Outros dois seguem em análise. Pessoas assintomáticas são responsáveis por dois terços das infecções.

A Prefeitura Municipal de Três Pontas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta segunda-feira (23) que dois dos quatro casos suspeitos de Coronavírus deram negativo na cidade. A boa notícia tranquiliza a população mas não pode “abrir a guarda” quanto aos pedidos de isolamento proferidos pelos profissionais de Saúde, já que outros dois casos seguem em análise.

O Prefeito Marcelo Chaves Garcia fez um pronunciamento na manhã desta segunda-feira e um dos assuntos foi justamente a negativação de dois casos. Mesmo assim ele reforçou que a população deve se manter em isolamento, ficar em casa e ajudar a controlar a disseminação do Coronavírus.

Os outros dois casos suspeitos seguem em estudos e deverão ser anunciados na próxima semana, de acordo com cronograma de notificações da Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo um recente estudo publicado na revista Science, pessoas assintomáticas com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), são responsáveis por dois terços das infecções. Essas transmissões enfatizam a importância de medidas de distanciamento social que estão sendo adotadas.

Estudo reforça necessidade de isolar mesmo quem não tem sintomas

Apesar de os pacientes que desenvolvem a doença serem duas vezes mais contagiosos, os assintomáticos são seis vezes mais numerosos.

O desafio de lidar com pessoas que têm o coronavírus mas não apresentam sintomas foi reforçado em um estudo divulgado pela revista especializada Science. A pesquisa indicou que esse grupo – chamado de assintomático – foi responsável por dois terços das infecções registradas em Wuhan, na China. Isso significa que a maior parte dos infectados está livremente em contato com outras pessoas, já que não é alvo de isolamento justamente por não demonstrar estar doente. A estimativa é de um grupo de cientistas chineses e americanos, coordenado pela Escola de Saúde Pública da Universidade Columbia, de Nova York.

O estudo mostra que, apesar de os pacientes que desenvolvem a doença serem duas vezes mais contagiosos, os assintomáticos são seis vezes mais numerosos, tornando-se os grandes transmissores da pandemia. Não há estudo semelhante no Brasil, mas, para especialistas, a conclusão leva a uma palavra chave: isolamento.

“Isso reforça a orientação de ficar em casa, de isolamento. Se for sintomático ou assintomático, estando em casa, tem risco zero de contaminar outras pessoas”, destaca Paulo Ernesto Gewehr Filho, médico do Serviço de Infectologia do Hospital Moinhos de Vento e membro da Câmara Técnica de Infectologia do Conselho Regional de Medicina (Cremers).

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Roger Campos

Jornalista

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