É importante para o nosso crescimento como cristãos entender a diferença entre venerar e adorar.
Infelizmente num mundo cada vez mais distante das coisas de Deus e tomado pela ganância, pelo ódio, pela corrupção e pela mentira, é comum nos depararmos dia após dia com comentários inverídicos, acusações levianas, afirmações vazias dotadas de total preconceito, prejulgamento.
“Prejulgar (verbo)
transitivo direto predicativo
Julgar ou formar opinião com antecipação, por conjectura; decidir antes de ter em mãos todos os elementos necessários para fazê-lo. Revelar o seu conceito sobre algo que não domina, conhece, entende.”
Os católicos veneram Nossa Senhora Aparecida, como Santa, Virgem, Imaculada, Mãe de Jesus Cristo. Aqueles que comungam de outra fé, principalmente os protestantes e evangélicos, erroneamente, falam em adoração, muitas vezes com críticas. Alguns católicos, desinformados, fazem confusão.
Hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, explico o verdadeiro contexto:
Venerar e adorar são duas formas de culto presentes na vida da Igreja. Embora elas sejam diferentes, muitos católicos fazem uma grande confusão entre as duas.
ADORAÇÃO É O CULTO QUE PRESTAMOS EXCLUSIVAMENTE A DEUS
“Adorar a Deus é reconhecê-Lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, Amor infinito e misericordioso. ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’ (Lc 4, 8) – diz Jesus, citando o Deuteronômio (Dt 6, 13)” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2096). A adoração é chamada de “culto de latria” (do grego latreou, que significa “adorar”). “Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o ‘nada da criatura’” (idem, n. 2097).
VENERAR É O CULTO PRESTADO AOS SANTOS E ÀS IMAGENS E RELÍQUIAS QUE OS REPRESENTAM
Venerar significa honrar; é chamado de “culto de dulia” (do grego douleuo). Também recebe o culto de dulia a Palavra de Deus, ou melhor, os sinais da Palavra de Deus, especialmente a Sagrada Escritura, o evangeliário e o lecionário (esses últimos livros litúrgicos possuem partes da Palavra de Deus contida nas Sagradas Escrituras). Existe também o “culto de hiperdulia”, que é prestado a Nossa Senhora.
A veneração, por sua vez, tem sentido quando se refere a honrar uma pessoa ou um objeto que nos remete a Deus. Claro que, fora do âmbito religioso, existe a prática de venerar e honrar pessoas, lugares entre outros. Porém, a veneração, enquanto culto cristão, não tem outro sentido senão valorizar algo, um sinal que nos remete a Deus e Seu chamado de conversão a nós.
A veneração é um culto, muitas vezes, incompreendido pelos protestantes e evangélicos; e muitas vezes, a falta de conhecimento e formação de alguns fiéis católicos em nada ajuda esses nossos irmãos nesse sentido. Contudo, muitas vezes, mesmo sem o saber, eles também veneram sinais que os remetem a Deus, e nisso fazem confusão maior ainda.
CONFUSÃO DE CULTO
Apegados à Antiga Aliança, os protestantes veneram os sinais próprios dessa fase da Revelação, como a Arca da Aliança, a menorah (candelabro de 7 velas), o Templo de Jerusalém, as pedras da Lei entre outros. Essa contradição só não é mais evidente, porque os grandes sinais da Antiga Aliança desapareceram. A grande confusão de culto deles, no entanto, dá em relação à Bíblia.
A Palavra de Deus que adoramos é Jesus, o Verbo Encarnado, Palavra eterna do Pai, Pessoa viva da Santíssima Trindade. A Sagrada Escritura é expressão inspirada e infalível dessa mesma Palavra, mas, mesmo sendo assim, não deixa de ser um livro. Que o leitor preste atenção nesta sutil, mas importantíssima diferença: a Bíblia é Palavra de Deus, mas a Palavra de Deus não é a Bíblia, a Palavra de Deus é Cristo. A Bíblia e seus conteúdos escritos – todos escritos em contextos históricos específicos, culturais, geográficos, sociais, entre outros, devem ser honrados por nós, venerados pelos cristãos.
Enfim, que o conhecimento nos traga mais união, respeito e cumplicidade. Independente da fé que professamos…
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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