ELA VENCEU DIVERSOS OBSTÁCULOS E SEGUE DE PÉ, DISTRIBUINDO AMOR E MOSTRANDO SUA FÉ.

O quadro Histórias de Vida, criado pelo portal Conexão Três Pontas, tem o objetivo de homenagear, em vida, pessoas de todas as classes sociais, profissões, funções ou perfis, que tenham se destacado por trabalhos relevantes ou simples, por exemplos deixados ao longo dos anos, por um legado de amizades e respeito. E hoje, estamos merecidamente homenageando, contando um pouco da história da querida Dona Fabiana.

Maria Fabiana Rabello Campos nasceu em 18 de novembro de 1930 em Três Pontas. É filha de Jonas Botrel Rabello e Maria Botrel Rabello.

Muito querida por todos, Maria Fabiana é uma dessas pessoas raras, dotada de extrema bondade e compaixão. Os que a conhecem a classificam quase que como uma santa, afinal sua vida toda, essa vida longa, graças a Deus, foi e continua sendo marcada pelo amor ao próximo e à Deus. E nesta semana que celebramos os idosos, que devemos fazer um exercício e uma reflexão de como vemos e tratamos as pessoas da terceira idade, nada mais justo que homenagear essa senhora exemplar, de quem as pessoas falam com amor, carinho e admiração plena. Para atender a tantos pedidos, muito além do fato de ser minha avó, esta é uma justa homenagem em vida a essa guerreira. Assim o Histórias de Vida hoje aplaude Dona Fabiana ou, simplesmente, Dona Fabi, como é carinhosamente chamada.

Confesso que inicialmente relutei em aceitar contar a História de Vida da minha avó, mas o critério para que eu conte uma história aqui é o merecimento (meritocracia) e não o grau de parentesco. O fato é que ela merece, como poucos, essa homenagem.

Seus pais Jonas e Maria, ambos falecidos, tiveram 13 filhos. Além de Maria Fabiana, os outros filhos (alguns muito conhecidos) são: Tarcísio, Rogério, Terezinha, José Anchieta, Paulo, Jonas Filho (popular Joninhas do SAAE), Francisco (Chico Banana), Antônio Fernando (Bigode), Marcos, João (João Perú), Maria Helena (Lena do Paulo Gordo – Paulo do Bar) e Maria de Lourdes (Lourdes do Galvão Barbeiro).

As três Marias: Maria Helena e Maria de Lourdes (já falecidas) e a direita Dona Fabiana.

Maria Fabiana estudou em Santana da Vargem. Ficava em casa ajudando a cuidar dos irmãos. O pai tinha terras e trabalhava na lavoura. Mas com a doença tomando conta da família, como a leucemia do filho Tarcísio, os recursos foram diminuindo e as dificuldades aparecendo.

Fabiana conheceu o pasteleiro José Agostinho Campos (filho de João Agostinho e Dona Tita), natural de Três Pontas e que morava na época no Paraná. Casaram em 1950 e se mudaram para a cidade de Paranavaí.

Vieram os filhos. Fabiana e José sofreram muito com as mortes dos dois primeiros herdeiros: Vicente e Marlene, ambos com seis meses (triste coincidência) em anos diferentes.

Maria Fabiana, as filhas Sônia e Terezinha e o marido saudoso José Agostinho.

Depois nasceram as filhas Terezinha Maria e Sônia Maria. José Agostinho passou em concurso e trocou a pastelaria pelo Banco do Brasil, onde ficou até se aposentar.

A saúde renal gravemente debilitada da filha Terezinha os levou de mudança para São Paulo, por ter mais recursos naquela época.

Em 1974 Maria Fabiana e José Agostinho se tornavam avós. Criaram o neto como filho após a separação de Terezinha e Alexandre. Ela tem atualmente duas filhas (Terezinha e Sônia), dois netos (Roger e Fabiana) e 4 bisnetos (Alexia, Alanis, Gabriel e Augusto).

Em 1988, após a outra filha, Sônia, se casar com Edson Carlos (Edinho da Auto Escola Vitória) e mudar para Três Pontas, a família toda resolveu segui-los.

De volta a sua terra natal, já com seus pais falecidos, Maria Fabiana seguiu sua jornada como “mãezona de toda família”. Cuidou e abrigou irmãos em sua casa. Enfrentou durante décadas o vício de bebida alcoólica do marido e de um irmão.

Muito religiosa, tinha como ocupação, que perdura até os dias se hoje, se prostrar diante dos santos de devoção e rezar. Horas a fio, dia após dia. Sempre pediu bênçãos a Deus. Mas nunca pra si. Sempre para o próximo. Copo d’água na frente da tevê, ligada na Canção Nova.

Maria Fabiana (a esquerda).

Quem conhece Dona Fabiana sabe que ela exala amor. Incapaz de fazer mal a quem quer que seja, sempre recebeu a todos com doçura, educação e humildade. Passou pros filhos e netos as lições de que “devemos ter Deus acima de tudo e fazer o bem, inclusive aos nossos inimigos.”. “Pelo santo se beija as pedras!”, repete o bordão há anos.

Foi uma grande cozinheira. Seu hobby nas últimas décadas era jogar na Tele Sena enquanto acompanha as missas na televisão.

Infelizmente a vida lhe reservou ainda muita tristeza, perdas muito doloridas.

Após as mortes de seus dois primeiros filhos e de seus pais, pouco a pouco foram morrendo seus irmãos. Todos eles. Restando apenas essa “rocha” chamada Maria Fabiana.

Em 2001 o eterno companheiro de mais de meio século de união falecia.

As bisnetas Alanis e Alexia sempre presentes e carinhosas com a “Vovozona”.
Com a neta Fabiana (nome dado em sua homenagem) e os bisnetos Augusto e Gabriel.

Todas as lutas e sofrimento ainda reservavam outro enorme desafio. Em 2011, aos 81 anos de idade, Dona Fabiana descobria um terrível câncer no intestino. Foram dias e noites desesperadoras. Sem querer preocupar a família, filhas, genro, netos, nora e bisnetas, ela sofreu calada. Escondeu as dores insanas de seu martírio por um ano, até não aguentar mais e pedir ajuda.

Maria Fabiana e o neto Roger, ainda bebê.

Fez a cirurgia e, contra todos os prognósticos (doença grave e idade avançada) venceu o câncer. Usa a desgastante bolsa de colostomia até hoje.

O amor pelas plantas segue vivo, com raízes fortes. Mas as pernas debilitadas não a permitem limpar a calçada, o jardim e regar suas flores como sempre fez.

Lúcida, ainda relembra histórias do passado, chora ao lembrar dos entes falecidos e se alegra quando a casa está cheia de filhas, netos e bisnetos. O genro Edson Carlos se tornou um filho. Dedicado, amoroso e que idolatra essa mulher. Edinho a chama de mãe e faz tudo que pode por ela.

Para quase tudo, hoje em dia, ela depende da família, especialmente da filha Sônia, que, praticamente, anulou sua vida para cuidar da mãe, seu maior tesouro.

Sônia faz com ela o que ela mesma sempre fez com todos: cuidado, carinho e muito amor.

Sônia, Dona Fabiana e Terezinha.

Essa senhora de quase 89 anos é mais que um exemplo. É uma inspiração. Nem as mortes por doença; nem as tragédias, como o assassinato de um irmão (Bigode); nem um câncer aos 80 anos; tiraram a vida e a fé dessa guerreira, essa mulher, essa Santa.

Todos os elogios aqui empregados são corroborados por todos que a conhecem e desfrutam de sua ternura.

Na semana do Idoso essa História de Vida vem servir de lição, de estímulo e exemplo de que a família é fundamental, que o amor vence todo mal e que a fé em Deus move montanhas.

Sônia, Renata Marques, Roger Campos, Alexia, Alanis e Dona Fabiana.

Quem é Dona Fabiana? Pergunte aos vizinhos! A cada pessoa que teve a oportunidade de conviver com ela.

Parabéns Dona Maria Fabiana. 89 anos de vida, pouco mais de 1,55 de altura num corpo curvado e surrado pelo tempo. Uma grandeza que não se pode medir…

Sua vida se resume em fé e amor!

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Roger Campos

Jornalista

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