Fígado e córneas partiram de Três Pontas e foram transportadas por aeronave do Corpo de Bombeiros

A comissão responsável pela doação de órgãos e tecidos para transplantes da Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, de Três Pontas, conseguiu a captação de um fígado e as córneas de um único paciente, após autorização da família, mostrando que mesmo no momento de dor pela perda de um ente querido, é possível praticar a generosidade e a empatia, ajudando que outras pessoas se mantenham vivas através da doação de órgãos ou que gozem de mais qualidade.

Uma aeronave do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais pousou no Aeródromo de Três Pontas na manhã desta quarta-feira (11) trazendo uma equipe do Hospital Felício Rocho, de Belo Horizonte, um dos hospitais cadastrados para fazer a captação de órgãos no estado.

O doador foi um paciente de 69 anos, que estava hospitalizado havia alguns dias e que acabou tendo a confirmação de morte cerebral no último domingo.

O trabalho de captação de órgãos é sempre muito minucioso e cheio de critérios a serem cumpridos, passando por exames complexos e cuidados com o doador para que seus órgãos possam ser reaproveitados.

Por conta da idade do doador foram aproveitados apenas o fígado e as córneas, que poderá salvar outra vida vou dar melhor qualidade através de uma nova visão.

Captação de Órgãos em Destaque em Três Pontas

A Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, em Três Pontas, fez a primeira doação múltipla de órgãos da unidade de saúde. Foram recebidos o coração, os rins e as córneas do jovem Alessandro de Paula Vitor, de 22 anos, que morreu após complicações depois de um acidente de moto, em janeiro deste ano.

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Sistema Estadual de Transplantes

O sistema estadual de transplantes é composto pela central estadual de transplantes (CET) e pelas organizações de procura de órgãos (OPO’s). É responsável por coordenar a política de transplantes de órgãos e tecidos no estado de Minas Gerais, regulando o processo de notificação, doação, distribuição e logística, avaliando resultados e capacitando hospitais e profissionais afins na atividade de transplantes.

Critérios

A doação de órgãos e sua destinação para transplante é coordenada em Minas Gerais pelo MG Transplantes, que é responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o estado, por meio da central estadual de transplantes (CET).

Há três tipos de doadores: o doador em morte encefálica, o doador vivo e o doador de coração parado. É importante comunicar à família o desejo de ser doador, não é necessário deixar nada por escrito. Podem ser doados os seguintes órgãos e tecidos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, intestinos, pele e tecidos musculoesqueléticos. O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem ser cônjuges e parentes até o quarto grau.

Os doadores vivos podem doar um dos rins, a medula óssea, uma parte do fígado e uma parte do pulmão. O potencial doador vivo também deve ser encaminhado a um centro transplantador, para que se verifique as possibilidades do transplante. A retirada de tecidos e órgãos de doador falecido para transplantes depende da autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau, que são consultados após o diagnóstico de morte encefálica (parada total e irreversível do cérebro, atestado por diversos exames).

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Quando o paciente está em quadro de morte encefálica, podem ser retirados todos os órgãos passíveis de doação. Com o coração parado é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas num prazo de até seis horas. Para entrar na lista de receptores de órgãos e transplante é preciso ser encaminhado por um médico para um dos centros transplantadores. O paciente é submetido a vários exames, que variam conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante.Para a realização do transplante, há uma lista única do estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do MG Transplantes, em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, dentre outros critérios.

Covid-19 e a queda na doação de órgãos

Um levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revela que, no primeiro semestre de 2021, o número de doadores caiu 13% em nível nacional. O relatório foi publicado em agosto do ano passado e também apontou queda na taxa de doadores efetivos, passando de 18,1 por milhão de habitantes, em 2019, para 15,8 por milhão de habitantes, em 2021. Isso significa que, até 2020, eram necessários três potenciais doadores para efetivar uma doação. Agora, são necessários quatro potenciais doadores para obter o mesmo resultado.

O risco de contaminação e a sobrecarga hospitalar, com a lotação das UTIs, consequências diretas da pandemia de covid-19, foram os principais fatores responsáveis pela baixa. Os procedimentos mais afetados foram os transplantes de pulmão, com decréscimo de 62%, rim e coração, com 34%, e fígado, com redução de 28%. O mês de setembro é dedicado à campanha do Setembro Verde, que reforça a importância da doação de órgãos e tecidos.

(Fotos contribuição Marcelo Ágile)

 

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Roger Campos

Jornalista / Editor Chefe

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