Apae irá inaugurar uma padaria este ano e será referência para toda região até 2017
A Apae, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, realiza há anos importantes serviços em prol dos portadores de necessidades especiais, além de atender toda a comunidade em questões como tratamentos de fisioterapia. Dificuldades e inovações estão na pauta da entrevista que o Conexão Três Pontas fez com a presidente Rosilda Gama. Vale a pena acompanhar:
Conexão – Como foi o ano de 2015 para a Apae?
Rosilda – Primeiramente quero dizer que ao Apae tem passado algumas dificuldades. Em 2015 não conseguimos receber o repasse do Fundeb. Deixamos de receber R$105.000,00 do Fundo de Educação Básica. E o que nos falado é que isso se deu devido a crise. Nós estamos acumulando essas despesas todas para 2016. Nos foi passado que a crise que o Município atravessa é o motivo já que a Educação não teria essa verba para repassar para a Apae. 2015 foi um ano onde a Apae ampliou ainda mais seus atendimentos. Vários recursos foram conseguidos através de emendas parlamentares. Várias cadeiras de rodas foram conseguidas e a verba foi conseguida em dezembro e novas aquisições de cadeiras confortáveis serão feitas agora no começo de 2016.
Conexão – Nos fale sobre os atendimentos feitos pela entidade.
Rosilda – Nós conseguimos atender amplamente todos os nossos assistidos. Vislumbramos dar mais qualidade para eles e conseguimos. Diariamente na Apae, temos várias atividades, como o Teste da Orelhinha, o programa PREO onde se identifica possível perda intelectual ou mental de forma precoce, programas de fisioterapia para toda a comunidade trespontana. Enfim, atendemos 432 pessoas por mês na Apae, fora os atendimentos da comunidade. Na escola nós temos 250 estudantes na modalidade educação Especial. Hoje temos uma creche na Apae que muito me orgulha. Super equipada e que atende as demandas e contamos com recursos do Fundeb para sua manutenção. Temos agora um programa para atender 16 assistidos que têm autismo e que farão parte de um programa com a utilização de Tablets. Isso já foi apresentado para o Ministério da saúde, embora ainda não tenhamos ainda aprovado os recursos, através de renuncia fiscal.
Conexão – Quantos profissionais trabalham hoje na Apae?
Rosilda – São cerca de 86 profissionais.
Conexão – Nós vimos várias vezes alguns políticos, principalmente o Deputado Mário Henrique Silva vindo à Apae e fazendo doações, como a de cadeiras de rodas especiais. Isso continua ocorrendo?
Rosilda – Essas doações são as que nos dão condição de nos manter bem e de dar mais qualidade de vida aos assistidos. Conseguimos 15 mil reais através do vereador Luisinho junto ao Deputado Evair e essa verba já está em nossa conta para trocarmos todos os instrumentos da banda da Apae. Nós primamos muito a parte cultural e isso era fundamental. O Deputado Caixa é um grande parceiro também. Há um outro projeto onde visamos ter uma oficina escola.
Conexão – Sobre a grande novidade para este ano de 2016 que é a inauguração de uma padaria própria. Fale sobre isso.
Rosilda – Para 2016 a Apae vai estar montando uma padaria em frente a sua sede própria, porque fomos premiadas por Furnas com R$30.000,00, pela Cemig com R$32.000,00 e ainda estamos buscando mais recursos para que possamos qualificar nossos alunos para serem padeiros e trabalharem nessa padaria própria. Visamos com isso dar uma sustentabilidade, já que a Apae tem uma despesa de mais de 100 mil reais por mês, já que temos um corpo de funcionários grande e complexo, além, de médicos voluntários. Nós fomos destacados como referência até 2017. Isso se deu pela secretaria de Estado da saúde, na área precoce, na área de atendimento à criança com eficiência. E por isso foi pactuado para que a Apae de Três Pontas atenda toda a região. Seremos um centro de reabilitação para toda região até 2017. E essa padaria também serve pra dar um atendimento para os visitantes de outras cidades além de nos ajudar nas despesas.
Conexão – Que tipo de profissionais fazem parte da Apae na área da saúde?
Rosilda – Nós temos um corpo clínico, profissionais muito qualificados nessa área. Temos médicos, três fisioterapeutas, três psicólogas, duas terapeutas ocupacionais, duas assistentes sociais, enfermeiros e estagiários. Temos dentistas, fonoaudiólogas e outros grandes profissionais. Estamos bem servidos. Precisamos apenas continuar contando com a ajuda das autoridades e da comunidade.
A Apae de Três Pontas sob revive hoje através de convênios e da ajuda da população trespontana. A presidente da Apae Rosangela Gama reforça que precisa dos recursos do Fundeb para poder sanar as despesas. Ela disse que espera sensibilizar o vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Erik Roberto, para que em 2016 se consiga cobrir os R$105.000,00 que a Apae deixou de receber em 2015.
Há convênios diversos e parcerias do próprio Município que auxiliam a Apae. Recursos na área da Assistência Social que são irrisórios, segundo Rosângela, o SUS e a participação da comunidade na compra dos carnês, do bingo e também do estacionamento da Expocafé.
Existe ainda o programa Apae Energia, onde as pessoas podem colaborar na conta de energia elétrica com o valor mínimo de 5 reais. O carnê Adote Uma Criança especial custa 10 reais por mês e a pessoa concorre a vários prêmios.
Hoje a educação da Apae é de muita qualidade e reconhecimento. Mas precisa de apoio e investimentos para continuar atendendo não apenas as pessoas com necessidades especiais, mas toda comunidade com todo carinho, competência e com um leque cada vez maior de ações.