Segundo Michel Renan, o governo de Minas deve mais de 5 milhões de reais para a Santa Casa de Três Pontas.

 
Os diretores do Hospital São Francisco de Assis, de Três Pontas, doutores Geovanni de Barros Pereira e Eduardo Vasconcelos, e o provedor Michel Renan Simão Castro, se reuniram com a imprensa regional no início da noite desta terça-feira (10) para anunciar as decisões tomadas referentes ao já anunciado fechamento por tempo indeterminado da maternidade e também do setor de pediatria.
 
Eles revelaram que, apesar de todos os numerosos esforços da direção do HSFA, devido a crise financeira por que passa a Sanca Casa local, a exemplo de outras tantas distribuídas pelo estado de Minas Gerais, contra a vontade de todos, a única solução encontrada é o fechamento dessas unidades até que o governo do estado de Minas Gerais resolva pagar toda dívida junto a entidade, que já ultrapassa dos 5 milhões de reais, ou pelo menos alguma parte disso.
 
De acordo com os diretores e o provedor somente referente a dívida de 2018 o valor já passa dos 600 mil reais. E é justamente algo em torno desse numerário que seria suficiente para pagar os dois últimos meses de salários atrasados dos médicos, considerados da atual administração da Santa Casa. Isso porque o montante de meses sem recebimento de salários já chega a seis, quatro meses da gestão anterior.
 
Todas as autoridades foram comunicadas que, por conta da falta de recebimento, alguns médicos que não são do quadro efetivo da Santa Casa, mas que cumpriam escala de plantão da maternidade, decidiram não trabalhar mais, deixando assim, segundo a direção do Hospital São Francisco de Assis, um buraco enorme nas escalas dos plantonistas. Essa situação prejudica o atendimento e coloca a saúde em risco.
Justamente por esse motivo, evitando um risco maior, a direção do Hospital se reuniu com representantes da Prefeitura e do Ministério Público para comunicar a decisão de fechar as duas unidades. “Nós não queremos jamais cruzar os braços, fazer greve ou paralisação. É preciso lembrar que os médicos estão sendo guerreiros trabalhando todos esses meses sem recebimento. Infelizmente temos um déficit mensal em torno dos 400 mil reais. Conseguimos diminuir a dívida total de 19 milhões para 14 milhões de reais. Mas como o governo de Minas Gerais não está fazendo a sua parte estamos de mãos atadas e alguma providência, para o bem de todos e da Santa Casa, precisa ser tomada”, explicaram durante a coletiva.
 
Inicialmente havia sido ventilado que a maternidade e a pediatria fechariam já nesta quarta-feira (11). Mas foi revelado agora a noite que algumas tentativas ainda serão feitas para, num último esforço, evitar essa interrupção nesta quarta-feira. Porém foi deixado claro que se nada for feito, já na quinta, dia 12, as portas da maternidade e da pediatria estarão fechadas.
Da esq. p/ dir. o diretor clínico Dr. Eduardo Vasconcelos Camargo, o provedor Michel Renan Simão Castro e o diretor técnico Dr. Geovanni de Barros Pereira.
“Se chegar alguém em trabalho de parto, faremos de tudo para dar assistência amanhã, mas fora esse caso extremo, nenhum atendimento será feito, principalmente de pacientes de outras cidades”, pontuaram.
 
Contatos com algumas autoridades, dentre elas o deputado Mário Henrique Caixa, foram feitos há poucos instantes em busca de uma ajuda, uma solução. A subvenção da Prefeitura Municipal, segundo a diretoria da Santa Casa, está em dia, mas afirmam que o valor tem sido insuficiente. O Prefeito Marcelo Chaves, por sua vez, disse que a prefeitura também está em dificuldades financeiras, sem recursos.
 
Michel Renan, Dr. Eduardo e Dr. Geovanni, bem como o vice-provedor Wilson Ferreira Jr., aos olhos da população trespontana, têm feito de tudo, buscado ajuda junto a própria população que, a propósito, têm feito sua parte. Alguns parlamentares têm dado sua contribuição, como os deputados Caixa, Diego Andrade e Dimas Fabiano. Mas ainda assim a crise é grave.
 
Nossa reportagem apurou que a situação só não é ainda mais caótica pelo fato desses dois profissionais médicos estarem se desdobrando, acumulando funções e cargas de trabalho sem receber nada por isso. Michel Renan também tem dedicado horas a fio em prol do resgate da unidade de saúde, vital para Três Pontas e algumas cidades da região, embora, segundo Michel, muitas dessas cidades que mandam pacientes para o HSFA, não têm ajudado financeiramente com nenhum valor sequer, com exceção de Santana da Vargem.
 
Ainda na reunião foi dito que não há um prazo, caso realmente a maternidade e a pediatria fechem na quinta-feira, para suas reaberturas. E deixam um alerta: “Se esse quadro não for revertido rapidamente, além de não conseguirmos reabrir esses dois setores, poderemos ter que fechar outros, inclusive o Hospital como um todo”, concluíram.
 
Veja a reportagem completa logo mais no Conexão Três Pontas.
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Roger Campos

Jornalista

MTB 09816

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