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Fala sério! Infelizmente a palavra da moda é a INTOLERÂNCIA. No dicionário significa: atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Ou seja, as pessoas não respeitam as opiniões dos outros. Isso está muito visível, latente nos dias de hoje.

O filósofo Leonardo Boff pontuou recentemente esse tema: “O assassinato dos chargistas franceses do Charlie Hebdo recentemente e a última eleição presidencial no Brasil trouxeram à luz um preconceito latente no mundo e na cultura brasileira: a intolerância.”

O povo brasileiro é passional. Quer resolver tudo no grito, na marra, na força. Observamos diariamente vários exemplos.

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A intolerância racial talvez seja uma das mais antigas e ainda fortemente presente nos dias de hoje. Ser negro no Brasil, para alguns ou muitos, ainda significa ser menor, ser de uma linhagem inferior. Sempre ouvimos dizer: “eu não sou racista…” Mas essa situação degradante em desfavor dos negros está infiltrada até do seio das polícias. Numa abordagem de dois homens, sendo um branco e um negro, certamente, na maioria dos casos, o negro será o principal suspeito, apenas e tão somente por ter a pele escura.

Há aqueles que agridem fisicamente e até matam homossexuais simplesmente porque se acham nesse direito. São chamados de homofóbicos, aqueles que têm total aversão aos gays, lésbicas, bissexuais e simpatizantes.

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Mas a que mais cresce é a intolerância religiosa. Essa está contaminando o mundo de tal forma que já se teme uma terceira guerra mundial. O exemplo mais extremo, nos dias de hoje, é o EI (Estado Islâmico) que mata e mostra a crueldade das mortes em filmagens para que todos vejam do que eles são capazes. Afogam, queimam vivos, decapitam, fuzilam, esquartejam, empurram de cima prédios, enforcam, crucificam, etc… Tudo em nome de um suposto deus. Os cristãos são os grandes alvos. Nem crianças escapam.

Na política então, a intolerância ganha contornos ainda mais perigosos. Tucanos e petistas têm travado verdadeiros conflitos tantos no campo das palavras quanto nas vias de fato através de seus militantes. Aqui em Três Pontas é comum troca de acusações pesadas, xingamentos, atitudes baixas que mostram o nível em que a política se encontra, praticamente rasteira e que desagrada a grande maioria da população. O ego acaba falando mais alto. Já pensou se os grupos deixassem a rivalidade e se unissem verdadeiramente em prol da cidade de Três Pontas? Não, isso não vai acontecer, é utopia.

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Outro tipo de intolerância que preocupa muito, aqui no Brasil, é a intolerância nas escolas, onde os professores deixaram de ser os mestres do saber e viraram saco de pancadas de alunos e verdadeiras quadrilhas juvenis. O bullying (termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder) praticado nas escolas ultrapassou todas as esferas da racionalidade. Em Três Pontas, assim como em outras partes do Brasil é comum diariamente vermos gangs de meninas de digladiando nos arredores das escolas. Hoje mesmo eu flagrei meninas trocando socos e pontapés em frente ao Supermercado do Moacyr e uma plateia de alunos incentivando a briga ao invés de separar.

Por fim, é preciso falar da intolerância ao verbo, ao direito da livre opinião. Pessoas que têm opiniões contundentes, claras e corajosas, são alvos da ira e da indignação de pessoas que por terem opiniões contrárias não sabem respeitar as divergências de ideias, apesar de pregarem o livre direito de expressão. Ou seja, pregam uma coisa e agem na contramão do que falam. Não se respeita mais a opinião distinta. E o que mais se percebe são pessoas que querem expor suas ideias, querem falar, mas temem, se calam diante de represálias causadas por essa palavrinha da moda: a intolerância.

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Fala sério! Se vivemos num país democrático e miscigenado, culturalmente multifacetado, a intolerância deveria ser reprimida com a mesma veemência e voracidade com que erguem algumas bandeiras. Se as pessoas têm o direito de achar o azul mais bonito, outros deveriam ser livres e respeitadas por achar o rosa o mais belo.

O ser humano está à flor da pele, está mais sensível, pronto para o embate por mais irrelevante que sejam os temas e questões. Hoje, infelizmente, muitas pessoas, por mero prazer ou inveja, ódio ou algum sentimento perverso incutido na índole e na formação do caráter, preferem atirar gasolina ao invés de tentar apagar a fogueira da intolerância.

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Como diria Renato Russo: ““É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…”

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