Zoe Mendelson, jornalista de 27 anos, natural de Chicago e residente no México há três anos, explica que elas já têm uma lista de 200 a 250 artigos para o site, que pretendem lançar no início de 2019.
“Queremos que estejam escritos de forma amigável para que todas os entendam”, diz Conejo.
Na construção deste site também participa Jackie Jahn, dos Estados Unidos, especialista em saúde pública e gênero e estudante de doutorado da Universidade de Harvard.
Para reunir fundos para o projeto, suas promotoras, que se declaram feministas, abriram o site pussypedia.net, em que vendem diferentes produtos, como bolsas, camisetas e imagens em serigrafia.
A loja digital explica o objetivo da Pussypedia: “uma enciclopédia da pussy, bilíngue (em espanhol e inglês) e gratuita, feita para que você a entenda”.
Com este projeto em construção, buscam derrubar alguns mitos.
“Dizem que o esperma mais rápido e mais forte é que fecunda o óvulo, como se dissesse ‘eu ganhei’. Na verdade é o óvulo que decide qual deixa entrar”, diz Mendelson.
“A Pussypedia também busca empoderar as mulheres através do conhecimento de seus corpos, que sejam donas de seus corpos”, acrescenta Conejo.
Elas também trabalham em um artigo sobre a consciência que as mulheres devem tomar em relação aos limites que devem estabelecer em torno ao seu corpo, no momento em que se multiplicam as denúncias por assédio sexual.
Conejo reconhece que nos últimos anos foram sendo derrubados alguns tabus sobre a sexualidade feminina, tema do qual já se pode conversar com mais conforto entre amigas, mas ainda é preciso percorrer um grande caminho para que as mulheres conheçam a fundo todos os aspectos de sua sexualidade.
“No México, pela religião, pelo machismo, você não pode falar confortavelmente nem mesmo com a sua mãe. Por exemplo, quando você tem um problema de mau cheiro vaginal, você fica com o que diz a publicidade – se precisa de um banho, se deve cheirar de tal forma”.
A Pussypedia estará dividida em diferentes categorias para abranger desde o início da menstruação até a menopausa, passando pelas doenças sexualmente transmissíveis e outros aspectos da sexualidade.
O projeto também abordará temáticas relativas à comunidade transgênero, segundo suas promotoras.