Frio traz mais doenças respiratórias e cardiovasculares
Uma forte massa de ar frio de origem polar começou a dar o seu recado sobre o Brasil na quarta-feira, 6 de maio. A temperatura despencou no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul e também começou a se infiltrar no sul e oeste de Mato Grosso.
A menor temperatura no Brasil no dia 6 de maio foi de 3,6°C em Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.
Mas é durante esta quinta-feira, 7 de maio, e a sexta-feira, 8, que o ar frio polar se espalha com força sobre o Brasil invadindo o Sudeste, o Centro-Oeste e chegando ao Acre e ao sul do Amazonas. O Sul congela e tem risco de ter geada forte!
Ainda tem muito frio para passar sobre o Brasil até o domingo, 10 de maio, Dia das Mães. Temperaturas negativas, recordes, um frio que ainda não sentimos este ano.
Esta é massa polar mais forte deste ano, até agora, e prever as temperaturas mínimas e máximas é uma tarefa bastante complicada.
Em muitas previsões difíceis, de calor ou de frio, alguns meteorologistas da Climatempo até fazem um bolão de apostas! Qual vai ser a temperatura em tal lugar? É uma brincadeira saudável e já rolou muito chocolate, frutas e balas como prêmio para o ganhador. Desta vez, o bolão é para saber qual vai ser a menor temperatura em São Paulo e no Rio de Janeiro durante a passagem desta primeira massa polar forte do outono de 2020.
Até o próximo domingo, 10 de maio, Dia das Mães, as temperaturas devem cair ainda mais no Sul de Minas e especificamente em Três Pontas. A máxima prevista é de 22 graus enquanto a mínima pode despencar para gelados 7 graus.
Chegada do Frio
Todos os anos, com a chegada do outono, enfrentamos oscilações de temperatura e baixa umidade relativa do ar. O ar mais seco aumenta a concentração de poluentes na atmosfera e, as baixas temperaturas e poluição do ar aumentam os riscos de doenças respiratórias e cardiovasculares. As alterações climáticas desta estação nos predispõem a diversas doenças respiratórias como resfriado, gripe, crise de asma, bronquite, sinusite e pneumonia. Os principais vilões são os vírus respiratórios que causam o resfriado e a gripe, sendo transmissíveis por gotículas respiratórias.
O HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, registra um aumento de 30 a 40% no atendimento a pacientes com doenças respiratórias e cardiovasculares durante o outono/inverno e as crianças e os idosos são os mais suscetíveis. Os ambientes fechados são propícios para a disseminação destes vírus, pois as gotículas respiratórias também contaminam o ambiente. Por isso, é importante manter ambientes ventilados e lavar as mãos com frequência.
“As bactérias causadoras da pneumonia e da sinusite muitas vezes se aproveitam da queda da imunidade e das defesas do organismo ocasionadas pelas infecções virais. Portanto, devemos ficar atentos quando um simples resfriado permanece por muito tempo e se associa a febre mais alta e cansaço”, esclarece o pneumologista do Centro de Medicina do Sono HCor, Dr. Pedro Genta.
Segundo o pneumologista do HCor, para os que já sofrem de doenças respiratórias crônicas como enfisema, asma, bronquite crônica ou doenças cardiovasculares como insuficiência cardíaca, arritmias e insuficiência coronariana, é importante enfrentar o frio com a saúde em dia. “Uma reavaliação médica antes da chegada do frio é uma boa oportunidade para se preparar, além de verificar se as vacinas estão em dia”, alerta Dr. Genta.
O organismo e as variações de temperatura:
De acordo com o cardiologista e clínico geral do HCor, Dr. Abrão Cury, o aumento da pressão arterial e da tendência à coagulação do sangue ocorrem com a exposição ao frio, e podem estar envolvidas com o maior risco de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e arritmias.
Por outro lado, a exposição à poluição, típica de um dia mais seco, também pode levar ao aumento da coagulação do sangue e inflamação sistêmica – que estão associados aos eventos trombóticos que ocorrem no infarto e acidente vascular cerebral. “Além disso, as infecções respiratórias também podem gerar ainda mais estresse para o organismo, e acentuar ainda mais os riscos. Por isso, durante o inverno, as doenças cardiovasculares são mais frequentes, sendo assim, devemos nos proteger e ficarmos alertas”, explica Dr. Abrão Cury.
Para o pneumologista do HCor, o nosso organismo reage de acordo com a variação de temperatura, poluição e umidade do ar. “Aquecer o ambiente de casa ou trabalho, se proteger durante as mudanças de temperatura com luvas e casacos são algumas medidas preventivas nos dias mais frios. Nos dias secos, evite exercícios físicos no meio do dia e perto de vias de grande circulação e ingira bastante líquido”, esclarece.
Fonte Climatempo
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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