Um caso de honestidade extrema, de amor ao próximo e de caráter chamou a atenção não só da população trespontana na manhã desta sexta-feira em Três Pontas, mas também da imprensa regional. Reinaldo de brito, um trabalhador humilde encontrou uma carteira com cerca de R$ 3.000,00 na rua e devolveu para o dono.

O Caso

Na noite desta quinta-feira (17), por volta das 19 horas, o jornalista Roger Campos, diretor do Conexão Três Pontas, perdeu sua carteira, contendo R$ 3.016,00 em dinheiro, além de cartões de banco e todos os seus documentos pessoais.

Desesperado, ele revisitou algumas empresas por onde havia passado, mas não encontrou nada e decidiu registrar um Boletim de Ocorrência. “Eu fui até a Polícia Militar e registrei como extravio. Não sabia se havia perdido ou sido furtado, mas não podia acusar ninguém, então optei pelo registro de perda da carteira. Cheguei em casa realmente desolado, pois o trabalho de um mês inteiro praticamente estava ali, além dos meus documentos que seria, nessa época difícil tirar uma segunda via, além dos custos com taxas, etc. 


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Estavam ali também objetos de valor estimável, como uma foto rara do meu pai já falecido, entre outras coisas. Coloquei o fato na internet e pedi aos amigos para compartilharem. E quando foi na manhã de hoje, pra minha surpresa, a carteira estava atrás do meu portão, escondidinha pra ninguém pegar. Estava ensopada, toda molhada e o mais incrível é que estava com tudo dentro, de forma intocada, podemos dizer assim, apesar dos danos da chuva e da enxurrada que a levaram para um bueiro, onde ficou até a manhã de hoje”, explicou o jornalista.

Por uma milagre ou sorte, ninguém passou e pegou essa carteira que estava ali sobre o bueiro, ninguém a viu. E na manhã de hoje, 12 horas depois do sumiço, o trabalhador da Tecnotextil, Reinaldo de Brito, a encontrou e decidiu entregar ao dono.

“Eu passei pela calçada e vi aquela carteira toda molhada ali. Primeiro pensei que fosse uma carteira velha, jogada fora, pois estava encharcada. Depois percebi que ela estava “gorda”, que havia muito dinheiro ali. Peguei e abri para ver nos documentos se eu conhecia a pessoa e vi que era o Roger Campos, que é praticamente meu vizinho. Fui até a casa dele e o chamei, mas ninguém atendeu. Então coloquei a carteira atrás do portão para que ele encontrasse e sem que alguém pudesse pegar. Mas fiquei com medo de alguém achar. Graças a Deus deu tudo certo”, contou esse exemplo de honestidade e decência, o trabalhador Reinaldo, conhecido como Naldo.

Naldo e Roger se encontraram na tarde desta sexta-feira. Emocionado, Roger o agradeceu muito, lhe presenteou com uma camisa do Conexão Três Pontas e com outras gratificações que não foram reveladas.

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“Você me salvou Naldo! Eu não poderia nem dirigir, fazer nada sem minha documentação e esse dinheiro me faria muita falta. Muito obrigado, Deus te abençoe enormemente. Você é um exemplo para todos nós”, conclui o jornalista.

Nas redes sociais, centenas de pessoas comovidas com a história mandaram mensagens parabenizando o rapaz pela atitude, pela honestidade e honradez. O caso ganhou tanta repercussão que a Rede Record entrou em contato com os envolvidos e produzirá uma bela reportagem sobre o tema.

O mestre, professor e educador João Victor Mendes, ciente da história, fez questão de se manifestar, deixando uma mensagem que vem a calhar nesta época do ano, em que as festas de fim de ano se aproximam e onde as pessoas devem buscar o verdadeiro sentido do Natal:

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Em tempos onde impera a corrupção, o jeitinho, a desonestidade e a falta de caráter, é preciso ressaltar aquilo que deveria ser o corriqueiro: a honestidade e a ética. A atitude de uma pessoa que revela seu caráter. 

‘Achar’ algo que não é seu e devolvê-lo ao seu dono é uma atitude nobre, digna, ética. Ensina-nos que nem sempre vale aquele ditado que “achado não é roubado”. Vai contra a corrente e mostra uma atitude humana e cristã. 

O gesto do Naldo deveria inspirar a todos nós em nossas atitudes cotidianas e sociais. Só assim seremos pessoas melhores e construiremos um mundo melhor. Sugiro que sua atitude possa ser vista por algumas pessoas que estão ou estiveram à frente das administrações públicas do nosso Brasil”, pontuou João Victor.

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Parabéns Naldo pela atitude. Claro que ser honesto não é mais do que a obrigação de cada um de nós, mas infelizmente nos dias de hoje isso está cada vez mais escasso, raro, fora dos padrões. Essa atitude mostra que apesar de tudo de errado que acontece no Brasil, de todo mal que o ser humano vem fazendo a si, aos outros e também à natureza, ainda há gente boa, ainda há solução e esperança.

Reportagem Alex Marques

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