ARTIGO ASSINADO PELO DR. EDUARDO MARCONDES LEMOS – GINECOLOGISTA E OBSTETRA
A contracepção de emergência que corresponde ao uso de medicamentos destinados a prevenir a gravidez após uma relação sexual sem a utilização de algum meio contraceptivo. Em princípio seu objetivo era de evitar uma gestação indesejada em situações como estupros, porém tem se popularizado entre aqueles que acabam deixando de usar alguma proteção contraceptiva.
Esse método também é conhecido como “pílula do dia seguinte” sendo composta por hormônios concentrados em um curto período de tempo, utilizados nos dias que sucedem a relação sexual.
O remédio age de acordo com a fase do ciclo menstrual que a mulher se encontra, podendo impedir o encontro dos gametas, evitando a ovulação ou ainda não permitindo a nidação (fase necessária para o restante do desenvolvimento do embrião) por meio de alterações na parede interna do útero, provocada pela alta concentração de hormônio encontrado no medicamento.
Como todo medicamento, a contracepção de emergência também possui suas vantagens e desvantagens, porém os efeitos colaterais merecem uma atenção cada vez maior, já que o produto possui fácil acesso e assim pode ser consumido de forma descontrolada, devido à falta de orientação a respeito dos malefícios que podem acometer as usuárias.
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A pílula do dia seguinte é uma verdadeira bomba hormonal e chega a ter dez vezes mais hormônios que a pílula convencional, logo abusar dela seria um grande risco a saúde, devido aos graves danos que a mesma pode causar no organismo feminino, como:
– Alterações significativas do ciclo menstrual,
– Náuseas e vômitos,
– Risco de tromboses,
– Tensão mamária,
– Hemorragia vaginal,
– Fadiga,
– Dores de cabeça,
– Tontura,
– Astenia,
– Dores na região baixa do ventre
Mas o que tem na pílula de dia seguinte?
Elas utilizam o hormônio sintético levonorgestrel (LNG) em 2 doses de 750µg, com intervalo de 12h. Para se alcançar uma eficácia cada vez maior, é recomendado que se inicie o método o mais cedo possível após uma relação sexual desprotegida.
Este Método funciona sempre?
Não. Ele tem sua eficácia dependente do tempo entre a relação desprotegida e o seu uso, também sofre grande influencia da fase do ciclo menstrual que a mulher se encontra, sendo algumas vezes pouco efetivo.
Posso tomar uma nova dose da medicação após quanto tempo da última?
Não existe um limite estabelecido. Apesar de não ser recomendado, a pílula pode ser tomada mais de uma vez por mês. Se você teve uma relação sexual desprotegida, tomou a PDS e voltou a ter relações 3 a 5 dias depois, a pílula do dia seguinte pode ser tomada novamente.
Entretanto, é importante destacar que não é recomendado utilizar a PDS como forma habitual de contracepção. O uso repetido da anticoncepção hormonal de emergência como método contraceptivo primário apresenta as seguintes desvantagens:
• Menor eficácia
• Mais cara
• Maior incidência de irregularidades menstruais
• Maior risco de efeitos colaterais a curto e longo prazo, devido à maior ingestão de hormônios.
Quais são as contraindicações da pílula do dia seguinte?
A pílula não é recomendada para casos específicos, principalmente para mulheres com suspeita de gravidez e durante a amamentação.
As demais contraindicações são as mesmas da pílula anticoncepcional comum, o uso não é recomendado para mulheres:
• com histórico ou risco de trombose,
• com distúrbios metabólicos,
• ou que sofram de insuficiência hepática.
A pílula também não é recomendada para mulheres que estejam fazendo tratamentos com medicações que podem alterar sua eficácia, entre elas: barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, ritonavir, rifabutina e griseofulvina.
A pílula pode causar infertilidade?
Não existe nenhuma correlação de infertilidade com o uso da pílula de emergência
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