, um paradoxo, quando ouvimos jovens, bem jovens, repetindo sem pensar as coisas velhas que tentamos esquecer, como se fosse moda falar coisas velhas achando que estão a avançar.

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  • E SE CAPITU FALASSE? Traiu ou não traiu? Uma pergunta ou um fetiche? Por Nilson Lattari

    E SE CAPITU FALASSE? Traiu ou não traiu? Uma pergunta ou um fetiche? Por Nilson Lattari

    Nossos feeds de notícias, frequentemente, publicam um feminicídio no país. Homens assassinam suas ex-mulheres, basicamente, para livrar-se de alguém que “atrapalha” as suas felicidades ou então para “atrapalhar” a vida de alguém que quer seguir a sua. Nesse sentido, podemos dizer que felicidade é uma palavra com vários motivos. Todos têm o direito de seguir suas vidas, desde que não atrapalhem a vida do outro.

    Por que Capitu, a personagem de Dom Casmurro, de Machado de Assis, entra nessa história?

    Bem. Desde os tempos do colégio, ao estudar literatura, até entrar na universidade, a pergunta sempre corriqueira e mundana era, ou é: Capitu traiu ou não traiu Bentinho, o personagem que se tornou Dom Casmurro, sozinho, pensando e debatendo dentro de si se Ezequiel era o seu filho e não de Escobar, seu dileto amigo?

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    Hoje, penso que sempre houve uma interpretação, a partir do olhar do parceiro ciumento, do casal que somente engravidou quando os casais amigos, no caso Escobar e sua mulher, passaram a conviver com assiduidade.

    Afinal, Capitu traiu ou não traiu? Existe pergunta mais machista do que essa? A pergunta não seria uma forma de sapatear sobre o corpo ou a imagem de uma mulher, estrategicamente afastada pelo autor, em algum lugar distante, sem direito de defesa?

    Uma mulher sendo colocada no palco da suspeição, abandonada no exterior para viver sozinha até sua morte. Caberia perguntar ao nosso nobre Machado, por que não perguntou à própria se cometeu o adultério ou não? Machado praticou um feminicídio, sem direito de defesa?

    Claro, o autor coloca a questão de Bentinho não ter conseguido engravidá-la até que os casais amigos se visitassem. E a pulga se postou atrás das orelhas de quem se diverte em fazer essa pergunta ao distinto público, como uma arte de zombar da suposta arte da mulher saber esconder seus crimes.

    Capitu foi morta sem o mesmo direito de defesa com que se cometem feminicídios pelo país. No fundo, não seria uma arte de expor machismos, baseados na desconfiança ou na falta de confiança dos homens em si mesmos? Bentinho via no rosto de seu filho os traços da traição. Via? Ou imaginava o que via, como uma forma de vingar-se da sua falta de maturidade.

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    Muitos homens descontam nas mulheres suas fraquezas. Os que são fortes sofrem porque não tomam nenhuma atitude extremada, apenas aceitam o que o destino lhes impôs

    e tentam retomar suas vidas; e que chorar um pouco não faz mal a ninguém. Os fracos? Bem, praticam suas fraquezas.

    Por que uma mulher não pode ficar com um homem e amá-lo, apesar de suas fraquezas, e por que um homem não liberta uma mulher, se deseja se mostrar forte para outras, já que para uma mulher única não acha suficiente?

    Capitu, uma mulher independente e determinada, que usou todas as artimanhas que sabia para livrar Bentinho de se tornar padre, conforme o desejo da mãe dele, por que usaria alguma coisa assim, uma forma de trair a quem sempre quis bem, justamente com seu amigo que usou um argumento para, também, ajudar a livrar Bentinho do sacrifício?

    A pergunta deveria mudar: Não seria se Capitu traiu ou não? Mas, afinal que homem era esse Bentinho, que foi ajudado por muitos e começou a ver fantasmas?

    Quem ama não mata? Bentinho, realmente, amava Capitu?

    Com a palavra, Capitu.

     Nilson Lattari é Escritor

     

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  • PESADELOS E SONHOS por Nilson Lattari

    PESADELOS E SONHOS por Nilson Lattari

    E então acordamos suando frio, com aquela sensação de que ainda estamos voltando à realidade, lembrando de algo que aconteceu mas não está mais ali.

    Pesadelos têm vida curta e nos assustam, deixam um pressentimento, uma sensação de aviso, uma premonição. Sonhos maravilhosos também, na mesma medida nos encantam, nos embalam, e a sensação de que ele poderia ser realidade é um desejo que fica perdurando ao longo do dia.

    Assim como nos sonhos não podemos continuar vivendo, nos pesadelos a nossa presença não é desejada. O mundo real e o mundo irreal são assim, construídos de pesadelos e sonhos.

    Nos dividimos também entre esses dois mundos, dividimos assim nossos desejos de viver pesadelos e sonhos, e desejamos pesadelos e sonhos para outros.

    Sonhamos acordados e temos pesadelos também. Quando reconstruímos nosso passado, tentando inventar uma história possível, imaginando que trilhar aquele outro caminho tornaria nossa vida mais feliz; isso é um sonho, e pesadelo é tentar viver eternamente pensando que tudo poderia ser diferente, refugiado em um mundo de sombras.

    É mais fácil se refugiar no sonho do que no pesadelo. Mas o que há de aprendizado nos dois?

    Nos sonhos aprendemos que a vida é fácil, e ela funciona de acordo com nossos pensamentos e desejos. O pesadelo é a dureza da realidade, difícil concertar as coisas de modo que funcionem ao nosso gosto.

    Temos o gosto pelo sonho e também pelo pesadelo. E eles até combinam, quando o nosso sonho é causar o pesadelo em alguém. E nada como o pesadelo para estragar os projetos de alguém. O sonho é de cada um de nós, e o pesadelo também. Cada um de nós constrói a ponte entre eles e entre todos.

    Essa ponte tem o nome de solidariedade. Não existe pesadelo maior do que ver e não ter, não poder. Não ter é o pior pesadelo, a barreira para o sonho de todos. Há aqueles que são tão ricos que podem sonhar, mas os sonhos são pequenos, quando o que se tem é tanto que dá para conseguir quase tudo, e o medo de perder é um pesadelo. E há outros que são tão pobres que têm somente os sonhos. Trabalhar por eles é um pesadelo. Portanto, o pesadelo também é luta, e somente o sonho como objetivo torna essa caminhada mais leve.

    Para alguns, o caminho das pedras tem atalhos conhecidos, preparados por outros, instruídos por outros, e para o restante a caminhada é dura, desconhecida, e ficará marcada pelas lembranças.

    Quando sonhamos ou temos pesadelos temos lembranças, boas e ruins. São essas lembranças que unem os dois pontos. A lembrança da caminhada é que marca a personalidade no futuro. As cicatrizes são as marcas que nos avisam que no caminho sempre haverá pedras, e essas lembranças trazem a experiência. Para aqueles que não as têm a caminhada parece fácil, a ausência das quedas e a falta de cicatrizes podem tornar o caminho de retomada um pesadelo.

     Nilson Lattari é Escritor

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  • ONDE EXISTE A VIDA? – Nilson Lattari

    ONDE EXISTE A VIDA? – Nilson Lattari

    Há uma cena em um dos primeiros filmes de O Planeta dos Macacos, aquele primeiro, em que o personagem encontra no meio do deserto, da então destruída Terra, uma planta que teima em renascer. Às vezes, lembro-me da cena, quando ando pela cidade concretada e vejo uma planta tentando se erguer no meio da calçada, a despeito da passagem dos pedestres.

    Por outro lado, fui surpreendido, certa vez, com um vídeo no Youtube, em que um cego aparece tocando reggae com uma guitarra improvisada por ele, feita de uma lateral de uma lata, uma extensão com cordas esticadas. Com poucos acordes ele consegue tirar uma música audível, compreensível, acompanhada pelo embalo de sua voz.

    Vendo cenas assim, eu imagino como a criatividade humana é incrível. Outras vezes, vendo as cenas de mortandade de crianças na África, principalmente, e em outras partes do globo, nos colos de suas mães, fico a pensar que essa genética da criatividade é uma afronta aos poderosos de plantão, que se acham os donos das verdades. Olho as fotos, os vídeos e imagino que no meio daquela mortandade estaria morrendo o cientista que, no futuro, descobriria a fusão a frio ou a cura do câncer.

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    O maior patrimônio da humanidade é o próprio ser humano, a despeito de alguns terem a genética da destruição. Em tempos modernos, onde somente os consagrados são justiçados pelas pessoas, este mesmo mundo não olha com carinho para esses descobridores e inventores que morrem a céu aberto, teimosos na criatividade, a despeito das adversidades, demonstram que o que é bom vinga, o que é ruim é puro despeito e tende a morrer em breve.

    Fico pensando que a sociedade, assim como a natureza, não se defende, ela se vinga. Desprezamos a imaginação do povo, a quem damos o nome de cultura popular, como se ela fosse uma cultura à parte e não aquela que vai se transformar, no futuro, em uma nova criação cultural. É o mesmo desprezo que fazem com o Hip Hop, o Reggae e o Funk. A cultura do povo, fruto da imaginação não se defende, ela se vinga mostrando uma nova forma de cultura: ela resiste e floresce no concreto.

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    E o mesmo quando os poderosos teimam em dar ao povo pobre uma educação precária, inibindo o aparecimento de novos cientistas, até porque a genética do gênio, seja em que área for, não obedece à lógica do berço do bem-nascido, mas seria como uma metralhadora giratória que atira a esmo. Caindo no cérebro da criança pobre, que é desprezada por força da cor ou do gênero, é a sociedade se vingando do poderoso que padecerá da enfermidade que poderia ser curada se não fosse o egoísmo e o preconceito.

     Nilson Lattari é Escritor

     

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  • PÁSSAROS ENJAULADOS QUE CANTAM Por Nilson Lattari

    PÁSSAROS ENJAULADOS QUE CANTAM Por Nilson Lattari

    Repassando a internet, me deparei com uma ativista negra, Maya Angelou, exibindo um livro cujo título é “Por que eu sei o que os pássaros enjaulados cantam”. A inspiração é também reescrever sobre aquilo que outros escrevem. A leitura, mesmo rápida sobre alguns temas, tornam nossa mente afiada, procurando atalhos na conversa de outros.

    Sem ler o texto, podemos pensar sobre esse paradoxo de um pássaro enjaulado que canta, apesar da prisão em que ele está. Será que sonha? Será que pede ajuda? Será que tenta espantar seus males? O que faz um pássaro enjaulado cantar?

    O carcereiro deve pensar que dar a ele uma vida segura, alimentação na hora e adequada, retirar do pássaro a obrigação de procurar alimentos ou livrá-lo dos perigos que a vida, lá fora, pode trazer, seria o motivo, a desculpa para tê-lo preso. Para o algoz, tudo aquilo que ele faz é para o bem do outro. Por ser mais forte, ou se julgar mais esperto, ele se julga no direito de ditar as normas de vida de alguém. E, como recompensa, por que não aprisionar, também, o canto dele, como algo exclusivo seu, um pagamento pelo serviço que ele presta?

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    Com o tempo, o pássaro se ilude com a liberdade pequena que ele tem. Sua liberdade se resume em estar ali e servir, e com o tempo ele se acostuma, e por que não cantar, fazendo aquilo que ele sabe fazer de melhor, porque as outras coisas melhores não serão mais possíveis fazer?

    Prisões são muitas, e muitas vezes nos encarceramos em algum lugar que não gostamos, em troca de algum tipo de segurança, algum tipo de trabalho, de amor, que nos possibilita não enfrentar os perigos que a vida tem lá fora para mostrar.

    Nos encarceramos em relações profissionais ou amorosas, porque somos voluntários da nossa própria prisão. Nos calamos e nos confortamos com palavras que possam atenuar nossa prisão, e somos também os pássaros que cantam, imaginando que a liberdade pode não ser tão boa assim. Afinal, os pássaros, como nós, envelhecem, e no futuro quem vai cuidar de nós? Sendo assim, envelhecemos antes do tempo, antes mesmo de podermos viver as aventuras que estão por vir.

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    A responsabilidade maior é a do carcereiro, que na maioria das vezes somos nós mesmos. Nossas submissões podem ser temporárias, porque a vida nos impõe determinadas regras, ou as aceitamos porque queremos aquele pedaço de bolo ou comprar o objeto de desejo. Por isso vamos felizes para as jaulas da nossa existência, e cantamos para agradar aos carcereiros da vez.

    Maya Angelou sabe por que os pássaros cantam, e todos nós, pássaros da vez, também sabemos porque cantamos. E se olhamos para fora da jaula, cantando, assim como alguém mira da janela a paisagem distante, mas vive na segurança da casa, sabe que se olhamos para fora é porque lá fora é que está a nossa felicidade, senão olharíamos para dentro da jaula e ficaríamos cantando para esquecer da prisão. Segundo Maya, os pássaros enjaulados sabem por que cantam, e também nós sabemos que cantar, prisioneiros, não é a melhor forma de mostrar que estamos contentes.

     Nilson Lattari é Escritor

     

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  • TODO VALENTE MORRE NAS MÃOS DE UM COVARDE por Nilson Lattari

    TODO VALENTE MORRE NAS MÃOS DE UM COVARDE por Nilson Lattari

    Onde vivi, esse dito era frequentemente espalhado, às vezes em alto e bom som, como se fosse um desafio desesperado, outras vezes no cochicho, na artimanha, no preparo da arma, no engatilhar das palavras, no entre dentes amargurado de quem prepara, meticulosamente, a campana e a emboscada.

    Mas, quem é o valente?

    Aquele mais forte, o mais poderoso, o mais sugestivo, o mais acintoso, o mais temerário, o mais ardiloso?

    Nem todo valente parece ser o que aparenta. O exercício da valentia passa pela intimidação: do corpo avantajado; do olhar desafiador; da imposição, com dedo em riste, de um argumento; sob a proteção de um poderoso ou atrás de um armamento. São muitos os motivos para um valente exercer seu poder. Muitas vezes pode esconder uma covardia guardada. Porque não existe nada mais covarde do que um valente submeter o outro sob a mira de uma arma, seja ela opressão do dinheiro, a proteção de um poder político ou o manto de uma máfia.

    Muitos são valentes, poucos são heróis. Mesmo que traga algum benefício para alguns, um valente que utiliza as armas acima não é um herói. É um covarde se utilizando de um poder momentâneo.

    Nem todo covarde parece ser o que aparenta. Um covarde pode ser um valente que usa as armas que têm. Um covarde pode ser um herói que toma a última medida pensada. Um covarde pode ser alguém desesperado por justiça, que se arrisca tentando defender a si mesmo e a outros sendo, assim, mais valente que a valentia, usando as poucas armas que tem. O covarde é a guerrilha com a coragem disfarçada. Um covarde pode ser um herói que não deu certo, que não alcançou seu intento, e, depois de eliminado, é o valente que vai contar a sua história: A covardia pode ser uma versão da história contada por um valente.

    Assim também são as ideias. Uma ideia é algo que enfrenta o desconhecido. Uma ideia sobrevive quando ela é, valentemente, defendida ao longo do tempo, e, mesmo escondida pela covardia, pelo medo, ela sobrevive, ela germina. Manter uma ideia é o melhor ato de valentia que pode existir. Ela vive nas mentes, ela se propaga, a despeito do que os valentes pensam.

    Não existe nada mais covarde do que combater a ideia, o pensamento, o livre-arbítrio. A ideia é a heroína que não se rende, não se entrega, evolui e encontra brechas para vencer. Todo valente, que usa a força para se impor, morre nas mãos da ideia sobrevivente. Porque o valente não consegue matá-la, ele reage como um cego que agride todos quando a ouve,

    porque a ideia é limbo, é fugaz, é vislumbre, ela se propaga. Ela está escondida e vive, e na mente do valente é um segredo, como um vírus e uma bactéria que sempre causa dor, angústia e medo.

    Todo valente morre nas mãos daquilo que o amedronta, um valente sempre tem algo a temer, porque criou as bases para a sua destruição. Nenhum valente é mais herói do que aquele que persiste em manter limpo e coerente o seu pensamento.

     Nilson Lattari é Escritor

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  • AQUELE QUE PRATICA O SILÊNCIO por Nilson Lattari

    AQUELE QUE PRATICA O SILÊNCIO por Nilson Lattari

    O silêncio é uma das grandes fórmulas de viver. Silenciar não é simplesmente desligar do mundo. É, antes de tudo, conectar-se com outra realidade. Uma realidade a ser construída onde os sonhos têm liberdade para edificar projetos e desejos, conturbados pelos barulhos que a realidade vivida produz.

    Não se fala de barulhos como os engarrafamentos e suas buzinas estrondosas, do falatório das pessoas, do barulho vindo das decepções, que não retumbam em nossos ouvidos, mas perturbam a audição da nossa mente.

    Silenciar é desconectar-se de coisas artificiais, até mesmo para que encontremos as soluções dos problemas do cotidiano. Não se pode construir soluções, a não ser na nuvem que o silêncio constrói, onde podemos expandir nossos horizontes e nosso raciocínio volta a dominar o nosso ambiente interior.

    Não há mágica para solucionar todos os problemas. As angústias são processos de acúmulos de procedimentos que fazemos ao longo da nossa vida, e muitas vezes as soluções não existem. Então, devemos silenciar para absorvê-las e saber como colocar nossos problemas e nossas angústias dentro das nossas vidas; angústias eternas não se separam de nós, mas conviver com elas é um processo próprio da humanidade.

    Muitos se sentem culpados por procedimentos errados. Colocar culpa é um procedimento simples para resolver um problema. Não há culpados, não nos devemos sentir culpados com o mal que fazemos a nós mesmos. A outros, sim, um exame de consciência é importante e poucos fazem isso. E não há silêncio que cure.

    Muitos se sentem culpados por procedimentos errados. Colocar culpa é um procedimento simples para resolver um problema. Não há culpados, não nos devemos sentir culpados com o mal que fazemos a nós mesmos. A outros, sim, um exame de consciência é importante e poucos fazem isso. E não há silêncio que cure.

    Aquele que pratica o silêncio, se cala, antes de tomar uma decisão, é sábio. Pondera e não se acha um covarde ou coisa parecida. Ponderar é uma forma de silêncio onde o vazio nos leva ao futuro, medindo as consequências sobre aquilo que vamos decidir.

    Muitos temem os silenciosos, mesmo que o praticante não esteja dizendo ou fazendo nada. Esse afastamento é a melhor arma que se pode usar com os que desejam nos levar para outros caminhos e atalhos fáceis.

    Silenciar é um não interno que se manifesta na sua própria quietude, na sua própria calma. Os barulhentos se firmam no barulho que produzem, de forma que possa impedir que o silêncio atue no discernimento.

    Silenciar é deixar a resposta no ar sem nem mesmo manifestá-la, é um afastamento espiritual mais amplo que o corporal. É desconcertar, é manipular inversamente o falso poder de outro.

    Felizes dos que praticam o silêncio. Se são sábios ou não, isso pouco importa. Mas os silenciosos amedrontam mais pelo que não dizem do que aquilo que podem dizer. É quando os silenciosos se manifestam que os donos da verdade chegam a duvidar de si mesmos.

     Nilson Lattari é Escritor

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