Enfrentar nosso mar diário é preciso coragem e eliminar o medo que nos intimida e nos aterroriza.
Sair em nosso barco próprio é se projetar infinitamente e substituir a valentia pela prudência.
Éramos aventureiros que saíam para as viagens marítimas sem projetos e sem destino. Acreditávamos que poderíamos atravessar o mar com uma única braçada. E hoje percebemos que são necessários milhões. Nosso sonho era calculado pela precipitação e imperícias. E por isto evaporava simultaneamente no ritmo de sua desfiguração. Gostávamos das tempestades que nos afogavam, mas também nos ensinavam. Os desastres nasciam junto com a imprevisibilidade. Saltávamos-nos nas ondas gigantes sem salva- vidas psicológicas.
Essas brincavam de nos atormentar e nos impulsionavam para o alto mar. Lá, sem preparo éramos engolindo pelas profundezas escuras aonde os raios solares não chegavam.
Afogamos variadas vezes, mas sempre voltávamos à tona. Em nossa guerra contra o mar percebemos que os fracos éramos nós e não a o mar com sua destreza operacional.Estes nos proporcionavam a oportunidade de navegar.E nós, em nossa vulnerabilidade, nos arriscávamos.Depois de muitos erros aprendi a acertar e avançar de acordo com a monotonia marítima.
Essas coletâneas de equívocos fizeram-me destruir a timidez enfrente o mar e tornar-me conhecedor soberbo de meu próprio espaço marítimo.E foi por ter errado tanto que conseguir descobrir os caminhos dos acertos.Percebi que quando a racionalidade nos governa, nos faz entender que o mar tem sua lógica e enfrenta-lo com este raciocínio é doma-lo facilmente.
Hoje entramos no mar com a filosofia que nós, seres humanos, devemos viver somente os problemas inevitáveis, porém os evitáveis sou como Napoleão para resolver. Para que nossa permanência seja repleta de felicidade.Se nós pilotos estivermos em lua de mel com nós mesmos, seremos supremo condutor da embarcação.
A raridade dos problemas inevitáveis nos proporciona alegria quase permanente.Os armadores do mar só entendem de atravessar quando seu intimo estão mergulhado dentro das armadilhas existenciais.
Aprendemos que o mar da vida é para nós façamos turismo,e não para escapar da realidade terrena.
Ter o mar à frente é necessário primeiro matricular na marinha e depois de perito ter a certeza que a outra margem será atingida.
Nesta idade não nos cabe mais aventura. Devemos perseguir nossos sonhos na claridade solar. E depois de tantos afogamentos compreenderem que somente a profissionalização nos tornará pilotos competentes em qualquer situação em que estiver o mar.
Devemos entender que nossa erupção intima pode ser um fator a mais de destempero emocional levando-nos a desastres fatais.
Hoje meu mar é suave por isto busco manter minha embarcação em alta velocidade. Entendi que as tempestades antigas eram coisas minhas e não do mar. Com este aprendizado atual só saio para o mar com muito estudo e paz intima. Troquei a valentia pela prudência.
E essa paz intima me reservou o direito de até não enfrentar se não conseguir domar meu mar intimo. Pois o mar não é para se jogar e sim para navegar.
JUAREZ ALVARENGA
ADVOGADO E ESCRITOR
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