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  • CONEXÃO ESPECIAL SAÚDE: ESPECIALISTA, DRA. CLAUDIA EUGÊNIA ANDRADE, FALA SOBRE ALERGIA

    CONEXÃO ESPECIAL SAÚDE: ESPECIALISTA, DRA. CLAUDIA EUGÊNIA ANDRADE, FALA SOBRE ALERGIA

    O quadro Conexão Especial Saúde (CES) é um canal de informação útil e atual onde o leitor encontrará artigos e entrevistas relevantes com os maiores especialistas de diversas áreas, oferecendo assim mais qualidade de vida e saúde. Nossa entrevistada é a Alergista e Imunologista Dra. Cláudia Eugênia de Oliveira Andrade.

    Pós-Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Residência Médica e Mestrado), Especialista pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, ela é uma das grandes referências no assunto em Minas Gerais:

    Xtp – As crianças são as que mais sofrem com problemas de alergia?

    Dra Cláudia – As alergias podem ocorrer em todas as faixas etárias, sendo que alguns tipos como a alergia alimentar, a dermatite atópica e a asma brônquica são mais comuns nas crianças, e outros tipos como a dermatite de contato e a urticária crônica são mais frequentes nos adultos.

    É importante ressaltar que as alergias estão se tornando cada vez mais frequentes e que, com o aumento da expectativa de vida, isto vale também para os idosos.

    Xtp – Você é uma das mais renomadas alergistas do sul de Minas. Quais serviços você oferece?

    Dra Cláudia – Trabalho nesta especialidade desde 1988 e considero muito importante associar a experiência profissional com uma atualização constante. Na clínica disponibilizamos os Testes Alérgicos de Punctura (com alérgenos inalantes, insetos, alimentos, etc.), Testes de Contato (Patch tests com cosméticos, metais, produtos de limpeza, etc.), Vacinas hipossensibilizantes específicas para alergias e outras (Gripe, Pneumonia, Herpes zoster, HPV, etc.).

    Xtp – Quais as precauções para evitar problemas respiratórios?

    Dra Cláudia – Nas alergias respiratórias a higiene ambiental para afastar o máximo possível os agentes desencadeantes e agravantes da doença é essencial.

    Outros cuidados importantes são: evitar tabagismo ativo e passivo, praticar exercícios físicos aeróbicos regularmente e manter uma alimentação saudável.

    Xtp – Muitos desses problemas são hereditários?

    Dra Cláudia – As alergias ocorrem por causa de uma mistura de fatores herdados geneticamente e fatores ambientais como clima, exposição aos alérgenos, à poluição ambiental, à fumaça de cigarro, a agentes infecciosos, etc. Portanto, a alergia é uma doença multifatorial.

    Xtp – Animais domésticos fazem realmente mal para os alérgicos?

    Dra Cláudia – As alergias mais frequentemente atribuídas a animais provêm de gatos, mas cães, coelhos, cavalos, pássaros e outros também podem causar problemas. Os alérgenos de animais podem estar presentes nas penas, pelos, fragmentos de pele (caspa), saliva, urina e fezes.

    Se a pessoa for comprovadamente alérgica ao animal, este deve ser mantido fora de casa e o contato com o mesmo deve ser restrito. Além disso, o animal e o ambiente devem ser sempre higienizados para remoção dos alérgenos, tanto quanto possível.

    Xtp – Há alimentos que previnem alergias e outros que desencadeiam. Quais?

    Dra Cláudia – Estudos comprovam que a dieta mediterrânea, que privilegia alimentos frescos in natura, vegetais e frutas, grãos integrais, azeite e peixes, diminui o risco de desenvolvimento de rinite alérgica. Outros estudos correlacionam uma maior ingestão de alimentos processados com um risco maior de desenvolver dermatite atópica e também com uma maior gravidade desta doença. Portanto, uma dieta mais natural é a melhor opção.

    Embora qualquer alimento possa causar alergia, cerca de 80% das manifestações de alergia alimentar ocorrem com a ingestão de leite de vaca, ovo de galinha, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e crustáceos como camarão.

    É importante lembrar que podem haver reações cruzadas entre alimentos semelhantes (exemplo: leite de vaca e de cabra, etc.).

    Também é necessário diferenciar alergia de intolerância alimentar (exemplo: alergia a proteínas do leite e intolerância à lactose, que é o açúcar do leite).

    Xtp – As vacinas são realmente eficazes?

    Dra Cláudia – As vacinas hipossensibilizantes para alergia são o único tratamento capaz de interferir na evolução natural da doença, levando à uma tolerância gradual ao alérgeno contido na vacina. São bastante eficazes nas alergias causadas por ácaros da poeira domiciliar, pólens de plantas e veneno de insetos como formigas, abelhas e vespas.

    As vacinas contra Gripe e as Pneumocócicas são indicadas para portadores de alergia respiratória, principalmente asma, que pode ser agravada por estas doenças. Estas vacinas têm eficácia comprovada há anos. Há muitas informações erradas sobre vacinas nas redes sociais, as chamadas fake news. É importante que as pessoas procurem informações de fontes confiáveis como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as sociedades de especialidades médicas.

    Xtp – Suas considerações finais:

    Dra Cláudia – O médico especialista em Alergia e Imunologia saberá indicar os testes alérgicos e outros exames necessários para o diagnóstico preciso da alergia, bem como o tratamento mais eficaz para a mesma.

    Serviço

    Clínica Mariel – Av. Prefeito Olinto Reis Campos, 246, Centro, Três Pontas-MG

    Telefones: (35) 3266-1582

    (35) 99889-1582 (Vivo)

    Rua Alferes Joaquim Antônio, 16, sala 701, Vila Pinto, Varginha-MG

    Telefone: (35) 3067-0333

    *Atendimento pela Unimed também em Três Pontas a partir de Setembro próximo.

    Descontos especiais para pacientes que tenham outros convênios.

     

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    Roger Campos

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  • QUE EXEMPLO: Casal adota cinco irmãos de 4 a 14 anos para evitar que eles fossem separados

    QUE EXEMPLO: Casal adota cinco irmãos de 4 a 14 anos para evitar que eles fossem separados

    Após um ano morando no Orfanato Rebecca Jenkins, Maria Vitória, de 14 anos, Pedro Henrique, 12, Miguel, 8, Gabriel, 6, e Vitor 4, pararam de viver o medo diário de terem que se separar para, então, serem adotados. A gestora social Veranlida de Oliveira Guimarães e o ferramenteiro aposentado Adalberto Franco Guimarães, acolheram, há nove meses, os cinco irmãos de Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Na quinta-feira (12), eles entraram com o processo de adoção oficial na Justiça de Goiás.

    Veranlida já trabalhava no abrigo como diretora e presenciou a situação dos cinco irmãos. Eles foram afastados da mãe biológica pelo Conselho Tutelar da cidade, por causa de situações de maus tratos e abandono. Houve uma tentativa de que eles morassem com os tios, mas não foram aceitos.

    “Tinham essas cinco crianças que a família pegava e devolvia. Sempre que eu os via eles corriam para me abraças. Maria Vitória toda vez pedia pra não deixar separar dos irmãos. Fui sendo ministrada com essas palavras”, recordou.

    Em outubro de 2017 a gestora conta que foi chamada pelo juiz para participar da audiência que separaria os irmãos para que, então, fossem encaminhados para diferentes famílias.

    “Conversei com meu esposo e ele falou que não achava justo irmãos se separarem. Nós [também] somos pastores, pregamos sobre amor, acreditamos na família e vimos uma oportunidade de praticar, de decidir”.

    “Naquele momento, a gente não levou em conta nem os nossos cabelos brancos. Foi aí que a gente decidiu pedir a guarda dessas crianças para o juiz”, recordou.

    Depois de tomada a decisão, a alegria foi geral. O casal teve o apoio dos filhos biológicos, hoje com 29 e 28 anos, e a gratidão sincera dos mais novos cinco membros da família. Veranlida conta que todos estão loucos para colocar logo o sobrenome “Guimarães” e enchem a boca para chamá-la de “mãe” e o Adalberto de “pai”.

    A família deixou de ter dois carros pequenos para ter um que cabe até oito pessoas. Eles também saíram da casa onde moravam para outra que comportasse todos com mais conforto. A mãezona conta que vê como todas essas mudanças dão aos caçulas a segurança de que eles têm um lar.

    “Eles enxergam isso, que estamos fazendo alguma coisa para manter eles, e isso dá certeza que não serão devolvidos, que dessa vez é definitivo. Eles expressam muita gratidão. A Maria Vitória mesmo fala que não tinha ninguém para corrigir, para ensinar, para dar carinho. Eles demonstram muita felicidade”, afirmou.

    Fonte G1
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    Roger Campos

    Jornalista

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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Em Minas, 17 mulheres morrem por dia vítimas de violência doméstica

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Em Minas, 17 mulheres morrem por dia vítimas de violência doméstica

    As ocorrências são de indignar, mas contrastam com a banalidade com que os crimes de violência contra a mulher são cometidos. Só em Minas, aproximadamente 17 mulheres são mortas por dia, segundo os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Em Três Pontas, diariamente, a Polícia Militar recebe chamadas de mulheres que estão apanhando física ou moralmente de alguém, principalmente dos companheiros ou dos filhos.

    Ainda segundo a pesquisa, o Estado ficou em segundo lugar no índice de mortes por este tipo de crime na região Sudeste do país, perdendo apenas para o Espírito Santo. Os números, que estão bem acima da média nacional, assustam e podem ainda ser bem maiores.

    Boa parte dos casos ainda fica fora dessas estatísticas. Muitas vezes as ocorrências nem chegam a ser registradas porque a vítima simplesmente não sabe o que pode acontecer com ela ao denunciar seu agressor. Outro problema é que, até no ano passado, não havia nenhuma especificação de crimes contra a mulher nos boletins de ocorrência da capital mineira, por exemplo. Isso é fundamental para contabilizar melhor essa situação.

    Segundo a delegada Margareth de Freitas, responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Mulher, ainda há muito medo por parte das vítimas em expor a agressão, e o agressor. “São vários o motivos que fazem com que essas mulheres optem por não denunciar os parceiros, principalmente, o fator econômico. Muitas mulheres, principalmente nas camadas sociais mais baixas, dependem financeiramente do companheiro e nunca trabalharam fora e, por isso, continuam sendo submetidas à violência, de forma silenciosa”, diz.

    Ainda segundo o estudo divulgado pelo Ipea, a maioria das vítimas é de jovens e negras. De acordo com Daniela Caldas, o motivo deste perfil é o fato de mulheres mais velhas, dificilmente, denunciarem as agressões. O fato de elas não entrarem na pesquisa, no entanto, não muda o fato de que as agressões acontecem em todas as idades. “Casos envolvendo idosas são ainda mais raros em estudos como esse do Ipea, já que essas mulheres foram todas criadas em uma sociedade fundamentalmente machista. Elas não pedem ajuda”, complementa a militante da defesa da mulher desde 2008. Daniele conta que a situação se complica ainda mais no interior do estado. “Muitas cidades não contam nem com delegacia, então falta de serviço especializado que possa atender ou oferecer algum tipo de suporte para as vítimas fora de Belo Horizonte e da região metropolitana”, denuncia.

    Dependência

    Mas esse, apesar de ser o fator mais forte para a propagação da violência doméstica, ainda não é o único.  De acordo com a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e especialista no combate a discriminação de gênero, a maioria das brasileiras desenvolve uma dependência geral de seus parceiros, não só na parte financeira. “A aura em torno da ideia de família só aumenta a dificuldade para elas denunciarem atos maus tratos e romperem com relacionamentos frustrados”, esclarece.

    “Depois que a Lei Maria da Penha passou a valer em 2006 é difícil falar em desinformação. O homem sabe que pode acabar preso se agredir uma mulher. Mas a vulnerabilidade delas ainda existe. Leva, no mínimo, 48h para a polícia tomar alguma iniciativa após a denúncia”, complementa. A especialista conta que esse prazo legal acaba deixando a vítima fragilizada. “Na maioria dos casos, essas mulheres ainda convivem com a pessoa violenta e se tornam reféns do medo. É uma tensão psicológica muito grande”, avalia.

    “O caso de casais com filhos é ainda mais delicado, pois muitas vezes o agressor é afastado do lar ou a mulher que se afasta com os filhos. Desde que fique comprovado que o homem não seja violento com os filhos, a legislação não impede os direitos de guarda”, lembra a advogada. “Mesmo que o objetivo de muitas não seja o divórcio em si, as mulheres devem ter consciência de que é preciso denunciar as agressões no início, para estabelecer limites. É sempre importante lembrar que a violência não da ré. Ela não diminui, só aumenta, e o estresse pós-traumático pode ser muito pior”, alerta.

    A delegada  Margareth de Freitas endossa o alerta da especialista: “Já tive, aqui, um caso de uma mulher que demorou 20 anos para fazer a denúncia. O que acontece, é que a vítima acaba ficando presa em um círculo de violência, no qual, não consegue mais sair. A primeira agressão ocorre, o agressor pede para que a mulher não denuncie e promete nunca mais cometer o ato, ela aceita. Passado algum tempo, ele volta a agredir a mulher e o círculo de violência está formado. É preciso se reconhecer neste círculo e denunciar o agressor, seja ele o namorado, companheiro ou marido, o mais rápido possível”, diz.

    Feminicídio

    Muita gente não sabe, mas há um nome específico para quando a mulher, além de ser vítima da violência doméstica, acaba morrendo em decorrência do crime. É o chamado Feminicídio, caracterizado pelos conflitos de gênero, e ocorrem quando a mulher é assassinada, geralmente, pelo parceiro ou ex-parceiro. Esse tipo de crime costuma implicar situações de abuso, ameaças, intimidação e violência sexual.

    Onde denunciar

    Em Três Pontas não há Delegacia da Mulher. O principal órgão que investiga os casos de violência contra a mulher é a Delegacia da Polícia Civil. As denúncias podem ser feitas pelo 190 para a Polícia Militar. Infelizmente a maioria dos casos fica sem registro. Quando alguma mulher trespontana resolve ligar para a PM, logo depois, muitas das que chamam a Polícia Militar, acabam desistindo de levar o caso pra frente.

    Fonte o Tempo 
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    Roger Campos

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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Lei dá direito à cirurgia plástica reparadora para mulheres vítimas de violência

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Lei dá direito à cirurgia plástica reparadora para mulheres vítimas de violência

    Apesar do alto índice de violência contra a mulher no Brasil, o País ainda é um dos que mais oferecem proteção às vitimas desse tipo crime. E no ultimo dia de 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que reforçou a defesa das vítimas mais graves. A Lei 13.239, publicada no Diário Oficial da União, visa estabelecer a oferta e a realização de cirurgia plástica reparadora de sequelas físicas e estéticas causadas por atos de violência contra a mulher, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
     
    Segundo a lei, os hospitais e os centros de saúde pública, ao receberem vítimas de violência, deverão informar as mulheres sobre a possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparação das lesões comprovadas. A mulher vítima de violência grave que necessitar de cirurgia deverá procurar uma unidade que realize esse procedimento, portando o registro oficial de ocorrência da agressão.
     
    Ainda de acordo com o texto, o profissional que indicar a necessidade da cirurgia deve preparar um diagnóstico formal, encaminhando essa documentação ao responsável pela unidade de saúde para autorização. A lei também prevê penalidades para os gestores de hospital ou centro de saúde que não comunicar oficialmente a situação, impedindo o acesso da mulher ao atendimento, garantido por Lei.
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    Roger Campos

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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Elas vencem barreiras e ocupam profissões tipicamente masculinas

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Elas vencem barreiras e ocupam profissões tipicamente masculinas

    As mulheres têm conquistado seu espaço no mercado de trabalho. Mas um espaço entre profissões antes dominadas apenas por homens. Existem profissionais como mecânica, açougueira, motorista de ônibus, segurança patrimonial ganhando espaço em todo Brasil. Elas possuem nome, rosto e uma trajetória marcada pela superação do preconceito, da desvalorização e até do assédio sexual.

    Elza Oliveira Guimarães, 50 anos, é uma dessas mulheres que escolheu uma profissão do padrão tipicamente masculina. Mas nada nem ninguém a fez mudar de ideia. Ela trabalha há 10 anos com balanceamento, troca de pneus e outros serviços mecânicos, e conserta cerca de 20 carros por dia. A conquistense tem formação em magistério e trabalhou em uma escola municipal da cidade, porém o seu sonho sempre foi ser mecânica. “Quando eu cheguei aqui, fazia outra atividade, mas sempre ficava observando os meninos trabalharem. Eles tiveram muita resistência em me aceitar, até brigaram. Alguns foram embora e falaram que aqui, na oficina, não era lugar pra mulher, e sim para homem. Eu respondia de imediato para eles, ‘não tem isso não, mulher também pode”.

    O caminho até a realização do seu sonho foi cheio de obstáculos e cercado por preconceito. Além das piadas diárias dos clientes, Elza se deparava ainda com atitudes machistas dos próprios colegas de trabalho. “Uma das coisas que me marcou foi eles querendo me ensinar errado só para eu não conseguir, e se faziam de desentendidos para não me explicar. Mas não deixei eles me vencerem não, continuei a observar e anotava tudo. E com pouco tempo aqui, já estava vendo os erros que eles cometiam, ia falar e eles achavam ruim”, relembra a mecânica.

    Outra historia de mulher desbravadora é a Flavia Andrade, 41 anos, motorista de transporte coletivo há oito anos. Bem humorada, ela não se vê em outro trabalho. “Ah, eu adoro isso aqui. Eu não me vejo fazendo outra coisa a não ser dirigindo um ônibus. Gosto de fazer minhas coisas em casa, porém não me vejo em outra profissão a não ser de motorista. Se precisar dirijo o dia inteiro, me sinto como se tivesse algum poder. Adoooooro (risos)”.

    Ela foi uma das primeiras mulheres a dirigir ônibus de transporte coletivo, e por ser mulher enfrentou diversos obstáculos. “O pessoal já se acostumou. Mas antes, no começo, falavam que por eu ser mulher não iria saber dirigir, que não ia conseguir. Duvidavam da minha capacidade, faziam descaso. Foram tantas coisas… Mas nunca desanimei do meu desejo, fiquei cinco anos sofrendo sozinha, só eu de mulher. Me sinto orgulhosa de ter começado a abrir a porta para outras mulheres que hoje são minhas colegas de trabalho”, relembra Flávia. Atualmente, das duas empresas de transporte coletivo que operam na sua cidade, Vitória da Conquista – BA, somente a empresa Vitória emprega mulheres como motoristas. O número aumentou desde a entrada de Flávia, subindo para três, mas, ainda assim, elas são uma minoria.

    As historias de Elza e Flávia, apesar de inspiradoras, são exceções, não é regra geral que uma mulher pode ser aquilo que quiser. Fatores históricos e culturais contribuem para essas diferenças entre os gêneros feminino e masculino. O trabalho laboral, que exige o raciocínio rápido, preciso e a força física, permanece atrelado ao homem, enquanto áreas ligadas ao “cuidar” continuam sendo ocupados pelas mulheres.

    Segundo professora do Curso de Ciências Econômicas da UESB e Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Política e Sociedade (NETPS/UESB), Andréa Braz da Costa,  a “divisão sexual do trabalho baseia-se na divisão de funções diferentes para homens e mulheres, em que situa na esfera da produção o lugar do homem e na esfera da reprodução o lugar da mulher”. Segundo ela, “nessa lógica também se pode identificar uma hierarquização no qual o trabalho do homem se constitui o mais importante, subordinando, dessa forma, o trabalho feminino.”

    No mercado de trabalho também estão mulheres em áreas ditas masculinas por necessidade. É o caso de Esmeraldina Dias Machado, que foi a obrigada a entrar em um novo ramo profissional. Com apenas 23 anos, ela se tornou uma açougueira. “Na verdade, não fui eu quem quis, foi uma necessidade.” Hoje em dia está muito difícil arrumar emprego e o que eu arrumei nessa fase da minha vida foi o açougue, e o meu aprendizado foi na prática. Quando comecei, não conhecia nada, mas aí através do meu patrão fui apreendendo”, explica comenta.

    O trabalho dela é valorizado pelo patrão, já a clientela do açougue formada por homens costuma fazer piadas machistas. “Isso é comum por que eles acham que é uma profissão para os homens, e falam: ‘ah, ela é mulher não sabe de nada. Vai cortar a carne errada’. Mas acho que mesmo assim, nós, mulheres, devemos persistir porque eu vou muito por aquele ditado: a mulher deve estar onde ela quer estar”, afirma Esmeraldina confiante.

    Já Analice Teles desde criança admirou profissões que estiverem relacionadas à segurança. Almejando encontrar trabalhos que fossem dessa área, ela fez um curso básico de segurança e, hoje, conta com orgulho as vitórias. “Fui a primeira segurança patrimonial a ser convocada pelo concurso municipal. De 40 pessoas, fui a única mulher, e depois de alguns meses, convocaram outras. Há pouca participação das mulheres nos cursos e na área de atuação.”

    Como as demais mulheres Analice também já foi muito questionada sobre a escolha da profissão e o seu talento para a profissão. “No início, alguns falaram que a é mulher sexo frágil, que não tem capacidade para defender o patrimônio, perguntavam como eu tinha coragem de exercer essa profissão masculina, e ainda diziam que eu iria perder a minha feminilidade. Só que eu consegui surpreender a todos eles. Hoje, sou admirada pela minha coragem de estar exercendo um papel que é desenvolvido mais pelos homens”.

    Mesmo presente em espaços profissionais tipicamente masculinos, ainda, é visível a desvalorização da atividade desempenhada pela mulher em comparação ao homem. “Evidentemente, as conquistas dos trabalhadores ocorrem ao longo de tempo (de séculos), mas não de modo completo e homogêneo no mundo, e nessa trajetória, seguramente, embora tenha obtido conquistas, não podemos falar de igualdade no mercado de trabalho entre homens e mulheres”, analisa a professora Andrea.

    Além da capacidade profissional posta à prova em ambientes predominantemente masculinos, muitas trabalhadoras ainda têm que lidar com o assédio dos homens. Aline do Nascimento Santos, frentista em um posto de gasolina, relata que a função que desempenha não é difícil, o complicado mesmo é lidar com o assédio sexual diário. “Todo dia, toda hora, sofro com o assédio. Me pedem o whatsapp, o número do telefone, fazem piadinhas, oferecem carona, me dão dinheiro. Acho que eles deviam respeitar mais o meu trabalho. Isso é o que me chateia hoje no meu trabalho. Meus colegas me respeitam e até me defendem desses abusos dos clientes”.

    Pedreira viraliza na internet

    Inspirada pelo pai, Jéssica Mayra Barbosa dos Santos, 23 anos, que mora na cidade de São Paulo, começou a aprender os ofícios da profissão de pedreiro muito nova, aos 13 anos. Interessada em arranjar dinheiro para um novo par de tênis, ela conseguiu o seu primeiro trabalho como pedreira. A partir daí, ela não parou mais. “As pessoas sempre falam porque eu não procuro um serviço mais leve. Mas eu gosto de trabalhar como pedreira, é uma coisa que me relaxa e que eu gosto de me envolver”.

    Apesar da realização profissional ao exercer a profissão escolhida, Jéssica diz que sofre questionamentos e dúvidas frequentes sobre a qualidade do seu trabalho. “Têm pessoas que acham diferente e querem conhecer mais, outras, ficam olhando você trabalhar para ver se vai fazer certinho.”

    Para além dos comentários acerca de sua escolha profissional, após divulgar um vídeo na internet no qual ultrapassou a marca de 45 milhões de visualizações, a pedreira passou a enfrentar situações desagradáveis em sua rede social. “Depois que o meu vídeo viralizou, um ou dois caras tentaram desvalorizar meu trabalho falando que eu queria fama. Porém, eu só coloquei o vídeo trabalhando, não procurei nada demais”.

    A pedreira ressalta como é importante essa transformação no campo profissional e de como a divulgação do seu trabalho pode ajudar outras mulheres. “Acho legal que o cenário está mudando, porque aí quebra esse tabu de que mulher não pode trabalhar com isso, ou de homens que têm preconceito. Antes tinham profissões que a mulher não se encaixavam e, hoje, se encaixam. Então, com meu vídeo, muitas mulheres se identificaram e buscaram força para trabalhar com isso. É uma profissão como qualquer outra, como tem policial homem tem policial mulher, jogador e jogadora.  Então é legal todo mundo ter essa noção das coisas e do trabalho, e de que você também pode ser uma pedreira.”

    Para Jessica: “o importante na vida profissional é o trabalho ser digno, e você estar se sentindo bem. Não adianta eu trabalhar em um escritório, no shopping, se eu não me sentir bem, eu trabalho com isso porque eu gosto. Erga a cabeça e não ligue para o preconceito, o importante é saber quem você é e onde quer chegar”.

    Elza, Jéssica, Flávia, Esmeraldina, Aline e tantas outras espalhadas pelo Brasil servem de motivação para outras mulheres que querem trabalhar em áreas em que há predominância masculina. A desconstrução do preconceito, da diferenciação de gênero e salário exige persistência e a luta constante das mulheres para vencer essas barreiras no mercado de trabalho, algo que já uma realidade, como demonstraram as entrevistadas da reportagem.

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    Roger Campos

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  • SEM PAI: Mãe de filho de Renato desabafa ao Conexão. Acusado continua foragido.

    SEM PAI: Mãe de filho de Renato desabafa ao Conexão. Acusado continua foragido.

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    “Enquanto o assassino está foragido meu filho chora a falta do pai.”

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    Nove meses praticamente se passaram. Novas vidas enfeitaram os lares trespontanos. Mas nesse tempo a dor de uma mãe que viu seu filho ser covardemente assassinado continua sangrando. Renato Batista foi morto com um tiro na nuca por Alessandro Pereira dos Reis, que segue foragido. Uma criança, Davi, filho de Renato com Eliane Castelari, que tinha seis meses quando o crime ocorreu, sofre e chora a falta do pai. E é sobre esse enfoque que o Conexão volta ao caso.

    Nossa reportagem conversou com Eliane Castelari, que viveu um rápido relacionamento com Renato Batista e que acabou engravidando. Ela falou de tudo que vem ocorrendo nesses 9 meses de dor, saudade e impunidade:

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    Conexão – Como tem sido a sua vida, criando o filho do Renato sozinha? Como a criança reagiu a isso tudo, a falta do pai?

    Eliane – Nada fácil, minha vida  mudou muito, eu não tenho mais ajuda e nem o apoio do Renato para me ajudar na criação do Davi. Meu filho sente a falta do papai dele. Tadinho, ele não pode ver uma moto, um capacete, um boné, que acha que o pai dele tá chegando. As lembranças que ele tem do Renato são coisas que me deixam muito triste.

    Ele sente muito a falta do pai. O Davi tinha contato todos os dias com o pai dele. Eu falo que o papai dele foi morar com o Papai do Céu, porque ele ainda não entende as cousas.

    Conexão – Como você cria o Davi?

    Elaine – Sozinha, não tenho ajuda de ninguém, nem da família e nem dos amigos que me disseram que nunca iam deixar faltar nada para o Davi.

    Conexão – O autor do crime, Alessandro Reis, ainda não foi preso. Como você vê isso?

    Elaine – Acho muita injustiça tudo isso, um absurdo! Esse monstro ainda está solto e ainda tem pessoas que me falam que ele está lá na própria casa dele, escondido. Cadê as autoridades que não podem ir lá e dar uma busca na casa ou seguir a mulher dele, os parentes ou fazer rastreamento dos telefones?

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    Conexão – Você tem acompanhado o caso e cobrado providências por parte da polícia?

    Elaine – Tenho sim, eu vou até na promotoria, sempre cobro. A morte dele não pode ficar em vão. Fui na polícia várias vezes  para  saber como está o caso. Eles me disseram que quando eu souber o endereço que o assassino está que é para eu ligar e informar que eles vão prendê-lo. Isso é um absurdo.

    Conexão – Quais as novidades do caso?

    Elaine – Tudo está do mesmo jeito, como se nada estivesse acontecimento.

    Conexão – A motivação do crime foi absolutamente banal: som alto. O que você pensa sobre isso?

    Elaine – Não gosto nem de ouvir som mais. Fiquei com trauma, acho que todos deveriam se respeitar, mas não chega e tira a vida de uma pessoa por causa de som não. Meu Deus, onde estamos? Isso é uma monstruosidade, um absurdo.

    Conexão – O que você diria ao assassino do pai do seu filho, caso ficasse frente a frente com ele?

    Elaine – Nossa, eu acho que a única coisa que eu faria era mostrar meu filho, o filho do Renato para esse assassino. Que direito você teve de tirar a vida de um pai que tinha o sonho de ver o filho crescer? Perguntaria isso a ele.

    O Crime

    Um crime brutal foi registrado pela Polícia Militar de Três Pontas no início da madrugada da quarta-feira, 27 de julho de 2016. Renato Batista, de 28 anos de idade, foi assassinado com um tiro na cabeça na entrada de sua casa, no bairro Bom Pastor, em frente a Maçonaria, atrás do Cemitério Municipal. O acusado é Alessandro Pereira dos Reis, um comerciante de 44 anos que teria envolvimento com o jogo do bicho, segundo a Polícia Militar.

    O crime aconteceu por volta das 00:30. Tudo teria acontecido porque Alessandro, residente na Rua José Gonçalves da Costa nº 93, que já teria um histórico de desentendimento com o vizinho Renato, residente ao lado, no número 103, estaria incomodado com o som alto vindo da casa debaixo.

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    Alessandro, transtornado, saiu de sua casa e teria ido até a casa de Renato. Teria se deparado com a mãe da vítima, pedindo para chamá-lo. Foi quando Renato apareceu na entrada de sua casa e ao perceber que Alessandro estava armado se virou para retornar ao interior da casa, sendo alvejado friamente com um tiro na nuca, ao lado de sua mãe. Alessandro fugiu e Renato acabou sendo socorrido, mas já teria chegado ao Pronto Atendimento Municipal sem vida.

    A entrada da casa ficou cheia de sangue. Renato ainda teria pedido para que o socorressem e não o deixassem morrer.

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    Sangue de Renato derramado na entrada de sua casa.

    “O assassino não teve amor por um ser humano. Ele deu um tiro na nuca do Renato que estava ao lado da mãe dele.”

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    Três Pontas não registrava homicídio por arma de fogo desde 2010

    Três Pontas estava entre as 10 cidades brasileiras com mais de 40 mil habitantes que não registrava uma única morte por arma de fogo desde 2010. Mas essa estatística foi quebrada no início da madrugada de uma quarta-feira (27 de julho de 2016), quando Renato Batista de 28 anos acabou sendo assassinado com um tiro na cabeça dado pelo vizinho Alessandro Pereira dos Reis.

    No ano passado, o Conexão conversou com o Tenente Bruno Neves que explicou essa boa estatística de, até então, 5 anos sem um homicídio sequer por arma de fogo em Três Pontas:

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    Saiu uma reportagem na site da Revista Exame abordando sobre estas cidades, com mais de quarenta mil habitantes, que não registraram nenhum homicídio com arma de fogo nos últimos anos. Destas cidades a única mineira é Três Pontas e no Brasil são dez. Na minha opinião isso é uma questão cultural, também a localização que a cidade se encontra, da tranqüilidade, e também do trabalho constante que a polícia faz, principalmente no acompanhamento criminal, na área de geoprocessamento, área de referenciamento, da inteligência de segurança pública aplicada diretamente na questão de polícia preventiva, porque o fato de não ter homicídio com arma de fogo, não quer dizer, que isso é aleatório, isso é em virtude do trabalho da Polícia Militar, pela quantidade de armas que são apreendidas, a quantidade de problemas envolvendo a criminalidade, principalmente o trafico de drogas”, explicou.

    Mas infelizmente isso agora é passado e mais uma vida se foi por causa de discussão banal e um homem armado, com arma de fogo, que preferiu resolver na bala sua diferença.

    ONDE ESTÁ O ACUSADO DE ASSASSINATO?

    Nossa reportagem conversou com pessoas próximas ao acusado de ter matado Renato. essas pessoas comentaram que havia a possibilidade de Alessandro Reis se entregar no início deste ano, o que acabou não ocorrendo.

    De acordo com informações apuradas junto a Polícia Civil várias denúncias sobre o paradeiro de Alessandro Reis chegaram até a sede de Delegacia da Polícia Civil. Elas teriam sido checadas, mas Alessandro continua foragido.

    A última informação levantada é de que Alessandro estaria escondido numa propriedade rural ou fora do estado de Minas Gerais.

    Esse caso não pode ficar impune e o Conexão Três Pontas continuará cobrando! Quem ver esse homem DENUNCIE! Ligue para o 190. Não é preciso se identificar.

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    Roger Campos

    Jornalista

    (MTB 09816)

  • A QUEDA DAS TORRES GÊMEAS: Obama e famílias de vítimas lembram os 14 anos do 11 de Setembro

    A QUEDA DAS TORRES GÊMEAS: Obama e famílias de vítimas lembram os 14 anos do 11 de Setembro

    Presidente americano fez um minuto de silêncio no jardim da Casa Branca. Familiares terão cerimônia no memorial do World Trade Center.

    As quase 3 mil pessoas mortas nos ataques de 11 de setembro de 2001 são homenageadas nesta sexta-feira (11) em cerimônias em Nova York, Pensilvânia e Washington para marcar os 14 anos dos ataques com aviões sequestrados por militantes da Al Qaeda.

    Em Washington, o presidente Barack Obama participou de um minuto de silêncio na Casa Branca. Obama também irá participar de um encontro com membros do serviço militar em Fort Meade, base militar em Maryland.

    A cerimônia em Nova York irá seguir um molde já utilizado. Os nomes dos mortos serão lidos em voz alta no local onde as torres gêmeas do World Trade Center foram derrubadas por dois aviões naquela manhã de 2001. A cerimônia será marcada por minutos de silêncio para lembrar os momentos em que os aviões bateram e as torres caíram.

    “Não vamos fugir de como foi feito no passado. Vamos começar às 8h46 e a leitura dos nomes de membros das famílias provavelmente demorará algumas horas”, disse Michael Frazier, porta-voz do Memorial do 11/09 em Nova York, sobre a cerimônia desta sexta-feira.

     

    Fonte G1