“O trabalho do artesão é feito a duas mãos, mas em certas situações mais mãos são necessárias, seja para concluir uma peça ou para atender um volume de produção. Juntos, é possível se conseguir resultados que sozinhos é mais difícil ou até mesmo impossível.” (Associativismo e Cooperativismo, SEBRAE-MG: Belo Horizonte, 2003, pág.4)
Cooperação. Essa é a palavra. Esse é o motivo que leva um grupo de pessoas, que têm um objetivo comum, a se unirem em uma cooperativa ou associação. Unir pessoas em torno de um objetivo comum é muito bonito, muito prático e eficaz, já que unido, o grupo se torna mais forte, produz mais, alcança visibilidade na sociedade, conquista maiores benefícios junto ao poder público. Tudo isso é verdade. Mas para isso, não basta juntar, aglomerar as pessoas e pronto. Cada qual com sua idéia, com seu modo de pensar e de agir, seus hábitos e maneira de trabalhar. Ou seja, unir pessoas em torno de um objetivo comum é bonito, é válido, é prático e eficiente, mas não é fácil.
Ou seja, não basta juntar essas pessoas. É preciso uní-las. De verdade. De coração e mente abertos para saber ouvir a idéia e opinião do outro, ouvir com o coração, e não apenas com os ouvidos. Ter realmente interesse em ouvir e compreender o que o outro pensa, onde ele quer chegar com aquele raciocínio…e não ficar ouvindo e pensando em outra coisa, pensando no que vai responder àquela pessoa. É ouvir de verdade. Com o coração. Com boa vontade de se chegar a um entendimento, a uma conclusão.
Tendo isso em mente, parte-se para a ação. Reunião devem ser feitas frequentemente para se discutir os assuntos de interesse comum, sempre com abertura ao diálogo, na busca de soluções concretas, verdadeiras, não apenas conclusões registradas em um papel. Também confraternizações são necessárias, para que os associados se conheçam, saibam da vida e das lutas do outro e assim, e só assim, respeite o trabalho, as dificuldades e o jeito de ser do outro.
“Quando há um trabalho coletivo, ou seja, envolvendo mais de uma pessoa e tendo em vista um objetivo comum, este comportamento é chamado de cooperação. Quando indivíduos lutam um contra o outro, temos o conflito; algumas vezes essa disputa se caracteriza como competição. A acomodação, por sua vez, é uma forma de ajustamento decorrente de situações de conflitos não resolvidos.” (SEBRAE,2003, p.4).
Portanto, para que a associação de pessoas em torno de um objetivo comum dê certo, é preciso ter espírito de cooperação; saber ouvir e respeitar a opinião do outro, de verdade, o que implica, ser aberto ao diálogo; buscar, com vontade, resolver os problemas que surgirem; e trabalhar, ou seja, arregaçar as mangas, pôr a mão na massa, ter coragem de enfrentar as dificuldades, otimismo e esperança de dias melhores, não se deixar abater no primeiro ou segundo obstáculo que, com certeza, surgirão, muita disposição e não acomodação. Só tudo isso. Não é pouco, mas cada item acima citado é essencial para que uma Associação funcione bem, vá prá frente e dê bons frutos. Fácil? Não é. Possível? Sim. Em uma de suas conversas com Paulo de Tarso (São Paulo), Jesus diz: “ (…) mas quem disse que seria fácil?”.
Por que estou escrevendo tudo isso?
Porque nós, associados da Associação dos Artesãos e Artistas Plásticos de Três Pontas (ARPLAST), publicaremos periodicamente (15 em 15 dias), uma série de matérias e artigos para este notadíssimo veículo de comunicação, para que os trespontanos, e também moradores de outras cidades, conheçam melhor esta Associação, nosso trabalho, quem são os artesãos e o que produzem, como produzem. A primeira matéria, feita pela nossa representante cultural, Bibi Fernandes, conta um pouco da história da Associação que há quinze anos atua, reúne e une esses artistas da terra.
Com esse artigo venho mostrar qual deve ser o espírito de uma Associação, no que estamos trabalhando firmemente, toda a diretoria e associados, para reforçar a cada dia mais, o espírito de união, cooperação, conectividade entre os associados e, logo, por consequência, interação com a sociedade trespontana.
Tudo isso para dizer, resgatar o antigo princípio: A União faz a Força.
“O associativismo é uma doutrina de mudanças: mudança do individual para o coletivo; mudança do “eu” para o “nós”; mudança nas pessoas, na economia e na realidade”. (SEBRAE-MG,2003, p.7).
Adriana Silva Santiago
Presidente da ARPLAST