Empresária querida na cidade está lutando e vencendo um câncer de mama. Ela decidiu compartilhar a batalha diária em suas redes sociais.

Depois de um 2020 marcado pela evasão dos pacientes dos consultórios médicos, especialistas estimam que o número de pessoas com câncer em estágio avançado vá ser ainda maior nos próximos dois anos. Levantamentos feitos por entidades médicas apontam que, nos primeiros meses da pandemia, 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas. Além disso, há cerca de 75 mil brasileiros que deixaram de receber diagnósticos no período. No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta quinta-feira (4), o recado é que, apesar da situação sanitária, os cuidados com a doença não devem ser deixados de lado. A empresária trespontana Carla Machado tornou pública, através de postagens frequentes em suas redes sociais, a sua luta contra um câncer de mama. Uma mulher de fé, foco e força, assim podemos definí-la. Aproveitando o Dia Mundial do Câncer e a necessidade maciça de conscientização sobre a prevenção e os tratamentos, Carla Machado contou um pouco da sua luta que, graças a um tratamento eficiente, a fé dela própria e as orações dos trespontanos, vem sendo vencida com coragem, vontade de viver e um exemplo de coragem poucas vezes visto. Vale a pena acompanhar a reportagem especial.

“Jamais esconderia a doença. E já que estou com ela, que eu possa ajudar outras a encararem com mais leveza o tratamento. Ninguém consegue imaginar o que passamos. Mas temos que encarar com esperança no tratamento.”

Conexão – Carla, hoje é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Recentemente você foi diagnosticada com câncer de mama. Como você enxergava a doença, todo universo do câncer, antes e como vê agora?

Carla Machado – A doença era algo distante da minha realidade, era o que eu acreditava. Mas quando recebi o diagnóstico, primeira pergunta que me fiz foi: “por que não comigo?” E daí entendi que eu não teria opção alguma que não fosse acreditar e lutar pra me curar. O câncer é uma doença que mexe muito com tudo na gente. Com o psicológico, na parte da insegurança do tratamento; na vaidade pois os cabelos caem e unhas se tornam algo fraco. Na parte física porque inchamos muito. E a gente aprende a separar a dor física da dor da alma.

Conexão – Como foi a descoberta da sua doença?

Carla Machado – Sempre fiz todos os exames preventivos. Todos. Fazia-os anualmente. Em setembro do ano passado, fiz todos e estavam todos bem. Neste ano senti algo estranho no seio mas achei que poderia ser do silicone que tenho há 8 anos. Não era. Na mamografia não acusou mas no ultrassom apareceu. Após realizar todos os exames, tive a certeza que se tratava de um câncer raro.

Conexão – Sabemos que o diagnóstico precoce é fundamental, assim como toda prevenção. Você acredita que tenha “falhado” na prevenção? E você acha que as mulheres ainda não dão a devida importância a esses cuidados?

Carla Machado – Não acredito que tenha falhado. Acho que todas as mulheres deveriam fazer a mamografia e o ultrassom sempre. A falha de um se assegura no outro. Nem todos os cânceres são diagnosticados só na mamografia, o que foi o meu caso.

Conexão – Você é uma pessoa muito conhecida e querida na cidade. E resolveu encarar a doença de frente, inclusive postando passo a passo seu tratamento. Fale sobre essa experiência, o carinho das pessoas para com você e ainda nos diga de onde vem essa força que você demonstra?

Carla Machado – Dizer que é fácil, não. Não é fácil. Mas eu poderia encarar a doença de duas maneiras: ou sofrendo, revoltada, com depressão ou aceitar mais esta luta na minha vida de uma forma mais leve, mais calma, entendendo e aceitando todo o processo. Jamais esconderia a doença. E já que estou com ela, que eu possa ajudar outras a encararem com mais leveza o tratamento. Ninguém consegue imaginar o que passamos. Mas temos que encarar com esperança no tratamento. E o bom humor alivia bem os sintomas do tratamento. Existe ainda muito preconceito sobre a doença e eu quis mostrar a todos o que acontece comigo também. Afinal, por que não comigo? É esta a pergunta que a gente sempre tem que fazer. Se pode acontecer com o outro, pode acontecer comigo também. Quanto ao carinho de todos, as orações, eu agradeço diariamente a todos pois nem imaginam a força que me dão. Leio cada mensagem e me fortaleço com cada palavra que recebo. Eu precisava desse excesso de amor na minha vida.

Conexão – Sua relação com Deus mudou com a doença?

Carla Machado – Minha relação com Deus sempre foi das melhores. O Deus que eu creio é o Deus bom, que não castiga, que não maltrata. É o Deus que me põe no colo e me consola. É o Deus que me abraça e me segura. De vez em quando eu o chamo na conversa e digo a Ele: “Uai, Deus, parece que agora o Senhor exagerou, né?”. Aí rimos muito e ouço a voz Dele dizendo que eu aguento. E eu sei que eu aguento. Meu Deus é este. Esta sempre ao meu lado me fortalecendo. Eu sou Ele e Ele sou eu. Sinto Ele em mim o tempo todo.

Conexão – Uma mensagem para todas as pessoas que sofrem com esta doença, mas que, cada vez mais, têm obtido cura.

Carla Machado – A mensagem que deixo a todos que passam por esta doença e aos que vierem a passar é que acreditem na força divina que há em cada um de vocês. Nosso corpo físico adoece. O que não pode adoecer é o nosso corpo espiritual. Então, a força que existe em mim, existe em todos vocês. Basta a gente entender que ou encaramos a doença numa boa (o que é difícil) ou nos fazemos de fracos e deixamos ela nos dominar. Eu optei por ser forte e encarar. A opção da escolha, está em cada um. Lembrem-se sempre: Deus está no comando das nossas vidas. É a Ele a quem devemos dobrar nossos joelhos e agradecer. Somos seres em construção. Que sejamos nosso melhor nos melhores e nos piores momentos. Gratidão pelas palavras. Gratidão pelas orações. Deus abençoe cada um de vocês.

Estimativa

O Brasil deverá registrar 625 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2020/2022, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Se descontados os casos de câncer de pele não melanoma, serão 450 mil novos registros da doença para cada ano. O cálculo global corrigido para o sub-registro, segundo Mathers et al. (2003), aponta a ocorrência de 685 mil casos novos.

O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, com 177 mil novos casos estimados. Ele corresponderá a 27,1% do total de casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres.

Considerando-se todos os demais tipos de câncer, os mais frequentes na população serão mama e próstata (66 mil casos cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).

Por gênero, os tipos de câncer mais comuns em homens são próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,1%) e cavidade oral (5%). Nas mulheres, o câncer de mama lidera (29,7%), seguido por cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%).

“Eu optei por ser forte e encarar. A opção da escolha, está em cada um. Lembrem-se sempre: Deus está no comando das nossas vidas. É a Ele a quem devemos dobrar nossos joelhos e agradecer.”

Campanha de Conscientização

O movimento global União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) lança este ano o Desafio dos 21 dias, pelo Dia Mundial do Câncer, lembrado hoje (4). O desafio faz parte de uma campanha lançada em 2019, com o título “Eu sou, eu vou: Juntos, todas as nossas ações são importantes”, e destaca que o “eu” não significa somente indivíduos, mas qualquer cidade, organização ou entidade que queira participar do esforço de conscientização e educação sobre a doença. A campanha estimula também iniciativas que diminuam os índices de câncer no mundo.

“Afinal, por que não comigo? É esta a pergunta que a gente sempre tem que fazer. Se pode acontecer com o outro, pode acontecer comigo também.”

No Brasil, a campanha da UICC conta com o apoio da Fundação do Câncer, que está lançando também hoje sua campanha 21 ações para 2021.Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, também aderiu à campanha global. A instituição vai divulgar em sua página na internet os 21 desafios, um a cada dia, com o objetivo de melhorar a saúde dos brasileiros, apoiar alguém com câncer e entender melhor a doença.

A partir de hoje (4), durante 21 dias, será colocado um desafio por dia na página do Inca. Serão dadas dicas para cada desafio, diariamente, pela equipe do instituto. “Se todo mundo experimentar uma coisa diferente, nem que seja por um dia, quem sabe se anima a mudar o comportamento para sempre em sua vida. Essa é a ideia da campanha”, informou a chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, Liz Almeida.

Os 21 desafios estabelecidos na campanha da UICC são: Coloque cor no seu prato, Cheque sua caderneta de vacinação, Pratique meditação em movimento, Não esqueça o protetor solar, Faça um brinde saudável, Se conheça!, Durma bem, Treine como campeões, Abra seus ouvidos, Elogie alguém, Ria em voz alta, Aposte na salada, de olho na sua saúde, Dedique-se às amizades, Faça algo diferente, Quem canta seus males espanta, Mexa-se, Relaxe, Coloque fibra em sua vida, Não faça nada e Agradeça.

Esta reportagem é uma homenagem tanto à empresária Carla Machado, quanto a todos aqueles que estão enfrentando e que, com as bênçãos de Deus, vencerão o câncer.

Como detectar o Câncer de Mama?

Nosso corpo apresenta diversos sinais quando algo não vai bem em nossa saúde. Por isso, é importante estar sempre atento a alterações no organismo.

No caso do desenvolvimento do câncer de mama, não é diferente: diversos sintomas e sinais podem ser percebidos logo no início da doença. E quando falamos de câncer de mama, quanto mais cedo descoberto, maiores são as chances de cura.

 A detecção precoce é fundamental e a melhor estratégia para vencer a doença. A Mamografia é o exame mais importante no combate ao câncer de mama, deve ser realizada anualmente em mulheres com mais de 40 anos, idade em que o risco de desenvolvimento do câncer de mama começa a aumentar.

A mamografia é capaz de diagnosticar o tumor quando ele ainda tem menos de 1 centímetro, tamanho em que o nódulo ainda não está grande o suficiente para ser percebido no autoexame. Quando percebido nesse estágio inicial, o câncer de mama tem chance de cura em até 95% dos casos.

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, porém sem dor associada ao caroço – geralmente, as dores só são sentidas no mamilo. Os nódulos   que podem ser indolores, duros e irregulares ou macios e mais arredondados, mas apenas um especialista poderá examiná-lo precisamente.

Por isso, se notar qualquer diferença no aspecto e aparência da sua mama durante o autoexame, é importante ir ao médico com urgência.

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Roger Campos

Jornalista

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