Uma operação conjunta entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Polícia Civil e a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) cumpre sete mandados de prisão e onze de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (19), em Belo Horizonte, Contagem, na Região Metropolitana, além de Passos, no Sul de Minas, e Capitólio, no Centro-Oeste. A ação, nomeada de “Irmãos Ostentação”, tem como objetivo combater os crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Até as 9h50, seis pessoas haviam sido presas, segundo a promotoria.

A reportagem tenta contato com advogados dos presos.

De acordo com o Ministério Público, uma família é suspeita de comandar um esquema com negócios na cidade de Capitólio e na Região Metropolitana. As investigações revelaram um esquema criminoso que teve início com empresas atuantes no comércio de beneficiamento e distribuição de produtos alimentícios.

Conforme o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), as empresas foram mantidas em funcionamento por um período de tempo suficiente para atingir solidez econômica, e depois foram propositalmente esvaziadas, deixando pra trás uma dívida de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cerca de R$ 10 milhões.

Com o valor desviado dos cofres públicos, os investigados montaram restaurante, cervejaria e hotel, para a lavagem de dinheiro, dificultando a identificação dos bens ilicitamente adquiridos e seus reais proprietários.

Segundo o MP, foi criada uma nova empresa atacadista em Contagem, na região da Centrais de Abastecimento (Ceasa) e com filial na cidade de Passos, também suspeita de sonegação.

Ainda conforme a promotoria, como forma de garantir o anonimato diante da fiscalização e não levantar suspeitas, os novos empreendimentos foram assumidos por laranjas, a maioria deles parentes dos investigados que continuaram, de fato, à frente dos negócios.

O Ministério Público afirma que as fraudes renderam milhões de reais aos investigados que apresentavam sinais exteriores de riqueza, esbanjando nas redes sociais uma vida luxuosa, ostentando imóveis caros e carros de luxo. Segundo a Polícia Civil, só o restaurante instalado próximo à conhecida região de Escarpas do Lago estaria avaliado em torno de R$ 20 milhões.

Além do prejuízo já apurado, estimativas da Receita Estadual apontam para a existência de uma dívida fiscal ainda maior. De acordo com o MP, o valor só poderá ser estimado após análise do material apreendido na operação.

Participaram da ação 42 policiais civis, três promotores de Justiça e 40 servidores da Receita Estadual.

Fonte G1 Sul de Minas

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Roger Campos

Jornalista

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