Os momentos de quarentena e reflexão, para aqueles que estão reclusos, principalmente, além de provocar inúmeras lives de famosos falando sobre seus confinamentos, nos leva a pensar sobre várias coisas. Uma delas, se a extinção da humanidade estaria próxima, dado o comportamento de alguns semelhantes.
A extinção de algumas espécies, aparentemente, não sendo um grande problema humano, apenas um lamentável acontecimento, tem consequências sérias para nós, porque as espécies fazem parte da cadeia de subsistências de espécies que, inclusive, nossa sobrevivência depende.
Cenários apocalípticos filmados e refilmados mostram que a humanidade pode ser colocada em risco, apesar de que sendo 8 bilhões de seres, as probabilidades de sobrevivência de alguns garantam ser risco zero de extinção.
Baseando nossas humanidades espalhadas nos diversos comportamentos de alguns dos nossos, diante da atual pandemia, podemos pensar quais humanidades sobreviverão e quais se extinguirão: um ponto importante.
As recentes imagens dos frequentadores de bares do Leblon, tradicional reduto de baladeiros na cidade do Rio de Janeiro, dizendo que querem ser somente felizes, e outros passeando tranquilamente nos parques e praias do nosso imenso litoral, retratam uma das facetas da nossa humanidade. Gente corajosa chamando o vírus pra briga, de algumas personalidades tecendo comentários pouco cristãos de como um mais pobre e sem oportunidades anteriores, que ocasionaram a falta do teto no futuro, deva ser tratado, confrontando-se com o comportamento de outros, preocupados na fabricação de máscaras a serem distribuídas e alimentos também, ou de profissionais altamente remunerados abrindo mão de seus salários para que outros mais humildes sobrevivam, ou até mesmo o comportamento de empresas fazendo doações bilionárias para ajudar, e desenvolvendo marketing, ao mesmo tempo que ninguém pergunta se lá aconteceu alguma onda de demissões, trazem para nós o conceito que iniciou esta reflexão: quais das nossas humanidades serão extintas ou não?
Nossas humanidades são muitas. Desde aquela que preserva o isolamento, porque é economicamente possível, mas que não o desfaz em respeito àqueles que não podem e precisam trabalhar, e aqueles que, embora economicamente frágeis, insistem em ir para as ruas sem, necessariamente, ser preciso.
Nossas humanidades estão em cheque: entre aqueles que pensam na sobrevivência do todo e aqueles que se arriscam, até que o vírus os alcance, e depois
lamentem, embalados vai saber por qual desvio ideológico ou loucura e aqueles que respeitam o inimigo, esperando que a ciência, sem viés ideológico, os socorra.
Ao final, alguns se salvarão e outros não. Resta saber qual o percentual de humanidade será maior: a preservacionista ou a que se arrisca.