Visto do nosso ponto de vista nada deve representar, porque afinal de contas, é só um grão de areia na beira da praia, nas profundezas do rio ou do mar.
Mas imaginem quem um dia dois jovens se encontram na praia e nele logo nasce uma ardente paixão. Ele não se contém e revela seus sentimentos. Ela se curva, pega um pequeno grão de areia e lhe entrega dizendo que tome conta dele direitinho até o verão seguinte, quando voltarão a se encontrar. Se ele ainda o tiver é porque realmente, tinha toda aquela paixão por ela. Ele correu e mandou plastificar e o guardou na carteira. Todos os dias ao abri-la, via o pequeno envelope e lembrava-se de sua paixão. Até que… Um belo dia perdeu seu grão de areia, mas todos os dias, horas e minutos, eram gastos na tentativa de encontrá-lo. Novo verão, de novo a mesma praia e lá estava ela. Mas ele não tinha mais o seu grão de areia. Depois, outros verões, e ela sempre lá, mas por causa da necessidade de devolver o grão de areia… Ele ficava ao longe, amando e desejando sua paixão. De repente, um grão de areia entra em seus olhos levado pelo vento, e ela vem em seu socorro. Com os olhos lacrimejando, vê seu rosto tão próximo e ouve sua voz. Foi preciso o vento para nos unir. Até que enfim, tenho de volta meu grão de areia.
Por falar em praia, se for construir um castelo não esqueça que terá que ser amigo de todo os grãos de areia, porque se um só resolver não colaborar, ou você o desprezar, seu castelo na certa irá desmoronar.
Pior do que isso, só se for verdade de que os olhos são as janelas da alma, e de repente um grão de areia cair nos seus. Você pode ficar com uma vidraça quebrada!
Antonio Jorge Rettenmaier
Escritor, colunista e palestrante.
Autor dos Livros “Parecem Mentiras” “Ele!”, “Fala Sério!” e “Do Fracasso ao sucesso na arte de viver!”
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