Acordar com uma notícia dessas não é nada fácil. Não há como mensurar a dor dos familiares e dos amigos mais próximos. Mas eu tenho uma longa história com a ex-prefeita Adriene e a sua partida tão precoce me fez rememorar alguns capítulos marcantes.

Conheci aquela mulher linda, com aqueles sempre impecáveis cabelos louros e aquele penteado com um topete perfeito que era uma de suas marcas, quando estava cuidando de tantas pessoas especiais na Apae de Três Pontas.

Conheci uma mulher competente, de sorriso também lindo, dedicada às crianças e a todos que a cercavam. Fala doce, jeito cativante, educação refinada e um jeito todo carinhoso e atencioso para com as pessoas e em especial a imprensa.

Me tornei, com o passar do tempo, um amigo pessoal. Recordo quantas entrevistas fizemos… Várias, incontáveis! Sempre sorrindo, sempre linda, sempre com o verbo apurado e uma força de vontade latente. Num dos episódios mais marcantes pra mim, Adriene me telefonou uma manhã e pediu que eu fosse em sua casa pois ela queria conversar com alguém e, até com certa surpresa, eu fui o escolhido. Conversamos muito no “pé de sua cama”, ainda de pijama, mas, pra variar, linda. Um suco de laranja molhava suas palavras e a amizade ali foi se fortalecendo…

Veio a política e muitas vezes, mesmo contra a vontade de quem tem a caneta, de quem realmente tem o poder, acabamos nos afastando. Tivemos alguns conflitos, o que não é nada anormal entre políticos e a imprensa. Pontos de vista diferentes. Mas no fundo sempre nos respeitamos e torcemos um pelo outro.

Como ela cresceu, brilhou, alcançou suas metas, fruto de muito trabalho, suor e uma garra que só era vista em raras pessoas. Predestinada! A primeira mulher prefeita de Três Pontas, primeira presidente da Associação Mineira dos Municípios, conselheira e presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Toda beleza que Adriene sempre irradiava era chancelada por seu talento e capacidade.

Numa outra ocasião, após alguns anos sem contato, nos encontramos no aeroporto de Três Pontas. Acompanhada de amigos, assessores e do marido, o então senador Clésio Andrade, saiu de onde estava e veio me abraçar. Um gesto de humildade, de carinho, de generosidade que nunca esqueci. Ali chorei, muito. Pois percebi que a casca daquela ferida havia caído e o machucado cicatrizado.

Depois disso a encontrei em outras oportunidades, sempre linda, sorrindo, aquela magia no olhar e a doçura na voz que eram inconfundíveis. Pude entrevistá-la mais uma vez. Agora durante importante evento no Fórum de Três Pontas, que recebia mais uma melhoria graças ao seu apoio e prestígio. E não foi uma entrevista qualquer, foi diferente. Foi a primeira depois daquele “calo” que tanto incomodou. Foi mais uma prova de carinho, respeito e amizade. Mas infelizmente foi a última.

Adriene Barbosa de Faria Andrade, uma mulher de destaque, de respeito, de trabalho, de liderança, de história. Alguém que sempre buscou o melhor e que deixa seu nome nos anais da história da cidade de Três Pontas e do Estado de Minas Gerais. Da Apae local para o cenário nacional através do TCE-MG. Sem perder o sorriso, o topete (penteado perfeito), a simplicidade e sua luz.

Luz que nunca se apagará, afinal, já diria um poeta, os grandes nunca morrem, deixam legados, exemplos eternizados em nossos corações.

Obrigado Adriene pela amizade, pelas entrevistas, pelo carinho. Que Deus te receba de braços abertos! Descanse em paz guerreira!

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Roger Campos

Jornalista

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