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  • FALA SÉRIO – A Cultura do MiMiMi em Três Pontas e no Brasil

    FALA SÉRIO – A Cultura do MiMiMi em Três Pontas e no Brasil

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    MiMiMi: palavra que ainda não consta no nosso vocabulário de forma oficial. Mas que todos já conhecem o seu significado. MiMiMi é quando alguém faz birra por algo, fala muito sobre um tema, procura encontrar desculpas, respostas, retruca demais. O mundo na atualidade está vivendo a fase do MiMiMi. As pessoas estão muito ‘dodóis’. Não se pode argumentar, não se pode falar, não se pode dar opinião, mostrar a cara. Tudo hoje é motivo de contra-argumentação, de respostas atravessadas, xingamentos, apelações, brigas, discussões, debates acalorados. É muito MiMiMi de fato.

    Vamos elencar alguns MiMiMis do momento contextualizando para a nossa realidade em Três Pontas e no Brasil:

    _ No futebol se um jogador sai driblando começam os MiMiMis, adversários acham humilhação e querem briga. Comentaristas acham desnecessário…

    _ Em casa, na educação dos filhos, quando os repreendemos, falamos ao invés de bater (já que palmada não pode mais), começam os MiMiMis. Rebentos dizendo que somos chatos, falamos demais, pegamos no pé…

    _ Nos relacionamentos, quando não reparamos no novo penteado da mulher ou namorada, ah meu Deus, começam os MiMiMis. Sempre dizem que estamos sem interesse, que ‘as da rua’ a gente olha, repara e elogia. A de casa não.

    _ Na sala de aula, quando nós professores estamos passando conhecimento e alguém desgraçadamente continua fuçando no celular e pedimos para parar, juntam-se todos em coro e começam os MiMiMis. Professor chato, mala, fica pegando no pé.

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    _ Quando acharam um absurdo o fato do Boa Esporte ter contratado o goleiro Bruno, muitos ‘neo-moralistas’ iniciaram os MiMiMis que foram-se amplificando. Nossa gente, deixa O COITADO trabalhar, o que é que tem de mal nisso? Afinal ele já pagou. Há muitos ladrões e bandidos por aí. Aqui em Três Pontas tem muita gente pior que ele… É, certamente agredir, matar, esquartejar e dar a mãe do seu filho para cães comerem não deve ser assim tão grave… Né? (atenção que estou sendo irônico).

    _ Quando as minorias queriam e clamavam por direitos iguais tudo estava lindo e maravilhoso. Mas a partir do momento que eles (merecidamente claro) passaram a ser respeitados, parece que aqueles que pensam diferente mereciam a ser achincalhados, agredidos verbalmente, acusados disso e daquilo. Ou seja, os MiMiMis vieram a cavalo…

    Se alguém não concorda com casamento Gay é homofóbico. Se o cara é palmeirense é inimigo mortal de corinthiano. Se o cara escuta rock é drogado. Se escuta funk é piranha… Pára gente!!! Como assim???

    _ Quando se mora numa cidade pequena, habitada por uma fatia de pensamento idem, qualquer escrito nas redes sociais é motivo para se iniciar a Terceira Guerra Mundial. Entre os adoradores do PT e os que consideram a estrela vermelha a Gang dos Petralhas houve uma batalha assustadoramente animalesca. Muitos MiMiMis pelos que defendem o Lulinha e outros MiMiMis pelos que o odeiam.

    _ Se o assunto for religião, Nossa senhora Aparecida, Cruz Credo, Ave Maria, Sai de Retro Satanás, Deus me livre, ‘Mangalô cavalo doido três vezes’. É, mais uma vez se iniciam os MiMiMis.

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    _ Eu mesmo, dependendo do que publico (jornalismo é a arte de publicar algo que sempre desagradá alguém) começa um terremoto. Cem pessoas gostam, 10 odeiam. Acho que nem odeiam o texto ou a mim. Mas sim a repercussão que tem e coçam de inveja. Mas é normal, sem MiMiMi por favor! Pessoas muitas vezes desprovidas de caráter, autoconhecimento, discernimento, lógica e moral, vomitam seus MiMiMis à revelia. Nossa, você viu aquilo? Que horror… Pra quê aquilo? Desnecessário… Chuva de MiMiMis… Quem sabe se é desnecessário ou não é o autor. E desnecessário mesmo é um leitor que lê só para criticar, sem ter algo mais produtivo para fazer, embora tenha outros bons sites para se aprofundar…

    _ E as enquetes? Pausa para os risos (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk). Desculpem, nova pausa para os MiMiMis… Tudo é motivo para aqueles que querem ser diferentes, oposição, do contra, avesso, destaque para aparecer, ganhar minutinhos de fama. E é bom lembrar que as enquetes continuarão, com ou sem os MiMiMis… Amo polêmica…

    _ Mudaram as vagas de estacionamento de lado. Começou o MiMiMi. Mudaram a coleta de lixo de horário. Começou o MiMiMi. Perdeu cargo público. Começou o MiMiMi. Reclamaram do som alto que incomoda muitas pessoas. Começou o MiMiMi. Questionaram os cavalos soltos e os peões que dividem espaço na via pública com carros e motos. Começou o MiMiMi. Pediram solução para os cães abandonados que dividem espaço com doentes no PAM, nos postos e ainda perseguem e mordem motociclistas. Começou o MiMiMi.

    Tudo deveria ser resolvido na palavra, de forma educada, sem MiMiMi. MiMiMi de sol alto já resultou na imbecilidade de crime covarde, um tiro na nuca, ao lado da mãe. E, por falar nisso, cadê o autor?

    É muito MiMiMi pra pouca gente. Estamos engessados, amarrados, controlados, vigiados, censurados, ordenados, obrigados, escravizados, condenados. Nada pode, tudo dói, tudo agride, tudo ofende, tudo é motivo pra se discutir, pra se encerrar uma amizade, para bloquear um amigo, cortar seu post agressivo e apelativo, banir. Até eu faço isso com frequência… Obrigado, é claro, diante do comportamento vil de alguns infelizes. Digamos questão de escolha, ser meramente seletivo.

    O mais triste é ver que esses MiMiMis só agitam coisas sem tanta relevância. Fatos realmente importantes os MiMiMis se acovardam, camuflam, se escondem. Estão acabando com a nossa aposentadoria. Cadê os MiMiMis realmente fortes? A cada dia uma nova corrupção nesse país medíocre. Cadê os MiMiMis realmente fortes? Acharam soda no leite, rato na coca-cola, barata no sanduíche, papelão na carne, água sanitária no suco, etc.etc.etc. Dizem que acharam até o décimo dedo do Luís Inácio. Será que acharão a Elisa? Será que realmente prenderão os bandidos de gravata? Cadê os MiMiMis realmente fortes?

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    E o preço alto da gasolina? Do ônibus? E a sacanagem de não se conseguir uma consulta médica por ser pela Unimed? Mas se for particular tem sim senhora!!!

    Três Pontas não tem cinema. Três Pontas não tem pista de moto para se fazer exame de auto escola. Três Pontas não tem médico em todas as especialidades. Três Pontas não tem creches como deveria ter. Três Pontas ainda tem ruas de terra, esburacadas e pessoas no limite da pobreza. Três Pontas tem sol e falta d’água. Três Pontas tem chuva e alagamentos. Três Pontas tem motoristas mas não tem neles educação. Três Pontas tem carro que aparentemente não tem seta. Três Pontas tem muitos bares mas também tem mesas e cadeiras colocadas sobre a calçada impedindo o pedestre de trafegar. Três Pontas tem lei mas essas não são pra todos.

    Carros parados em fila dupla, carros estacionados sobre a faixa de pedestre em frente a Panificadora Netto, postes sem iluminação, ruas escuras, a porcaria do serviço das operadoras de telefonia móvel. Cadê os MiMiMis?

    E se queremos falar de Deus? Nossa, hoje em dia é mais fácil falar que é ateu do que cristão. As pessoas as vezes acham um saco falar de Jesus. Acham um MiMiMi Sagrado…

    E quando os socorristas voluntários chegam pra salvar uma vida e ela já foi igual entulho dentro um carro comum? Aí os Anjos da Vida ficam bravos, com razão. Para muitos não passa de MiMiMi… Ah, vamos levar igual gado mesmo. O que importa é chegar rápido…

    Enfim, caros leitores e atiradores verbais do MiMiMi, defender o que achamos certo é quase um crime. Exercer o livre direito de expressão é arrumar encrenca. Gozar da tal democracia é utopia. Enquanto sobram MiMiMis falta racionalidade. Enquanto os MiMiMis ecoam o respeito agoniza. Enquanto se fala demais se faz de menos. Viva a tal modernidade e seus MiMiMis. Gente com fiapo de cueiro no bumbum se achando a última bolacha do pacote. E tem que ser Óreo!!!

    Deu até vontade de fazer uma enquete perguntando quantos MiMiMis essa crônica terá…

    Vou ficando por aqui, chega dos meus MiMiMis. Afinal também sou filho de Deus…

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    Roger Campos

    Jornalista

    (MTB 09816)

  • FALA SÉRIO: Nos Bailes da Vida por Antonio Jorge Rettenmaier

    FALA SÉRIO: Nos Bailes da Vida por Antonio Jorge Rettenmaier

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    Aprendemos a dançar. O primeiro passo vem do acalanto do colo. Para engatinhar. Depois as canções de roda. Para brincar. Mais tarde, vêm os primeiros passos nos compassos, e já descompassos. Eles chegam sem avisar. Alguns passam rápidos. Outros chegam para ficar. Na memória. Na saudade. Eternas.

    As primeiras notas podem ser de uma música perdida no tempo. Como melodias cantadas pelo vento. E quando chegam os primeiros amores, as baladas. Preguiçosas. Como o coração. E a razão. Prevalece mais a intuição. E não se pode dizer que também não virão então, os primeiros tangos e tragédias. Mas as baladas ficarão inacabadas. Para sempre recordadas. Porque deverão dar lugar as canções do suspiro ao luar. Para quem começar a amar.

    E também a chorar. Ainda bem que no meio delas todas, sempre aparecerá o brilho. Do amanhã. Da esperança. Como se ao som do samba e carnaval. Irreverentes. Descontraídos. Bem como se precisa para esquecer. Recomeçar. E se ainda não entendemos os bailes da vida, um vai começar. Com marcha triunfal. Nupcial. De sonhos. Projetos. Amanhãs. Que logo poderão se tornar ontem. Passados.

    Porque nos esquecemos de aprender novos passos. De como bem amar. Ser amados. Perdoar. Ser perdoados. Na maioria das vezes colocamos a tocar o metal pesado. Para tudo arrebentar. Quebrar. Esquecer. Mas sempre vão ficar algumas notas. Poucas é claro. Mas que fazem lembrar. Pensar. Podemos até solfejar. E nos condenar. Não devemos lembrar. Faz mal para quem não soube amar. Ou ser amado.

    O certo, entretanto, é o que ainda queremos ouvir. Ao final dos bailes da vida. E por ela podemos sorrir. Ou chorar. O bom é que muitos nas últimas notas da orquestra poderão dizer. Eu soube dançar. Viver. Sorrir. Ser. Amar. Pois é… Eu aprendi a ser nos bailes. A vida.

    Antonio Jorge Rettenmaier

    Escritor, colunista e palestrante.

    Autor dos Livros “Parecem Mentiras” “Ele!”, “Fala Sério!” e “Do Fracasso ao sucesso na arte de viver!”

    Contatos com autor em ajrs010@gmail.com.

     

  • DE ITAMAR A TEMER – Fala Sério, por Roger Campos

    DE ITAMAR A TEMER – Fala Sério, por Roger Campos

    O Brasil meio que já revive um cenário de impedimento de um presidente da República. Em 1992, quando Collor renunciou, Itamar Franco assumiu. E agora, se Dilma for de fato impedida, Temer assumirá provisoriamente até que novas eleições sejam marcadas em caráter de urgência, ou não.

    O primeiro impedido foi Fernando Collor de Mello que, antes da aprovação contra ele preferiu tentar renunciar em 29 de dezembro de 1992, para não perder seus direitos políticos (hoje, inclusive ele é senador da República e votará, ironicamente, o impedimento referente a Dilma Housseff). Com a aprovação do pedido de impeachment ontem na Câmara dos Deputados, o Senado receberá o processo contra a mandatária petista.

    Abraço entre o ex-presidente Collor e a atual presidente Dilma.

    Quando Collor, o presidente esportista do bordão “Minha Gente!” caiu, o Brasil viu um batalhão de jovens nas ruas, chamados de cara-pintadas. Eles foram fundamentais para que a política na época fosse passada a limpo. O empresário Paulo César Farias foi tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco, nas eleições presidenciais brasileiras de 1989. Foi a personalidade-chave que causou o primeiro processo de impeachment da América Latina, em 1992. Os parlamentares reunidos em plenário para a votação do impeachment, decidiram que o presidente Collor não poderia evitar o processo de cassação, pela apresentação tardia da carta de renúncia. Collor ficou inelegível durante 8 anos. Acusado por Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, em matéria de capa da revista Veja, em 1992, Paulo César Farias seria o testa de ferro em diversos esquemas de corrupção divulgados de 1992 em diante.

    Em valores atuais o “esquema Paulo César” arrecadou, exclusivamente de empresários, o equivalente a US$ 8 milhões em dois anos e meio do governo Collor (1990-1992). O “esquema PC” movimentou mais de US$ 1 bilhão dos cofres públicos.

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    Itamar assumiu e com ele veio um grande trunfo: o Plano Real, que mudou favoravelmente a cara da economia brasileira, depois de Collor e sua ministra Zélia Cardoso terem congelado as poupanças. O Brasil aos poucos se fortaleceu. Também não dá pra comparar a crise daquela época com a de hoje, essa atual absolutamente sem precedentes.

    Se Dilma cair, tudo indica que ela não renunciará. E isso será um problema para Temer, que terá que enfrentar a fúria do PT, agora novamente como partido de oposição (sua clara inspiração), políticos cheios de raiva e encabeçados por um Lula que sabe como poucos arrebanhar fiéis (mais do que muitos pastores inclusive). Temer ainda terá que compor um novo governo, certamente com muitos cargos e apoio gritante do PSDB. Terá que enfrentar a Lava Jato que, até 31 de dezembro, continuará sua “caça as bruxas”. Depois disso irá para o Supremo e aí as coisas caminharão a passos de tartaruga. Temer também não terá um trunfo na manga, como o Plano Real. Não dá agora pra cogitar um Plano Real 2 – A Missão.

    O fato é que Temer, assim como o saudoso Itamar, não receberam votos populares, se igualam na personalidade tímida e discreta. Certamente o atual vice-presidente não se elegeria em nenhuma eleição com esse peso. Portanto se deve encarar, caso ele assuma o posto máximo da Nação, apenas e tão somente como um tapa buraco, algo realmente provisório.

    O cenário que espera por Temer é uma incógnita, uma economia imprevisível que, segundo economistas e cientistas políticos, só deve começar a crescer em 2019, quando de fato um novo mandato se iniciará por mais 4 anos.  Esses mesmos especialistas afirmam agora que se Dilma não for impedida o Brasil mergulhará numa crise ainda maior podendo inclusive chegar ao assustador percentual de queda de 6% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2016, o que seria visto como uma das maiores crises de todos os tempos no Brasil.

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    Caso Temer assuma, apesar se ser sim um governo “temeroso”, com perdão do trocadilho, a tendência é que investidores voltem a acreditar no Brasil, volte a haver contratações e mais fé por parte dos empresários.

    Mas Temer terá que, pelo menos, fazer a Reforma da Previdência, pelo menos isso. Senão o barco chamado Brasil continuará à deriva. Temer também, não nos iludamos, terá, segundo especialistas, que provocar aperto, inclusive com corte de programas e a volta da temida CPMF. Ajustar as contas é o primeiro grande desafio.

    Enfim, a situação é muito complicada. Se Temer virar presidente ele não poderá viajar. Já imaginou sermos governados, mesmo que interinamente, por Eduardo Cunha? Vai que o Cunha seja preso ou morra (longe de mim desejar isso), o Brasil ficará nas mãos de Renan Calheiros? É isso mesmo minha gente?

    Cunha, Temer e Calheiros.

    E, como se vê, pra qualquer lado que a gente olhe, a coisa tá feia. O PT sangrou o Brasil de tal forma que a corrupção, apesar de deflagrada como nunca tenha sido vista, se tornou endêmica e inaceitável em todo mundo. Se Dilma é ladra ou se apenas ela não tenha dado conta do comando os país, eu não sei. Só o tempo mostrará. Mas o fato é que o projeto petista, com grande apelo assistencialista, já deu o que tinha que dar. Uma grande mudança precisa ocorrer, seja pelas próprias mãos de Dilma ou do vice Temer.

    De Itamar a Temer, nas duas histórias do impeachment, independente da coloração vermelha ou verde e amarela, quem sempre sai perdendo é o povo brasileiro.

    Afinal, pro horizonte é que se olha, pra frente é que se anda…

    Temer e Itamar, juntos, em reunião do PMDB no fim dos anos 90.

    Roger Campos

    Jornalista (MTB – 09816)

  • FALA SÉRIO Por ROGER CAMPOS – Alguma coisa está fora da ordem

    FALA SÉRIO Por ROGER CAMPOS – Alguma coisa está fora da ordem

    As coisas no mundo são muito “interessantes” e sempre se abrem novos temas para discussão. Quando invadiram o jornal francês Charlie Hebdo e mataram os colegas jornalistas o mundo parou e protestou. Quando o terrorismo em Paris fez novas vítimas recentemente de novo vimos manifestações. Inclusive aqui no Brasil. E tá certo protestar sim pela liberdade de expressão e fim do terror.
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    O problema é que acontecem coisas gravíssimas debaixo dos nossos narizes aqui no Brasil, com nossa gente e ninguém faz nada, fingimos não ver, as tevês não dão destaque e tudo fica no esquecimento. Mataram ontem um médico de 35 anos que saia do plantão, mas certamente por ser chamado de “coxinha”, membro da tal “elite branca” ninguém fez nada, nenhum protesto.
    Mataram o menininho indígena, verdadeiro herdeiro dessas terras. E de novo não vi nenhum manifesto. Cadê os black Blocs? cadê os cara-pintadas? Cadê o patriotismo? Cadê a compaixão e a coragem?
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    A questão minha gente é que aqui no Brasil brancos e pretos, pobres e ricos, homens ou mulheres são mortos diariamente e ninguém faz nada, apenas computam nas estatísticas, que não servem para praticamente nada. E quantos policiais estão sendo mortos por bandidos? Ah, mas se um bandido é preso ou morto a família tem a cara de pau de pedir indenização e até processar quem atingiu o marginal.

    É comum vermos o tal Direitos Humanos reivindicando o direito dos vagabundos, dos marginais, mas não vejo defender o trabalhador honesto que sai para a labuta diária e fica pelo caminho, alvejado por balas ou perfurado por lâminas, deixando esposa e filhos órfãos.
     
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    Eu não vi o mundo lamentar a tragédia da lama da Samarco em Mariana, que ceifou vidas, destruiu sonhos, paralisou projetos, acabou com o futuro de muitos. Aliás, o que tem de caso escabroso sendo esquecido no Brasil diante dos escândalos frenéticos de corrupção é realmente de assustar.
     
    Precisamos passar a olhar melhor pro nosso próprio umbigo, perceber que tem gente do nosso lado, na nossa rua, na nossa cidade, no nosso país passando fome, morrendo todo dia por mazelas, doenças e violência.
     
    Precisamos parar de estereotipar as pessoas, parar de fingir que não é com a gente. Não precisamos virar as costas para o que ocorre lá fora, mas devemos primeiro fazer o dever de casa. Pra aquilo que está realmente ao alcance das mãos.
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    Jornalista Roger Campos
    10/01/2016
  • FALA SÉRIO por Roger Campos – Juventude Perdida

    FALA SÉRIO por Roger Campos – Juventude Perdida

    PRECISO COMENTAR…
    O mundo está realmente perdido… Agora pouco, por volta das 20 horas, fui a um trailler na Avenida Ipiranga comer um sanduíche. Cheguei, pedi e me sentei. De repente sentaram-se 3 meninas perto de mim, bem vestidas, boa fisionomia, bonitas até, parecendo bem educadas, de berço, de família… Aparentemente duas delas devem ter 15 anos (16 no máximo) e outra, menorzinha, franzina, de no máximo 12 anos. Enquanto aguardava meu hamburguer escutei uma conversa que me deixou, no auge dos meus 40 anos e da minha experiência de vida, estarrecido e perplexo:

    Menina de 15 anos
    _ Ah, sexo é realmente bom demais. Nossa, uma delícia… Adoro…

    Menina de 12 anos
    _ Fala baixo, tem um cara (Eu) aqui do lado…

    Menina de 15 anos
    _ Esquenta não, o que é bom é pra ser falado. E se não quiser engravidar é só tomar anticoncepcional, fazer a tabelinha. O 16º dia é o dia fértil e nesse dia não dá pra transar.

    Menina de 12 anos
    _ Claro, eu sei disso.

    Menina de 15 anos
    _ Claro que sabe, lembra que você brincou pra ver se engravidava e depois da transa ainda ficou de cabeça para baixo?

    Menina de 12 anos
    _ Pára de falar, os outros vão ouvir.

    Menina de 15 anos
    _ Esquenta não, eu gosto de fazer e de gritar quando faço…

    Gente, pelo amor de Deus, parem o Mundo que eu quero descer. Que modernidade é essa? Crianças já fazem e falam de sexo como se fossem brincar de bonecas… Há vinte anos atrás as meninas nessa idade só queriam brincar e colecionavam Barbies. Hoje, infelizmente, muitas trocaram a boneca por um “brinquedo” que tem ereção, ejacula, pode engravidar e passar doenças… E falam como se fosse normal. Roupas cada vez mais curtas. Coxas e decotes com seios ainda em formação quase que totalmente à mostra. Meu Deus, onde vamos parar? Eu tenho duas filhas e mesmo dando educação e vivenciando as coisas de Jesus e da Santa Igreja Católica, tenho muito medo…

    A Praça Cônego Vítor durante a noite virou um drive-in. Pegação total. Adolescentes se esfregando, sentando um no colo do outro, quase pelados e muita gente acha isso normal…

    Isso tudo sem falar das más companhias, brigas de gangues, confusões, uso de drogas e bebidas com frequência. Até nas escolas públicas a situação é caótica. Brigas de meninas frequentes, quase todos os dias e muita gente assiste e incentiva ao invés de separar. Onde está a segurança? Cadê o policiamento? Cadê os pais?

    Se por um lado essa “molecada” tem acesso a alta tecnologia (jamais saberão o que é brincar de bolinha de gude, esconde-esconde, polícia e ladrão, queimada, futebol de botão, etc.) por outro estão tendo à inteira disposição tudo o que a rua oferece de negativo. Os pais cada vez mais ocupados, trabalhando duro, noite e dia e os filhos soltos, largados, entregues e a mercê de vícios, crimes, sexo e tudo mais.

    Mas as redes sociais incentivam o lixo cultural. As novelas deturpam a sexualidade e tudo parece lindo, normal, correto…

    Outro problema é a venda ilegal e o uso indiscriminado de anabolizantes nas academias. Muitas meninas estão usando “bomba”, engrossando a voz, se masculinizando, em busca de uma barriguinha perfeita, bumbum empinado e corpo sarado pra chamar a atenção dos meninos que dirigem o carrão do papai sem ter carteira de motorista e que “embucham” essas adolescentes que param de malhar, estudar e viver essa importante fase para cuidar do filho… Sozinha! Porque na maioria dos casos o “carinha já saiu fora”, “vazou”…

    Junta-se a tudo isso uma lei retrógrada, arcaica e complacente com os erros da juventude. O menor de 18 anos pode votar, em breve poderá dirigir. Mas hoje ele já fuma, bebe, transa, engravida, aborta, briga, rouba e mata. Desobedece, grita e até bate nos pais. O professor então virou saco de pancadas… Mas como é de menor, não dá nada, não sabe o que faz, não pode responder por seus atos. Fica solto, ri e goza da cara da sociedade…

    Realmente não sei mais onde estou, em que mundo vivemos e onde isso vai dar. Se por um lado falta água, respeito, educação, direitos básicos, cumprimento de leis e regras, sobra alienação, selvageria, irresponsabilidade. E muito disso regado as danças apelativas e que imitam o ato sexual nos bailes funk. Que saudade da inocência, do descobrir o que se tinha debaixo daquele biquini que cobria muito e que ainda sim era sensual.

    Eu tive infância, inocência, descobertas incríveis. Minhas filhas já não conseguem viver as mesmas coisas. E quando eu for avô, sinceramente, nem sei se ainda haverá juventude plena, sonhos, moralidade, respeito e vida…

    Esse texto faz exatamente um ano que foi publicado e está muito mais atual.

    Pra mim, só existe um caminho, uma salvação: Jesus Cristo!

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  • FALA SÉRIO por Roger Campos: A INTOLERÂNCIA TOMOU CONTA

    FALA SÉRIO por Roger Campos: A INTOLERÂNCIA TOMOU CONTA

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    Fala sério! Infelizmente a palavra da moda é a INTOLERÂNCIA. No dicionário significa: atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Ou seja, as pessoas não respeitam as opiniões dos outros. Isso está muito visível, latente nos dias de hoje.

    O filósofo Leonardo Boff pontuou recentemente esse tema: “O assassinato dos chargistas franceses do Charlie Hebdo recentemente e a última eleição presidencial no Brasil trouxeram à luz um preconceito latente no mundo e na cultura brasileira: a intolerância.”

    O povo brasileiro é passional. Quer resolver tudo no grito, na marra, na força. Observamos diariamente vários exemplos.

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    A intolerância racial talvez seja uma das mais antigas e ainda fortemente presente nos dias de hoje. Ser negro no Brasil, para alguns ou muitos, ainda significa ser menor, ser de uma linhagem inferior. Sempre ouvimos dizer: “eu não sou racista…” Mas essa situação degradante em desfavor dos negros está infiltrada até do seio das polícias. Numa abordagem de dois homens, sendo um branco e um negro, certamente, na maioria dos casos, o negro será o principal suspeito, apenas e tão somente por ter a pele escura.

    Há aqueles que agridem fisicamente e até matam homossexuais simplesmente porque se acham nesse direito. São chamados de homofóbicos, aqueles que têm total aversão aos gays, lésbicas, bissexuais e simpatizantes.

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    Mas a que mais cresce é a intolerância religiosa. Essa está contaminando o mundo de tal forma que já se teme uma terceira guerra mundial. O exemplo mais extremo, nos dias de hoje, é o EI (Estado Islâmico) que mata e mostra a crueldade das mortes em filmagens para que todos vejam do que eles são capazes. Afogam, queimam vivos, decapitam, fuzilam, esquartejam, empurram de cima prédios, enforcam, crucificam, etc… Tudo em nome de um suposto deus. Os cristãos são os grandes alvos. Nem crianças escapam.

    Na política então, a intolerância ganha contornos ainda mais perigosos. Tucanos e petistas têm travado verdadeiros conflitos tantos no campo das palavras quanto nas vias de fato através de seus militantes. Aqui em Três Pontas é comum troca de acusações pesadas, xingamentos, atitudes baixas que mostram o nível em que a política se encontra, praticamente rasteira e que desagrada a grande maioria da população. O ego acaba falando mais alto. Já pensou se os grupos deixassem a rivalidade e se unissem verdadeiramente em prol da cidade de Três Pontas? Não, isso não vai acontecer, é utopia.

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    Outro tipo de intolerância que preocupa muito, aqui no Brasil, é a intolerância nas escolas, onde os professores deixaram de ser os mestres do saber e viraram saco de pancadas de alunos e verdadeiras quadrilhas juvenis. O bullying (termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder) praticado nas escolas ultrapassou todas as esferas da racionalidade. Em Três Pontas, assim como em outras partes do Brasil é comum diariamente vermos gangs de meninas de digladiando nos arredores das escolas. Hoje mesmo eu flagrei meninas trocando socos e pontapés em frente ao Supermercado do Moacyr e uma plateia de alunos incentivando a briga ao invés de separar.

    Por fim, é preciso falar da intolerância ao verbo, ao direito da livre opinião. Pessoas que têm opiniões contundentes, claras e corajosas, são alvos da ira e da indignação de pessoas que por terem opiniões contrárias não sabem respeitar as divergências de ideias, apesar de pregarem o livre direito de expressão. Ou seja, pregam uma coisa e agem na contramão do que falam. Não se respeita mais a opinião distinta. E o que mais se percebe são pessoas que querem expor suas ideias, querem falar, mas temem, se calam diante de represálias causadas por essa palavrinha da moda: a intolerância.

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    Fala sério! Se vivemos num país democrático e miscigenado, culturalmente multifacetado, a intolerância deveria ser reprimida com a mesma veemência e voracidade com que erguem algumas bandeiras. Se as pessoas têm o direito de achar o azul mais bonito, outros deveriam ser livres e respeitadas por achar o rosa o mais belo.

    O ser humano está à flor da pele, está mais sensível, pronto para o embate por mais irrelevante que sejam os temas e questões. Hoje, infelizmente, muitas pessoas, por mero prazer ou inveja, ódio ou algum sentimento perverso incutido na índole e na formação do caráter, preferem atirar gasolina ao invés de tentar apagar a fogueira da intolerância.

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    Como diria Renato Russo: ““É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…”

  • Fala Sério por Roger Campos – O POETA NÃO MORREU: Após 25 anos de sua morte, Cazuza segue vivo em festas, rádios e shows

    Fala Sério por Roger Campos – O POETA NÃO MORREU: Após 25 anos de sua morte, Cazuza segue vivo em festas, rádios e shows

    Cantor e compositor carioca morreu em 7 de julho de 1990, vítima de complicações decorrentes da aids

    O poeta não está mais vivo, mas sua poesia, sim. Há exatos 25 anos, uma das figuras mais populares e talentosas da música brasileira morria precocemente. Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, faleceu em 7 de julho de 1990, vítima de complicações decorrentes da aids, mas sua música ainda é tocada em festas, shows e rádios.

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    A relevância de Cazuza ainda hoje pode ser quantificada em números: um quarto de século depois de morrer, ele ainda figura nas listas dos cem maiores arrecadadores do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). Na contagem que calcula arrecadamento de direitos em música ao vivo, o carioca figura na 25ª posição. Para o comunicador do Grupo RBS Márcio Paz, a explicação pode estar no fato de que, em todo esse tempo, não houve alguém que preenchesse o vazio deixado com a morte do poeta. Acho que os fãs ficaram órfãos, porque não surgiu nenhum substituto.

    A emoção acabou,

    que coincidência é o amor,

    a nossa música nunca mais tocou…

    25 ANOS SEM CAZUZA – 25 MOTIVOS PARA CONINUARMOS REVERENCIANDO O POETA DO ROCK

    Há exatos 25 anos, silenciava um dos artistas mais emblemáticos do rock brasileiro. Com língua presa e poesias cortantes, das letras românticas ao achincalhamento da burguesia, Cazuza cantou temas tabus e reclamou direitos aos marginalizados – ele próprio, apesar de filho de classe média, era bissexual e morreu de Aids, aos 32 anos. Expôs a própria vida. Exagerou. Cravou o nome na história da musicografia brasileira. Neste aniversário, lembramos 25 razões por que não esquecê-lo.

    1. CD de inéditas

    Será lançado disco com letras de Cazuza, musicadas por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rogério Flausino, Baby do Brasil, Seu Jorge e Bebel Gilberto, amiga de infância dele. Ele deixou 65 letras inéditas.

    1. Exagerado

    Em apenas nove anos de carreira artística, ele compôs 190 obras e 229 fonogramas, diz o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. Exagerado é a mais tocada (nos últimos cinco anos), seguida por Bete balanço e Malandragem.

    1. Instituição

    Criada por Lucinha Araújo três meses após a morte do filho – e, portanto, às vésperas de completar 25 anos -, a Sociedade Viva Cazuza fornece medicamentos, exames e assistência a portadores de HIV. São atendidos 140 pacientes.

    Eu quero a sorte de um amor tranquilo 
    Com sabor de fruta mordida
    Nós na batida, no embalo da rede
    Matando a sede na saliva

    1. Exposição

    Sediada no bairro Laranjeiras, a Viva Cazuza tem uma mostra permanente, com os discos de ouro recebidos por ele, instrumentos musicais e objetos pessoais, como uma máquina de escrever, presente da avó materna.

    1. Resgate

    Só as mães são felizes (1997), de Lucinha Araújo em parceria com a jornalista Regina Echeverria, com mais de 100 mil exemplares vendidos e esgotado, será reeditado e ampliado neste ano.

    1. Livros
    Entrevistei o Barão Vermelho e o grande parceiro de Cazuza, o vocalista Roberto Frejat, por duas vezes e nesta fiz um especial sobre o poeta maior do rock brasileiro.

    A dupla fez Eu preciso dizer que te amo (Globo, esgotado), com letras e poesias, inclusive inéditas. O tempo não para: Viva Cazuza (Globo, R$ 39,90), da mãe, tem depoimentos de Ney Matogrosso, com quem ele namorou, Sandra de Sá e Frejat. Ambos devem ser relançados.

    1. Política

    O teor político de algumas letras, como Ideologia e Burguesia, reforça a atualidade das composições. Brasil, com George Israel, do Kid Abelha e vencedora do Prêmio Sharp em 1988, foi eleito como um dos hinos dos protestos de junho de 2013.

    1. Romantismo

    Poesias de amor rasgado são marcantes no cancioneiro do compositor carioca. Além da apaixonadíssima Exagerado, destacam-se Preciso dizer que te amo, Todo o amor que houver nessa vida e O nosso amor a gente inventa.

    Amor da minha vida
    Daqui até a eternidade
    Nossos destinos
    Foram traçados na maternidade

          09. Diálogo

    Essencialmente roqueiro, dialogou com outros gêneros, como bossa nova (Faz parte do meu show é um exemplo), samba (era fã de Lupicínio Rodrigues e Cartola) e MPB (Caetano Veloso foi um dos primeiros a cantar Todo amor que houver nessa vida).

    1. Digitalização

    Em fase de captação de recursos, um projeto orçado em R$ 660 mil deve viabilizar a catalogação, digitalização e o acondicionamento de mais de 10 mil itens. A previsão é que seja disponibilizado online no segundo semestre de 2016.

    1. Regravações

    Codinome beija-for é campeã de versões, com 65. Depois, vêm Brasil (56), Pro dia nascer feliz (53), Exagerado (51), que ganhou recentemente um novo clipe, e Bete balanço (49). Para comparar: Garota de Ipanema, a recordista do país, tem 240 gravações.

    1. Vozes
    Lobão também foi um grande amigo e parceiro musical.

    Composições dele foram regravadas por centenas de artistas, como Gal Costa (Brasil), Cássia Eller (Malandragem), escrita para Ângela Ro Ro, que a deixou na gaveta por anos, e Adriana Calcanhotto (Mais feliz).

    A tua piscina tá cheia de ratos
    Tuas ideias não correspondem aos fatos
    O tempo não pára

    1. Filme

    Protagonizado por Daniel Oliveira e com direção de Sandra Werneck e Walter Carvalho, Cazuza: O tempo não para mostra a trajetória artística e os dramas pessoais.

    1. Musical

    Visto por mais de 200 mil pessoas, Cazuza: Pro dia nascer feliz, com direção de João Fonseca e texto de Aloisio de Abreu, é protagonizado por Emílio Dantas. O roteiro mostra a vida dele, embalado pelas canções. No Recife, foi encenado em junho.

    1. Barão
    Entrevista com o Barão Vermelho. Faz tempo!!!

    Com Frejat, Guto Goffi, Maurício Barros e Dé, formou das bandas mais influentes da década de ouro do rock brasileiro, junto com Titãs, Paralamas e Legião Urbana. Maior abandonado e Bete balanço foram hits.

    1. Rock in Rio

    “Que o dia nasça lindo pra todo mundo amanhã. Com um Brasil novo, com a rapaziada esperta”, disse Cazuza. Era 15 de janeiro, show do Barão Vermelho no primeiro Rock in Rio (virou CD e DVD).

    Confundo as tuas coxas com as de outras moças
    Te mostro toda a dor
    Te faço um filho
    Te dou outra vida pra te mostrar quem sou

    1. Libertário

    “Tudo aquilo contra o que ele lutou está voltando”, acredita Lucinha Araújo, sobre a onda de preconceito e desigualdades – tão presentes no Brasil atual – que ele criticou em Blues da piedade, Brasil e Um trem para as estrelas.

    1. Discografia

    Apesar da importância, os cinco discos lançados em vida – Exagerado (1985), Só se for a dois (1987), Ideologia (1988), que vendeu 2 milhões de cópias, O tempo não para (1988) e Burguesia (1989) – e os dois póstumos – Por aí (1991) e O poeta está vivo (2005) – estão esgotados.

    1. Tributo

    A solução é se “contentar” com o tributo Agenor: Canções de Cazuza (Tratore, R$ 20), com participações de cantores da nova geração, como os pernambucanos Mombojó (na faixa Vem comigo) e Catarina Dee Jah (Largado no mundo).

    Meus heróis
    Morreram de overdose
    Meus inimigos
    Estão no poder
    Ideologia!
    Eu quero uma pra viver

    1. Igualdade

    Ainda necessária, a discussão sobre respeito à comunidade LGBT foi tema de várias canções de Cazuza, bissexual assumido, desde Por que a gente é assim (1984), do Barão. Só as mães são felizes, Guerra civil a O tempo não para.

    1. Aids

    Cazuza foi um dos primeiros artistas a assumir publicamente ter Aids, em 1989. “Ele pediu para o Brasil mostrar a cara, como ele não ia mostrar a dele?”, diz a mãe. Renato Russo, por exemplo, nunca assumiu.

    1. Trilhas

    Composições dele estão nos filmes Bete balanço (1984), de Lael Rodrigues (nome da canção que titulou um compacto do Barão e foi incluída no LP Maior abandonado), e Um trem para as estrelas (1987), de Cacá Diegues. Ele atuou em ambos.

    Brasil!
    Mostra tua cara
    Quero ver quem paga
    Pra gente ficar assim
    Brasil!
    Qual é o teu negócio?
    O nome do teu sócio?
    Confia em mim

    1. Clipes

    A MTV – e a popularização dos  videoclipes – chegou ao Brasil em 1990, ano em que morreu. Apesar disso, ele deixou como legado Ideologia, considerado um clássico, além de O tempo não para e Exagerado.

    1. Persistência

    Doente, não esmoreceu. Gravou Burguesia na cadeira de rodas, assim como foi ao Prêmio Sharp, em abril de 1989. Na noite, Marília Pêra leu manifesto contra a capa da Veja (Uma vítima da Aids agoniza em praça pública), que o fez passar mal.

    1. Adeus, Pernambuco

    Os desabafos e confusões eram constantes. No último show da carreira, no Centro de Convenções de Pernambuco, em 24 de janeiro de 1989, ele começou a falar em inglês sobre o sucesso no exterior, foi vaiado pela plateia e respondeu com insultos e palavrões. Foi tirado do palco e precisou receber oxigênio.

    Vida louca vida
    Vida breve
    Já que eu não posso te levar
    Quero que você me leve

    Cazuza sempre estará vivo entre nós. Em 7 de julho de 1990 eu sentei na calçada e chorei copiosamente quando anunciada sua morte. Hoje, 25 anos depois, relembro desse cara que saudade e agradecimento por toda a incomparável obra deixada. E sempre o homenagearei, porque, como ele mesmo dizia, o tempo não pára…

  • FALA SÉRIO por Roger Campos: VERDADEIRAS MÁQUINAS – Além das novidades tecnológicas apresentadas, mulheres bonitas fazem sucesso na Expocafé

    FALA SÉRIO por Roger Campos: VERDADEIRAS MÁQUINAS – Além das novidades tecnológicas apresentadas, mulheres bonitas fazem sucesso na Expocafé

    Coluna Fala Sério reúne beldades do concorrido evento

    Fala sério! Essa reportagem você não verá em nenhum outro lugar, nenhum site, nada. Se a ideia é fugir da mesmice, modestamente acho que eu caprichei. Vocês, principalmente marmanjos, me darão razão. Mas vamos começar com o convencional…

    A Expocafé é a maior feira do agronegócio café. Em 2015 inclui feira com exposição de produtos e serviços focados no setor; dinâmicas de campo coordenadas pela equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG ; cursos gratuitos entre outros eventos.

    Muitas máquinas, bonitas, enormes, robustas, altamente tecnológicas e que não cabem em qualquer bolso estão sendo apresentadas. Mas a minha coluna Fala Sério desta semana, procurou trazer outro enfoque, destacar outras “máquinas” que já fazem enorme sucesso na feira. São as lindas mulheres, contratadas pelas empresas expositoras para apresentar seus produtos, chamar a atenção e atrair o interesse do consumidor pelas outras máquinas, aquelas que realmente trabalham no campo, na lida do café.

    Ao centro a candidata ao Miss Minas Gerais, Gabriela Vilela, representante de Três Pontas.

    Fala sério gente! Uma xícara de café e mulher bonita nunca é demais, não faz mal a ninguém. Por isso resolvi homenagear essas mulheres que deixam a Expocafé muito mais atraente e dar ao nosso leitor a chance de apreciar a beleza feminina. Mulheres trespontanas e vindas de diversas cidades do Brasil. Um verdadeiro colírio para os amantes da Expocafé e também pra quem não está nem aí com a feira…

    Antes de mostrar as modelos contratadas pelos expositores, este jornalista destaca a beleza e o talento de Vanessa Vilela, criadora da Kapeh Cosméticos, que fez dessa trespontana uma das mulheres mais influentes de Minas Gerais e, porque não, do Brasil.

    Vanessa Vilela,fundadora da Kapeh, cosméticos feitos à base de café.

    Por isso, vamos falar sério. Ou melhor, parar de falar, e curtir essas belas imagens clicadas por este jornalista no último dia 01º de julho na Expocafé em Três Pontas:

     

  • FALA SÉRIO por Roger Campos: TU ÉS PEDRO

    FALA SÉRIO por Roger Campos: TU ÉS PEDRO

    “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano

    Hoje, 29 de junho, é o Dia de São Pedro e também de São Paulo. O Fala Sério vai falar de fé, algo não palpável, mas que sabemos é um grande alimento contra o desânimo, a derrota, a frustração, a amargura, a depressão e o medo. Cada um crê naquilo que quiser, não quero fazer apologia a nada e nem tentar influenciar alguém. O meu propósito com esse texto é mostrar algo que acredito, que mudou a minha vida e disso eu não abro mão.

    As divinas palavras de Jesus concedendo o primado a São Pedro convidam os católicos de todos os tempos a se interessar, cheios de veneração, por tudo o que se refira ao primeiro Papa.

    E, pelo contrário, os anticatólicos tendem a atacar o quanto podem o primado do Príncipe dos Apóstolos. Alguns protestantes chegaram a impugnar gratuitamente até a autenticidade daquelas palavras de Nosso Senhor a São Pedro. Negaram mesmo, junto com racionalistas e comunistas, que ele tenha estado em Roma e, portanto, que tenha exercido lá o papado.

    Mas através dos séculos foram surgindo documentos provenientes dos mais diversos pontos da cristandade primitiva, confirmando a tradição católica. As provas foram tão acachapantes, que os anticatólicos praticamente ficaram reduzidos ao silêncio quanto a esses pontos.

    Cristo dá as chaves á Sao Pedro

    Um dos principais historiadores protestantes, A. Harvach, reconheceu que já não merece o nome de historiador quem puser em dúvida que São Pedro tenha exercido seu ministério em Roma. Persistia, porém, entre muitos historiadores uma questão: O túmulo do Vigário de Cristo realmente está sob o magnífico altar-mor da Basílica de São Pedro?

    Fala sério! Sobre este assunto há um silêncio quase total nos documentos dos primeiros séculos da História da Igreja. A tradição católica é bem precisa: São Pedro, já idoso, foi crucificado de cabeça para baixo na colina Vaticana, no ano de 68 (segundo alguns, 64), após ter exercido o papado em Roma por 25 anos. Seu corpo foi sepultado perto do local do martírio, num cemitério pagão existente na colina Vaticana, em frente ao circo de Nero.

    Sao Pedro paramentado

    A tradição aponta ainda o lugar exato da sepultura – a chamada “confissão de São Pedro” –, veneradíssimo desde tempos imemoriais. Tendo em vista a antiguidade e a universalidade dessa tradição, a Igreja a aceitou.

    Nos 250 anos que vão desde a morte de São Pedro até a liberdade da Igreja concedida por Constantino mediante o Edito de Milão (ano 313), apenas dois documentos referem-se ao túmulo do Apóstolo.

    Um diz que o Papa Santo Anacleto ergueu no local um monumento fúnebre, aproximadamente vinte anos após a morte do Chefe da Igreja. Outro, mais seguro, é uma carta do sacerdote Gaius de Roma, no ano 200, afirmando que no local havia um τρόπαιον – monumento fúnebre (a palavra portuguesa “troféu” não corresponde exatamente ao sentido da palavra grega τρόπαιον).

    Ossos de Sao Pedro no Altar da Confissao no Vaticano

    Assim que foi concedida liberdade aos cristãos, multidões de fiéis começaram a afluir de todas as partes para venerar as relíquias do Príncipe dos Apóstolos.

    Por volta do ano 330, o Imperador Constantino e o Papa São Silvestre ergueram naquele local magnífica e enorme Basílica. O próprio Imperador trabalhou na obra, carregando doze cestos de terra em homenagem aos Apóstolos.

    O local era sumamente inconveniente para a construção, pois o subsolo era mole e cheio de água, e o terreno em declive necessitava aterros colossais. Além disso, pelas leis romanas, o cemitério era inviolável, não se podendo retirar os ossos de nenhuma sepultura.

    Somente a persuasão de estar o lugar ligado a um ponto fixo intransferível – o túmulo de São Pedro, que devia tornar-se o centro da grande Basílica – pôde ter levado Constantino a enfrentar tantas dificuldades técnicas, jurídicas e psicológicas que se opunham à construção em local tão impróprio. Mais tarde, na Renascença, a atual e ainda maior Basílica de São Pedro foi construída no mesmo sítio, mas sem interferência nas construções anteriores, erguendo-se num plano mais elevado.

    Urna com os ossos de Sao Pedro no Altar da Confissao no Vaticano

    Assim, sobre o túmulo primitivo ergueram-se as construções constantinianas, e acima delas as da Renascença. Em diversas épocas houve reformas em torno do túmulo, mas – fato notável – não consta que ele tenha sido aberto em 1600 anos de história.

    Um interessante livro, The Bones of St. Peter (“Os ossos de São Pedro”), de John E. Walsh (Doubleday, N.Y., 1982) narra, pela primeira vez, as pesquisas científicas realizadas no túmulo nos últimos anos.

    Portanto, não há como negar a história de Pedro, primeiro Papa da Igreja, grande Pescador Homens. Pedro negou Cristo por três vezes e eu, Roger, por 33 anos. Fomos teimosos, mas descobrimos aquilo que se tornaria vital em nossas vidas.

    Hoje, 29 de junho, é o Dia de Pedro. Paulo levou a mensagem de Cristo pelos quatro cantos da Terra. Pedro fundou a Sua Igreja. Dois alicerces fundamentais na história e na fé. Viva São Pedro, Viva São Paulo!

     

    Dados extraídos de Juan Miguel Montes, da obra “Catolicismo”.