Minas vai investir cerca de R$ 30 milhões para o desenvolvimento de estudo clínico para validar a vacina UB-1612 elaborada pela Covaxx, uma unidade da United Biomedical, empresa internacional com unidades nos EUA, China e Taiwan.  A vacina terá estudos clínicos no Brasil conduzidos pelo laboratório Diagnósticos da América (Dasa). A previsão é que o protocolo de testes seja submetido à Anvisa em dezembro.

Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) divulgou nesta segunda-feira (14) que está mobilizando recursos para o desenvolvimento da vacina. Além da federação, a Dasa, o grupo de saúde Mafra, a MRV, a Localiza Hertz e o Banco Inter participam do projeto com doações, já totalizando R$ 30 milhões para o desenvolvimento de estudo clínico para validar a vacina.

O projeto da vacina da Covaxx contará também com a participação do governo de Minas Gerais para a realização dos testes, uso da tecnologia, definição das pessoas voluntárias e uso dos laboratórios, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Por isso, o estado terá prioridade na compra da vacina validada.

“A Fiemg, juntamente com outras empresas, está desenvolvendo os testes clínicos com a empresa Dasa no Brasil. Serão 30 milhões de reais investidos. Caso tudo dê certo, 50 milhões de vacinas devem vir para o Brasil. O Brasil já tem outros dois projetos e conseguimos, agora, ajudar a fazer o terceiro. Quanto mais vacinas, mais vidas serão salvas”, explica o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe Nogueira.

Testagem

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de COVID-19 já afeta 210 países e territórios no mundo. A vacinação é crucial para o controle da doença. De acordo com o Conselho Nacional e o Ministério da Saúde, até o último domingo, o Brasil já contabiliza 131 mil mortos. No mundo, o número chega a marca de mais de 900 mil vidas perdidas.

A fase 2 e 3 da vacina Covaxx será testada com cerca de 3 mil brasileiros. Ela é importante para definir as doses de segurança necessárias e a eficácia. Baseada em peptídeos e projetada para disparar resposta celular, a vacina tem  baixo risco biológico e não requer tempo para cultivo de vírus, o que garante alta escalabilidade.

A Covaxx estima que as primeiras 10 milhões de doses serão direcionadas a redes particulares, mas a rede pública brasileira tem 15 milhões de doses garantidas.

Em entrevista coletiva online na última quarta-feira (9), o cofundador e vice-presidente do conselho da Covaxx, Peter Diamandis, afirmou que um dos pontos mais importantes é que a vacina tem escala de produção à altura das necessidades de imunização da população. “A Covaxx usa a mesma plataforma que produz 5 bilhões de doses de vacinas para doenças em animais. Ela pode produzir vacinas em larga escala”, explicou.

Vale ressaltar, que os resultados dos primeiros testes clínicos da vacina ainda não foram publicados em revistas científicas, mas de acordo com a Covaxx, isso deve acontecer em breve.

Fonte Estado de Minas

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Roger Campos

Jornalista

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