Na abertura do Campeonato Brasileiro, vimos com clareza as fraquezas da maior liga de futebol em nosso país. Em seu primeiro dia, um jogo foi decidido puramente pelos erros de arbitragem. Palmeiras venceu o Internacional, com um pênalti discutível e um gol mal anulado a favor do clube gaúcho. O resultado poderia ser os 3 pontos pro colorado. Flamengo e Vitória terminou com um empate, mas com um sabor de derrota para todos que gostam de bom futebol.

Não é de hoje que os erros arbitrários atrapalham o espetáculo. Podemos citar casos famosos, como Corinthians e Internacional em 2005 ou Alemanha e Inglaterra em 2010, a “mão de Deus” que deu uma Copa do Mundo para a Argentina e até mesmo erros como o de Vitória e Flamengo, que podem não ter um impacto tão grande quanto os citados, mas estraga o futebol.

Errar é humano. Esse clichê faz parte do cotidiano da sociedade há anos e anos. Os árbitros são, de fato, seres com vidas iguais às nossas e com a possibilidade de cometer equívocos, sem precisar pagar por isso. Em muitos casos de enganos arbitrários não há o famoso “roubo”. Não existe uma conspiração para fazer aquele time vencer aquela partida. Na verdade, na maior parte, é erro por falta de preparação.

Nossos craques vão para a Europa na primeira oportunidade. Nossa moeda desvaloriza. Nosso campeonato é mais fraco que as divisões inferiores de países como Inglaterra, por exemplo. Por quê? Porque não sabemos organizar um torneio justo. Em todas as 38 rodadas algum jogo será decidido em um erro. Na falta de treinamento, profissionalização e preparação das autoridades da partida.

É impossível prevenir o ser humano de cometer um engano, mas podemos reduzir essa probabilidade. O árbitro de vídeo funciona em casos de decisões capitais, que mudariam o rumo de uma partida. Não salva os jogos de todos seus erros, mas diminui consideravelmente. Por que, então, os clubes negaram a utilização desse recurso para o Brasileirão?

Muitos alegaram que era motivo financeiro. A CBF deu um valor altíssimo para cada clube pagar. Isso é uma justificativa plausível, mas a maioria dos 20 times possui sim condição de abrir os cofres. De qualquer maneira, a falta de união entre Confederação e clubes é o que está matando o futebol brasileiro. A CBF é corrupta e os times não se unem para tomar a dianteira nesse processo de reabilitação de um torneio decente.

A falta de união dos clubes, dada por motivos financeiros, rivalidade e até mesmo egoístas, leva nossos craques e nossa visão de “país do futebol” para receber em euros. Erros claros de arbitragem em todas as rodadas, o “cada um por si” na organização do campeonato e o silêncio sobre tudo isso condena o futebol do Brasil. Não temos mais um campeonato valorizado.

Estamos causando nosso 7 a 1 a cada final de semana e, quando chegar em dezembro, tudo continuará igual. Estamos vendo um campeonato 10 a 1. Os 7 da Alemanha e os 3 da Holanda. Sorte nossa que a gente aceita qualquer coisa, senão, o que mais faríamos nos domingos?

Gabriel Lemos

 Graduando em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo

Curta a página do Conexão Três Pontas no facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *