Ele pode batizar, abençoar matrimônios, levar o viático aos doentes, presidir funerais, mas não é um padre.
O Diácono Adilson, apenas assim como gosta de ser conhecido, participou das celebrações deste último final de semana na Igreja Matriz Nossa Senhora d’Ajuda. O Diaconato que esteve presente na vida da Igreja acabou ficando esquecido e anos depois voltou com toda força. E agora, com o novo Bispo Dom Pedro Cunha Cruz, está introduzindo o Diaconato Permanente na Diocese de Campanha.
Segundo Dom Pedro, Os diáconos permanentes exercem seu ministério em partilha e comunhão com os inúmeros serviços dos fiéis e dos agentes de pastoral. Deste modo, eles não são ordenados para si mesmos e nem para se colocarem acima dos leigos, mas como bem destacou a Conferência de Aparecida. “A Igreja espera dos diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em suas comunidades e nas novas fronteiras de missão”, pontuou.
O Concílio Vaticano II restaurou o diaconato permanente como dom de Deus, pelo chamado vocacional, para viver a missão a serviço da Igreja. Através da graça sacramental.
“Os diáconos servem o povo de Deus nos ministérios da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e seu presbitério. Como deve ser de nosso conhecimento, é próprio do ministério diaconal administrar o batismo, conservar e distribuir a Eucaristia, assistir em nome da Igreja aos matrimônios e abençoá-los, levar o viático aos moribundos, ler a Sagrada Escritura aos fiéis, instruir exortar o povo, presidir o culto e a oração dos fiéis, administrar os sacramentais e presidir os ritos dos funerais e da sepultura. Lembrem-se os diáconos do conselho do Bem-aventurado Policarpo: misericordiosos e diligentes, procedam em harmonia com a verdade do Senhor, que se fez servidor de todos”, acrescentou.
Portanto, à luz do Concílio, em muitas dioceses do Brasil tem crescido o número dos diáconos permanentes, que nada mais é que o reflexo de uma Igreja servidora, que não existe para ser servida, mas para servir. O modo de exercer o ministério diaconal não pode ser outro que, além do culto, se realiza no serviço da caridade, sobretudo junto aos pobres e excluídos. Assim, o diácono se distingue no interior da comunidade como sinal do Cristo Servo. O diaconato é uma vocação e um dom de Deus à sua Igreja.
“Após um período de estudos, formação espiritual e experiência pastoral, com consentimento de sua esposa, aprovação do bispo e do conselho presbiteral de sua diocese, é que ele pode ser ordenado. Em virtude da sua graça sacramental, o diácono permanente, além de administrar os bens e as obras da caridade social da Igreja, é um sinal visível de um ministério que se coloca muito próximo da comunidade dos fiéis e do protagonismo dos leigos na Igreja e no mundo”, concluiu.
Diácono Adilson se apresentou na celebração das 10h30 do último domingo (09) na Matriz. Disse que o diácono permanente pode se casar, como no seu caso, e que deve ser uma pessoa responsável, com tempo e dedicação voltados para a Igreja.
Ele se tornou Diácono Permanente em 1986, em São Paulo. Tem 68 anos de idade. É casado, tem filhos e netos.
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Dom Pedro, Bispo de Campanha, está reintroduzindo homens casados para ajudar nas celebrações. Qual sua opinião sobre o Diaconato Permanente?
Roger Campos
Jornalista
(MTB 09816)