Comerciante foi morto pelo vizinho com um tiro na cabeça em agosto de 2016.

O tão esperado julgamento de José Maria Gouveia, 68 anos de idade, aconteceu nesta terça-feira (14) no Fórum Dr. Carvalho de Mendonça, em Três Pontas. Ele é réu confesso no assassinato do comerciante de carros Ademar Barbosa, ocorrido em agosto de 2016 na própria residência da vítima. Eles eram vizinhos e a motivação seria uma controvérsia em torno de um muro num dos terrenos, que divide os dois imóveis. Após cerca de 7 horas de deliberação a Justiça determinou que Gouveia continue preso em regime fechado. Sua pena foi de 12 anos, o que desagradou a família de Ademar.

A sala do júri estava lotada. Amigos e familiares da vítima e também do réu compareceram. Já na entrada era feita a revista. Muitas pessoas ficaram de pé, já que não havia mais lugares com cadeiras disponíveis. E defensor público que defendeu Gouveia sou suas testemunhas arroladas para tentar passar a imagem de que o atirador era uma pessoa idônea, pacata e sem registro prévio de violência. No depoimento de uma das testemunhas de defesa de Gouveia, a viúva de Ademas chorou várias vezes e se mostrou atordoada com as acusações que foram feitas contra a vítima, dizendo que Ademar Barbosa era ‘briguento’, violento e que havia enriquecido rapidamente. Muitos presentes se mostraram revoltados.

A Promotoria de Justiça que pediu a condenação de Gouveia também sabatinou as testemunhas que participaram do júri popular. No final, a decisão que condenou José Maria Gouveia, anunciada por volta das 16 hs, não agradou os familiares e os amigos de Ademar Barbosa. A pena do assassino confesso poderia chegar a 30 anos, mas o justiça acabou impetrando uma pena de 12 anos.

Esposa e filho de Ademar acompanharam o júri. Alexandra Martins Barbosa chorou várias vezes.

Muitas pessoas postaram nas redes sociais a revolta e a indignação com o resultado, dizendo em algumas postagens que 12 anos passa rápido, que Gouveia deverá ficar mais 4 ou 5 anos preso e que depois poderá ganhar a progressão ao Regime Semi-Aberto.

A informação do resultado do julgamento com a pena de 12 anos foi confirmada à nossa reportagem pela Vara Criminal.

GOUVEIA NÃO QUIS FALAR COM O CONEXÃO

Enquanto aguardava o julgamento numa sala lateral, fechada com grades, José Maria Gouveia ficou frente a frente com o Conexão. Nossa reportagem perguntou se ele gostaria de dizer algo ou se estava arrependido. Ele apenas disse que não queria falar com a imprensa, que não tinha nada a dizer.

RELEMBRE O CASO

A Polícia Militar de Três Pontas registrou um homicídio no fim da manhã da quarta-feira (24 de agosto de 2016) em Três Pontas. De acordo com informações apuradas no local por nossa reportagem, o comerciante Ademar Barbosa, de 41 anos, residente na Rua Mato Grosso, 463, no bairro Santa Inês, foi morto com um tiro na cabeça por volta das 11h30.

De acordo com a esposa de Ademar, Alexandra Martins da Silva Barbosa, que conversou com o Conexão, ela havia saído para buscar um de seus filhos na escola e o havia deixado sentado na entrada da casa, terminando de almoçar. E quando retornou já o encontrou caído atrás do portão de entrada, sem cor, com a cabeça toda ensanguentada.

“Às 11h20 eu sai daqui da minha casa junto da minha cunhada para buscar meu filho na escola. Quando me aproximei de casa, vi a moto dele ainda parada na calçada e ele nunca atrasava para voltar ao trabalho. Almoçava em dez minutos, porque estamos mexendo com obras, e ele fazia tudo muito rápido. Então já achei estranho a moto estar ali ainda. Quando abri o portão me deparei com a bota dele e quando terminei de abrir o portão vi ele caído, sem cor, com muito sangue na cabeça. Eu saí gritando desesperada, pedindo socorro”, disse a esposa que acabou sendo a primeira a encontrar o marido morto e, o pior, na companhia de um dos filhos, de apenas 5 anos de idade.

Questionada por nossa reportagem se Ademar tinha algum desafeto e se vinha recebendo ameaças ela disse que sim, mas que já havia passado essas informações para a Polícia Militar. Ademar Barbosa era proprietário de uma loja de revenda de veículos usados que leva o seu nome, localizada na Avenida Ipiranga. Ele deixa esposa e 2 filhos, sendo um de 5 e outro de 17 anos.

 

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Roger Campos

Jornalista

(MTB 09816)

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