Não é de hoje que os moradores de rua são pauta de reportagens, tema de debates e preocupação, tanto por parte das autoridades municipais constituídas quanto da população trespontana. Há anos eles ocupam um trecho do canteiro central da Avenida Oswaldo Cruz, próximo ao cruzamento com a Avenida Ipiranga. Prefeitos e vereadores de diversos mandatos e legislaturas, respectivamente, procuraram soluções. Nada de efetivo foi conseguido, principalmente porque a maioria daqueles que “moram” nas ruas se nega a voltar para a casa dos familiares.

E os motivos para a insistência em permanecer no relento são muitos, mas principalmente os vícios em bebidas alcoólicas e/ou drogas e as dificuldades de relacionamentos com parentes.

Em 2016 a Secretaria de Assistência Social promoveu uma reunião no Auditório da Cocatrel para discutir a questão dos moradores em situação de rua em Três Pontas.

Para piorar a situação, enquanto muitos insistem em não ajudar e fingir não enxergar o problema, a Casa Pietá, que cuidava da recuperação de dependentes químicos, que funcionava no Parque Vale do Sol acabou sendo despejada em abril de 2016.

Seus voluntários construíram e reformaram toda a estrutura para atender dependentes químicos no Parque Vale do Sol em Três Pontas, que se encontrava aparentemente abandonado. A decisão, segundo o presidente da Casa Pietá, Marcelo de Paula Lopes, foi tomada pela juíza Dra. Raissa Figueiredo Monte Raso Araújo, que fez cumprir um decreto que protege aquela área tombada pelo patrimônio ambiental e histórico. Com isso, a Pietá teve até aquele sábado, dia 09 de abril, para desocupar completamente o local.

Outro bom exemplo de boa vontade para com os moradores de rua é o Grupo de oração Fé com Obras. Os escassos voluntários, coordenados pelo casal Piter Vargner de Jesus e Fernanda, alugaram um imóvel na Rua Francisco Garcia Júnior, no bairro Botafogo, para acolher moradores de rua e oferecer-lhes lugar para dormir, alimentação, banho e também ajuda espiritual através das orações. Infelizmente as dificuldades financeiras e a falta de apoio por parte das autoridades e da comunidade tem colocado o projeto em risco, a ponto das contas de água e luz se acumularem. Seu coordenador frequentemente pede ajuda nas redes sociais. O Conexão Três Pontas já fez várias reportagens, mas até agora o quadro continua caótico e o fechamento é eminente.

Enquanto nada nessa direção é feito um sinal de luz no fim do túnel pode começar a mudar a realidade dos moradores de rua de Três Pontas, ou pelo menos recolocar o tema nas mesas de discussões. A promotora Dra. Ana Gabriela Brito Melo Rocha e o Executivo Municipal convidaram autoridades e representantes de diversos setores para um debate sobre o assunto.

Participaram membros de diversos departamentos da Prefeitura Municipal de Três Pontas, como representantes do Creas e do Cras, ligado a Secretaria Municipal de Assistência Social. Também estavam presentes voluntários de entidades que lutam para tirar os moradores das ruas, citados acima. A secretária de Assistência Social Aparecida Maria Chaves Garcia também compareceu.

Várias autoridades fizeram uso da palavra e expuseram seus pensamentos. Moradores do entorno da Avenida Oswaldo Cruz, que se sentem incomodados com a presença dos moradores de rua no local, principalmente por conta do uso de bebidas alcoólicas e da forma como frequentemente abordam motoristas e pedestres, falaram sobre os problemas que a situação gera.

Piter Vagner, representando o Fé com Obras e Marcelo de Paula Lopes, da Casa Pietá, também falaram e mostraram o quão difícil tem sido lutar por aquelas pessoas que estão nas ruas. Vários questionamentos foram feitos, como a retirada da Pietá do Parque Vale do Sol.

Ele lembrou as despesas que tem pago praticamente do bolso para manter abrigadas 17 pessoas. Aluguel, água e luz passam de 1.500 reais por mês.

A promotora Dra. Ana Gabriela Brito Melo Rocha lembrou da responsabilidade que todos têm em resolver o problema. Ela fez um comparativo onde o problema dos moradores de rua em outras comarcas foi solucionado e ressaltou que afugentar os moradores de rua da Avenida Oswaldo Cruz não adianta e não resolverá a situação.

Profissionais das secretarias municipais de Assistência Social e de Saúde também falaram de todas as tentativas, programas, ações e relevaram que é necessário que se amplie o número de profissionais envolvidos na abordagem dos moradores de rua, principalmente de servidores de carreira, que possam manter, devido a sua própria estabilidade, um trabalho mais longo e efetivo junto aos moradores de rua. A cada troca de prefeito, segundo eles, novas pessoas assumem cargos, outros deixam e assim o trabalho para, não tem sequência.

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Roger Campos

Jornalista

MTB 09816

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