O Uruguai mostrou a força do seu ataque e conseguiu a classificação para as quartas de final da Copa do Mundo, neste sábado, ao vencer Portugal, por 2 a 1, em Sochi. Cristiano Ronaldo não conseguiu fazer uma boa partida, muito pela falta de criatividade do meio campo português e deu adeus a Rússia. Cavani, por sua vez, com dois gols, foi o nome da partida. Pepe descontou para os portugueses.

Desde 1930, o Uruguai não conseguia o feito de conseguir quatro vitórias consecutivas em Copas do Mundo. A Celeste continua batendo recordes e atingindo marcas importantes na competição. Cristiano Ronaldo, porém, se despede da competição com quatro gols marcados, mas com a marca negativa de não fazer nenhum gol em fase eliminatória, nas quatro Copas do Mundo que disputou.

Dupla funciona no início
Cavani e Suárez entraram em campo, pela primeira vez nessa Copa, após ambos marcarem no jogo anterior. Confiantes, a dupla mostrou entrosamento e a qualidade que a torcida celeste espera de seus atacantes, logo no início da partida. Cavani, na ponta direita, com um lindo passe, inverteu a bola para Suárez. O atacante do Barcelona segurou a bola e devolveu a linda assistência para Cavani, que com a cabeça, abriu o placar em Sochi.

Meio campo charrua passa no teste
Após diversos testes na fase de grupos, o maestro Tabárez parece que encontrou a escalação ideal para compor seu meio. A trinca Vecino, Bentancur e Torreira, que já tinha ido bem contra a Rússia, na vitória por 3 a 0 na última rodada, teve mais uma grande atuação. Contra Portugal, em um jogo com uma pressão e peso maior, por ser na fase eliminatória, o trio teve uma postura madura em campo e com uma forte marcação, mobilidade, desarmes e consistências, o Uruguai parece ter encontrado a solidez na parte central do campo que tanto procurou.

Controle de jogo
O Uruguai, após o gol, passou a ter domínio da partida, mesmo não oferecendo muitos perigos a Portugal e deixando que o adversário ficasse com a bola no pé. A defesa, focada, soube neutralizar a maioria das ofensivas portuguesas. Portugal, mesmo com a posse da bola, mostrava dificuldade de furar a zaga uruguaia e esbarrava na falta de criatividade. Quando recuperava a bola, não conseguia dar velocidade para efetuar com qualidade a transição para o ataque, o que facilitava a recuperação da defesa uruguaia.

Meio português
A falta de criatividade portuguesa se deu muito pela atuação de João Mário e Gonçalo Guedes, que não conseguiram impor a devida qualidade para deixar Cristiano Ronaldo com mais chances de gol. O lado positivo ficou por conta de Bernardo Guedes, que foi o jogador que mais buscou o jogo dentre os meio-campistas e um dos mais participativos do jogo, com dribles e velocidade. Suas jogadas eram essenciais para desviar a atenção e o foco da zaga uruguaia com Cristiano Ronaldo.

Duelo nas laterais
Cáceres, com o apoio de Nández, teve um papel determinante na marcação do lado esquerdo português, por onde jogam o lateral Raphael Guerreiro e Cristiano Ronaldo. A marcação dos jogadores uruguaios sobre Guerreiro foi importante para que a bola dificultasse, ainda mais, para chegar em Cristiano Ronaldo. No outro lado, Laxalt foi escolhido para jogar pela lateral, após grande atuação de ala contra a Rússia e novamente foi bem.

Arma uruguaia na mão portuguesa
A principal jogada ofensiva do Uruguai nessa Copa é a bola parada. Dos seis gols marcados, cinco foram diretamente ou indiretamente derivados de bola parada. Foi Portugal, porém, que soube utilizar essa arma. Após cobrança curta de escanteio, Guerreiro cruzou na área e a defesa uruguaia, preocupada com Cristiano Ronaldo, se esqueceu de Pepe. O zagueiro subiu entre os marcadores e empatou a partida, ainda no início do segundo tempo.

Portugal melhora no segundo tempo
Após o gol de Pepe, Portugal teve uma visível melhora na partida. O meio campo passou a demonstrar mais fluidez e leveza, exibindo mais tranquilidade e controle de bola, conseguindo se aproximar da defesa uruguaia.

Cavani decide
Em momentos de dificuldade, o Uruguai faz uso da ligação direta da zaga com o ataque. Após o gol português, o meio campo uruguaio passou a demonstrar suas fragilidades. Muslera deu um chutão para o ataque, tentando chegar com mais velocidade ao ataque. Deu certo. A bola sobrou para Cavani, que com elegância, tirou do goleiro, com o lado do pé e com todos os méritos, botou o Uruguai novamente a frente do placar.

Cristiano Ronaldo discreto
O craque português tentou criar e participar mais do jogo, transitando entre os setores ofensivos e incentivando os jogadores. Com dribles, buscando o jogo fora da área e pelo lado esquerdo, o jogador atraia, pelo menos dois jogadores uruguaios toda vez que conduzia a bola, abrindo espaço para seus companheiros de equipe. O gajo, porém, esbarrou na falta de criatividade do meio e, após o segundo gol uruguaio, não conseguiu chamar o jogo para si. Com uma atuação discreta no segundo tempo, CR7 não conseguiu ser decisivo.

No final, ataque contra defesa
Portugal foi com tudo para cima da Celeste depois do gol. Os portugueses procuraram o gol de empate, enquanto o Uruguai se limitou a jogar no contra-ataque. O técnico Fernando Santos botou dois atacantes em campo, Ricardo Quaresma e André Silva entraram na partida para aumentar o poderio de fogo da equipe portuguesa. Os portugueses conseguiram alguns momentos de perigo, principalmente nos minutos finais. O goleiro Rui Patrício, inclusive, foi para a área, na última bola do jogo, mas os portugueses não conseguiram furar a defesa uruguaia e deram adeus a Copa do Mundo.

FICHA TÉCNICA

• URUGUAI 2 X 1 PORTUGAL
Local: Estádio Olímpico, Sochi (Rússia)
Data-Hora: 30/6/2018 – 15h (de Brasília)
Árbitro: Cesar Ramos (México)
Auxiliares: Marvin Torrentera e Miguel Hernandez (ambos do México)
Público/renda: –
Cartões amarelos: –
Cartões vermelhos: –

Gols: Cavani (6’/1ºT) (1-0), Pepe (9’/2ºT) (1-1), Cavani (16 /2ºT) (2-1)

URUGUAI: Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Laxalt; Torreira, Vecino, Nández (Carlos Sánchez, aos 35’/2ºT) e Bentancur (Cristian Rodríguez, aos 18’/2ºT); Suárez e Cavani (Stuani, aos 28’/2ºT). Técnico: Óscar Tabárez.

PORTUGAL: Rui Patrício; Ricardo Pereira, Pepe, Fonte e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Adrien Silva (Quaresma, aos 19’/2ºT), Bernardo Silva e João Mário (Manuel Fernandes, aos 39’/2ºT); Gonçalo Guedes (André Silva, aos 28’/2ºT) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Fernando Santos.

Fonte Yahoo Esportes 
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Roger Campos

Jornalista

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