Uma mensagem de fé e aprendizado no dia em que mataram o Filho de Deus

Numa pequena vila, de uma pequena cidade, alguns homens trabalhando; cada um em sua tarefa. Naquele lugarejo não se tinha muitas opções de trabalho, quase todos os seus moradores se dedicavam ao plantio ou a criação de gado, e o cultivo de hortifrutigranjeiros.

Eram todos simples, porém muito tradicionais em suas crendices, supersticiosos e respeitadores das datas, principalmente as religiosas. Era véspera de sexta-feira santa. Naquela quinta-feira, todos procuravam adiantar o máximo seus afazeres, para que no dia seguinte, pudessem respeitar e guardar a paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

– É! Amanhã não vou tirar leite não, Joaquim.

– Eu também não, Mané.

(Conversavam os compadres), porém entre eles, havia um amigo incrédulo, que não obedecia nem respeitava nenhuma data.

– Ah! Eu não estou nem aí… Amanhã é um dia como um outro qualquer uai, eu num quero nem saber. Vou é cuidar do meu animal e ordenhar a Malhada, tirar aquele leitinho gostoso que só ela tem… e num acontece nada…

– Juca… Você não teima não.

– É isso mesmo Juca, o Mané tem razão. Com essas coisas num se brinca gente!

– Que nada, depois eu conto.

Os amigos se separavam ali. Cada um se dirigira ao seu lar, já eram quase seis horas. Chegando em casa, o Joaquim solta os arreios do animal, dando-lhe um leve tapinha no lombo, de forma carinhosa lhe diz: – Vai meu amigo, amanhã você está de folga. (Joaquim era muito carinhoso e zeloso com seus animais e era dia santo, merecia soltar o animal).

Na casa do Manuel, o Mané como o chamavam, também estavam todos aguardando com muito respeito a chegada da sexta-feira santa. A esposa, Dona Genoveva, já estava a catar o milho para o preparo da tradicional canjica, enquanto as duas filhas, Inês e Graça, preparavam a limpeza da casa com muito carinho, já que no dia santo, era por tradição nem se pegar na vassoura, varrer a casa poderia ser interpretado como um gesto de desrespeito àquele dia.

– Mané, cadê a sua roupa suja, homem? Me dê logo, quero lavar tudo hoje, pois amanhã eu não lavo roupa, você sabe disso!

– Já vai Genoveva, vou só me lavar e já lhe dou a roupa suja, é só um instante.

– Mané, você pegou os peixes que o Sr. Geraldo ficou de guardar assim que chegasse? Olha lá hein, depois acaba e nós vamos comer o quê amanhã??? Carne não!

– Esquenta não sô, já deixei até pago, depois é só Inês ir buscar, uai!

– Então vá logo filha, do jeito que tem tanta gente à procura de peixes, é arriscado até vender o nosso.

– Sim mãe, já vou.

Enquanto isso o Juca, que não estava nem um pouco se importando se amanhã seria dia santo ou não, bebia mais uma branquinha em companhia de sua mulher, a Diva, essa até que era mais temente, já tinha preparado algumas coisas para o dia seguinte, ela era religiosa e temia praticar certas descrenças como o marido, muitas vezes lhe aconselhara à que não praticasse certos atos, que respeitasse mais as coisas de Deus, mas era inútil, o Juca sempre fora descrente.

Todos dormiram. Pela madrugada, por volta das 3 horas da manhã, o Juca levantou-se como de costume, dirigiu-se ao curral e chamou por Malhada, sua vaca mais produtiva; chamou uma, duas, três ou mais vezes, porém a Malhada naquele dia parecia não ouvir seu dono, ela não queria atendê-lo. Juca fora ficando indignado com a pirraça da malhada, e começou a agredi-la, à princípio com palavrões e depois com um chicote; quanto mais ele ficava furioso, mais a vaca se evadia dele.

Começou-se então uma verdadeira batalha – HOMEM X ANIMAL. Quem venceria? Era difícil saber e prever. Mas, porque aquela reação? Aquele animal era sempre tão dócil, nunca se mostrara rebelde. Juca, não queria nem saber. Num gesto animalesco, possesso de fúria ordenhou a vaca, de uma forma brutal, amarrada sem poder defender-se. Mesmo assim, ele manipulava suas tetas com brutalidade, queria o seu leite, não importava se para isso tivesse até mesmo que matá-la. O líquido começou a sair das tetas de Malhada, ainda era escuro, a lua era nova, a claridade era pouca e Juca continuava a ordenhar…

Ordenhar, até então que finalmente enchera um balde e quando retirava o balde para já então substituí-lo por um outro, foi tomado por um grande pavor, seu rosto enrubesceu, ficou atônito, parecia transtornado, seus olhos esbugalhados parecendo querer saltar-se para fora, não podia acreditar no que estava vendo. No balde… no lugar do costumeiro e delicioso leite, havia sim…sangue… sangue… e muito sangue. Não podia acreditar, porque a Malhada ao invés de lhe dar o leite, lhe dera sim sangue??? Eram perguntas e mais perguntas. Tentou recompor-se do susto e a ignorância mais uma vez tomou conta daquele homem, que sacou uma peixeira que sempre trazia atada ao cinturão e desferiu vários golpes no lado do peito daquela que era até então uma grande amiga e que lhe garantira bons lucros durante muito tempo, afinal era sagrado, diariamente lhe proporcionava uma média de 40 litros de leite de boa qualidade.

E agora… Malhada ainda agonizando, deu uma olhada para aquele homem, possuidor de tanta ignorância. Viu ainda o seu pequeno bebê… Um lindo bezerrinho, apelidado de Totinho, não podia mais resistir, seu sangue lavava todo o curral, rodeando inclusive o balde que poucos instantes antes, servira para colher o que seria o seu leite. Era sangue no balde e fora. O homem ficara ainda mais aturdido vendo que o pobre e inocente Totinho, o filhinho de Malhada lhe cheirava como se dissesse: – Levanta mamãe. Era demais, saiu correndo pelo pasto sem destino, não havia ninguém. Todos estavam em seus lares, somente ele houvera desrespeitado aquele dia.

Sentou-se debaixo de uma frondosa árvore, acendeu um grande cigarro de palha, e sentiu que um vento lhe soprara os ouvidos, sentiu um forte arrepio, olhou, não havia ninguém, sentou, deitou-se e terminou por cochilar. Logo pegou no sono. Ele então começou a caminhar por um lugar muito bonito, era todo claro, branco como a neve, pessoas com os rostos serenos, suaves passavam por ele, só que ele era ignorado, era como se ele não estivesse entre eles e ia andando, sempre aquela beleza… tudo muito suave, até que chegou finalmente à entrada de uma bela casa, toda branca, porém folhada de um brilho extasiante, parecia ouro.

Um Senhor, de barbas longas e brancas aproximou-se dele com um cajado apoiava-se, deveria ter 100, 200, quantos anos??? Não sabia, era idoso; com carinho, ele estendeu-lhe a mão e lhe disse:

– Meu filho… O que você te feito? Por que age assim? Por que é tão descrente? Não deveria ter feito o que fez ainda pouco! (Aquele homem não sabia o que responder…)

– Quem é o senhor?

– Não importa meu filho. Quero salvar você. Ainda é tempo, basta que se arrependa e passe a praticar daqui para a frente boas ações, não vou puni-lo pelo que diz sobre essa data. Quero apenas lhe dizer… Você matou sua Malhada, aquela sua vaquinha que tantas alegrias e lucros já lhe deu. Voce, com certeza, estará se lembrando desta data. E hoje, exatamente hoje, todos lembram que o meu filho também morreu. Há muitos anos, a humanidade toda se recorda, muitos com respeito e dor nessa data. Outros nem aí! E você… porque não respeita também; o leite virou sangue, eu queria apenas alertá-lo, mas você não compreendeu, pensou que foi a pobre malhada. Ela não faria isso. Morreria como morreu, sempre fiel a você, mas vou lhe dar uma outra chance!

– Quem é o Senhor? Será que é quem eu estou pensando??? Se for me perdoe, me dê outra chance. Daqui para frente eu vou mudar… Eu prometo!!!

– Tenho certeza que sim. Você vai agora acordar e vai passar a respeitar Aquele que morreu na cruz um dia por você e por todos e que é o MEU FILHO.

O homem entãoacordou… Tudo que ele viveu havia sido um pesadelo. Um aviso! Daquele dia em diante mudou completamente seu comportamento. Hoje respeita os animais, as pessoas, as datas religiosas, Sexta Feira Santa, então… Seu animalzinho companheiro de todos os dias é o TOTINHO, os dois estão à correr pelo pasto, enquanto Malhada admira tranquila a amizade entre duas espécies diferentes, ambas criadas pelo mesmo Deus, que vive e reina por todos os tempos, todas as gerações, até o fim…

*Este texto foi escrito por Rita de Cássia Oliveira em 1° de Abril de 1994 e adaptado por Roger Campos.

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Roger Campos

Jornalista

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