Quase 80% dos atendimentos realizados não seriam de casos para o PAM.
É notória que a situação da saúde no Brasil beira o colapso. Tanto nas capitais quanto nas pequenas cidades do interior do Brasil faltam hospitais, médicos, medicamentos e até condições mínimas de higiene. Se faltam leitos, sobram problemas. Pronto socorros e hospitais sufocados, atendendo muito acima da demanda diante de uma tabela de SUS absolutamente defasada. Aqui em Três Pontas, cidade considerada referência em alguns casos, o Hospital São Francisco de Assis tem se mantido as duras penas. O Pronto Atendimento Municipal tem abrigado pacientes de várias cidades da região. E apesar de algumas reclamações, os resultados têm sito satisfatórios.
Nossa reportagem acompanhou durante dois dias desta semana (segunda e terça-feira) o trabalho desenvolvido naquela unidade de saúde. Desde que o Protocolo de Manchester foi implantado (O Protocolo de Manchester classifica os doentes por cores, após uma triagem baseada em sintomas, de forma a representar a gravidade do quadro e o tempo de espera para cada paciente) houve um grande desafogo no número de atendimentos. Casos mais graves recebem atendimento prioritário. Os resultados têm se mostrado bons.
Recentemente uma grande novidade foi notada no Pronto Atendimento Municipal de Três Pontas. Os resultados de exames mais elaborados, como Raio X, agora são enviados diretamente para a Sala de Emergência, assim que acaba de ser realizado, agilizando a conferência e diagnóstico por parte dos médicos. Com isso há mais agilidade e menos sofrimento para o paciente.
De acordo com informações que obtivemos no PAM de Três Pontas ainda há um grave problema a ser corrigido: quase 80% dos atendimentos feitos são de casos que poderiam e deveriam ter sido resolvidos em postos de saúde, desafogando o Pronto Atendimento. Muitos pacientes “se acostumaram a ir direto no PAM, sem necessidade, o que acaba provocando alguma lotação em horários específicos. Diariamente são cerca de 200 atendimentos.
O Pronto Atendimento Municipal de Três Pontas conta com profissionais do mais alto nível e de notória dedicação. Muitos trabalham sob pressão e ainda, costumeiramente, acabam, tendo que se deparar com grosserias e até agressões por parte de pacientes ou parentes. São sete enfermeiros por turno e dois médicos.
“Muitos questionam o atendimento aqui no Pronto Socorro. Mas eu venho aqui muitas vezes e sempre sou bem atendida. É claro que a pessoa doente fica impaciente e quer ser atendida rápido, até pra aliviar a dor. Mas antes de reclamarem do PAM aqui de Três Pontas deveriam ver a realidade em outros hospitais da região e nas capitais, onde se morre sem atendimento nos corredores”, pontuou Elizabete Silva Cardoso, que sofre de asma e hipertensão.