O Brasil é um dos países mais desleais, preconceituosos, desiguais e corruptos do mundo. Nem na Mongólia, Somália, Etiópia e Zimbabue, países extremamente miseráveis, há tanta desigualdade quanto aqui. Em “Terras Brasilis” poucos têm tudo (grana, sorte, ajuda, favor, lei, justiça, poder, etc) e muitos não têm nada, ou quase nada. Ah, o povo brasileiro é caridoso… Pode ser, mas fica em segundo plano. O povo brasileiro é uma “vaca de presépio” que diz sim senhor pra tudo, principalmente para os seus interesses pessoais.

A cordialidade tupiniquim aqui é mascarada. Ela esconde o jeitinho brasileiro de se levar vantagem em tudo. Falam dos grandes escândalos, imensos roubos, mensalão, sanguessugas, fraude no INSS, Lava Jato, etc. Mas aqui começa a se roubar pequeno, desde pequeno, coisas pequenas. Roubam até a alma, as idéias e os ideais do brasileiro. Compram votos porque tem gente que se vende por um punhado de tijolo, menos até, por um quilo de carne de segunda.

Se a maioria dos políticos não presta é porque a maioria dos eleitores é facilmente manipulada. O Brasil é lindo, o Rio de Janeiro é lindo… Nem tanto! Só um pedaço, a rica zona sul. É lindo pra quem tem grana pra viajar, gastar, pagar, curtir. Para o trabalhador humilde esse país é uma grande cadeia a céu aberto, onde se vive o regime do autoritarismo, do feudo, da escravidão. Vivemos presos, enjaulados pela violência e criminalidade. Aqui o rico manda no Brasil e o pobre, sem apoio da política, da justiça e das leis, míngua a cada dia. Vai na favela ver a criança passando fome, o pai desempregado, o filho traficando e a menina se prostituindo em busca de uma vida melhor e vê se esse Brasil é tão lindo quanto as mídias tendenciosas tentam mostrar. Aqui se vende o almoço pra comprar o jantar. Isso é vida?

Aqui no Brasil se faz o melhor carnaval do mundo, mas não se consegue construir um hospital de referência contra o câncer onde o pobre deveria ser tratado de forma digna. O Brasil finge ser emergente, estar emergindo. Na verdade é um “paísinho” de 200 milhões de iludidos e enganados, de gente graúda metida a besta, de uma turminha que come mortadela e arrota caviar. O ditado mais verdadeiro para nós brasileiros é “cada país tem o governo que merece!” A caridade e o jeito amável do brasileiro em receber os turistas só vão até a página dois, pois o restante do livro mostra páginas de golpes, roubos, furtos, má fé, de novo o tal jeitinho verde e amarelo de ser.

 

Aqui no Brasil nossa gente gasta água pra lavar carro, calçada, rua, estátua, etc. Mas ninguém consegue acabar com a seca do Nordeste. Aliás, não se acaba porque a indústria da seca mantém o alto padrão de vida de muitos tubarões e caciques por aí. E essa tal indústria, vale pra tudo. Tem a indústria do superfaturamento, indústria das mortes nas estradas, afinal de contas quando uma pessoa morre no asfalto, médico, hospital, seguradora, plano de saúde e funerária sempre acabam levando um certo lucro diante da tragédia alheia. O absurdo é que diante de tanta “indústria” é inaceitável não ter trabalho para o pai de família.

E a questão do preconceito? Apesar das exceções, somos racistas sim, preconceituosos sim! Queremos que todos os outros se encaixem nos nossos moldes, nossos padrões. Para muitos, um negro dirigindo um carrão é motorista de alguém. Um negro namorando uma “branquinha” é chocante. Um nordestino, um gay e uma prostituta na visão de alguns carecas nazistas devem ser torturados e eliminados. Aqui mesmo em Três Pontas, o que tem de gente preconceituosa ede nariz em pé é uma festa. Gente que se preocupa com o umbigo alheio é uma enormidade. Falam bem pela frente e mal pelas costas. Desfilam carrões mesmo devendo muito para os bancos. É a competição dos que têm mais e dos que se acham mais que os outros.

Temos um tevê comprada. A Globo só mostra aquilo que tem interesse e a Record está na mão de um fascista travestido de pastor. A polícia ganha uma miséria e o professor idem. Sem segurança e educação o menininho na favela sonha: Quando crescer eu quero ser traficante! Inversão total de valores. Falta de escrúpulos, vergonha na cara e ação dos governantes. Ah, mas agora o povo está se mobilizando. Será mesmo? Será que isso surtirá efeito? Qual o real propósito disso? Será que nós, vaquinhas de presépio, sem perceber, estamos sendo guiados e teleguiados por poderosos que se camuflam no meio do povo posando de salvadores com interesses escusos?

Mas o povo aprova tudo isso!

Em suma, falta muito, mas muito mesmo, léguas, quilômetros, anos, décadas para o brasileiro se olhar no espelho e enxergar realmente algo de importante refletido no vidro. Mas devemos lutar sim, pelo menos os poucos que resistem a tudo e a todos, que são mal vistos e difamados por agirem e por falarem o que pensam.

Queremos nossa cidadania de volta, nossos direitos, a liberdade de expressão que aqui não existe, pois vivemos uma ditadura enrustida. Queremos comida, segurança, trabalho, transporte. Queremos saúde, hospitais e dignidade. Queremos educação e educadores respeitados. Mas queremos de verdade e não em vãs promessas, bravatas e xavecos verbalizados pelos bandidos de terno.

Como diria o saudoso José Alencar “Eu não tenho medo de nada, de pressão, de poder, de pessoas. Não tenho medo nem do câncer que me consome. Eu tenho medo é da desonra.”

Que esse momento, esse movimento recente não seja “amor de verão” e não tenha a mesma utilidade da água de salsicha. Queremos mudança, resultados nesse berço esplêndido. Afinal, seu povo não foge à luta. E que o Brasil verdadeiramente se torne uma pátria amada.

Jornalista Roger Campos

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Roger Campos

Jornalista

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