O ÓDIO E O AMOR por Nilson Nattari

Honoré de Balzac disse que o ódio tem melhor memória do que o amor. Entre a balança da escolha o que seria o ódio? E o amor? Alguém sente o ódio por causa de um momento onde foi vilipendiado, foi massacrado, humilhado por outro. Da mesma forma a demonstração do amor vem de algum fato, […]

AMAR EM TEMPOS REVOLTOS por Nilson Lattari

Poderia dizer em tempos de cólera, mas, não pretendo roubar o título aproximado ou tema de Gabriel García Marques. Até porque as razões da cólera, hoje, não estão subordinadas a um triângulo amoroso, mas a uma coletividade que clama por justiça, cada um a seu modo, o que transforma, o ato de arbitrar, em justiçamentos […]

A CHEGADA AOS ANOS 60 por Nilson Lattari

Os anos sessenta me trazem boas lembranças, sendo que as lembranças são boas quando os anos nos trazem não anos de grande valor numérico, mas vividos com anos de baixa amplitude. Naquele preciso dia em que eu fazia sessenta anos: os meus anos sessenta, não que ao acordar estivesse diante de alguma tragédia. Não é […]

IMAGINE OR IMAGINE por Nilson Lattari

As duas palavras do título têm o mesmo formato, tanto em português quanto em inglês. Título de uma letra emblemática feita por John Lennon. Eram tempos onde a imaginação corria forte, diante de um mundo caminhando entre a guerra fria de duas potências, e os ditadores que pululavam pelo mundo. Era um mundo alegre dentro […]

A DOR QUE DÓI MAIS por Nilson Lattari

Todos nós temos dores. De uma pequena pancada aqui, um roxinho que aparece depois de um encontro casual com algum objeto, o tal mau jeito nas costas (sempre as costas encontram esse mal para nós), o peso mal calculado na academia, todas capazes de nos fazer chorar, que seja uma lagrimazinha ou um muxoxo, uma […]

CHUVAS DE VERÃO

Tudo bem que no Brasil as estações do ano não sejam bem definidas, à exceção de um inverno chuvoso e de um verão extremamente tropical. Falo da indefinição quanto às outras estações. Até mesmo no inverno, no Rio de Janeiro, por exemplo, pela ausência das chuvas e com a presença do sol, temos o chamado […]

A ARTE DE ESQUECER GUARDA-CHUVAS por Nilson Lattari

            – Senhor, o seu guarda-chuva! Disse a acompanhante do ônibus, lembrando o acessório, como se a última coisa que ela desejasse fosse devolver algo perdido para o seu dono, ou simplesmente lembrar que o pequeno animal de estimação, que havia sido a companhia na manhã chuvosa, não devesse ser abandonado assim, em qualquer lugar, […]

BABEL DE NOMES por Nilson Lattari

– Muito obrigado, Laurilene. A caixa do supermercado, exibindo um reluzente crachá no peito, agradece, sem demonstrar surpresa com o cliente se dirigir a ela dizendo o seu nome. Nesse mundo de hoje, o que antes ficava oculto, agora é passado pelo crachá. Você olha para alguém, olha o crachá e lá está o nome. […]

NERUDA – Por Nilson Lattari

            Quando conheci Neruda, por questões de destino, o li em espanhol. Não que dominasse a língua, era um aprendiz recente. Aprendi a respeitar a própria essência da poesia, quando a lemos em sua linguagem natal. Traduzi-la é uma tentativa torpe e manca de transformar um clima, patrocinado pelo lúdico da língua, em outra língua. […]

E A COPA É DO MUNDO? Por Nilson Lattari

          O mês de julho de 2018 é a Copa do Mundo, o encontro das grandes seleções de futebol do planeta. É tempo de festa, ruas coloridas, muita camiseta amarela nos corpos. Será? Durante muitos anos misturamos a pátria com as chuteiras, noventa milhões em ação, a política se valia das chuteiras dos craques para […]

MY STORY – Por Nilson Lattari

          Na verdade, eu não vou contar para vocês “my story”. My story era o apelido do Josué, um contínuo que eu conheci, lá na repartição. Quando convivemos com um grupo de pessoas, durante boa parte do dia, as histórias, patrocinadas pela convivência, passam a fazer parte da nossa memória. Porém, o My story, nosso […]

PARA SER FELIZ – Por Nilson Lattari

          As mãos tremeram na máquina do tempo quando abriu a pasta envelopada e descobriu dentro dela a carta perdida, da qual somente guardava uma pálida lembrança, brincadeira de criança, dirigida ao ser que desejava que existisse no futuro: ele. Haveria cobranças. No fundo, sempre temeu encontrá-la, como se o conteúdo nela existente fosse um […]