O mês de dezembro foi marcado pela prevenção ao câncer mais incidente no Brasil, o de pele. O tipo mais frequente no país é o carcinoma basocelular, considerado pouco agressivo, seguido do carcinoma espinocelular (não tão agressivo, mas que pode evoluir para metástase) e do melanoma — origina-se nas pintas e é o mais perigoso.

Para ter um tratamento curativo e mais simples em qualquer um dos casos, o indivíduo deve estar atento aos primeiros sinais da doença. No caso dos carcinomas basocelular e espinocelular, há lesões avermelhadas e elevadas que parecem verrugas e espinhas, mas não coçam nem doem.

O melanoma, por sua vez, deixa a pinta com formato irregular e com múltiplas cores, e pode coçar, machucar e sangrar. Estar atento a esses sinais é essencial, mas as pessoas também devem conhecer o que é mito ou verdade sobre a doença.

Pessoas de pele clara têm mais risco de ter câncer de pele? VERDADE

A melanina, pigmento responsável por dar cor à pele e aos pelos, protege as células contra os danos causados pelos raios ultravioleta do sol. As pessoas de pele clara, no entanto, têm menos melanina do que as de pele negra, situação que aumenta a sua vulnerabilidade.

“Quem tem mais melanina tem uma maior proteção natural contra o câncer de pele. Mas mesmo pessoas de pele negra precisam manter a proteção solar, pois o câncer de pele pode acometer todas”, alerta o dermatologista oncológico Denis Miyashiro, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Oswaldo Cruz.

Câncer de pele é mais incidente em mulheres? MITO

Apesar de as mulheres formarem a maioria do público que compartilha as experiências e as formas de prevenção relacionadas à doença, os homens sofrem mais com o câncer de pele. Isso ocorre principalmente, segundo Denis, em razão dos hábitos de exposição solar desse público.

“Homens aderem menos às medidas de proteção solar, como o uso de filtros solares e a proteção física com guarda-sol e roupas. [Também] têm exposição solar maior em alguns tipos de emprego, principalmente trabalhos rurais”, conta o dermatologista.

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Exposição solar aumenta o risco de câncer de pele? VERDADE

A exposição solar sem proteção adequada ou em períodos do dia em que os raios ultravioleta são mais intensos, como das 10h às 15h, aumenta a chance de a pessoa desenvolver câncer de pele. Segundo Miyashiro, isso acontece porque a exposição “causa danos nas células da pele que, ao longo do tempo, podem sofrer transformação maligna”.

Apenas a exposição solar causa câncer de pele? MITO

Apesar de a maioria dos casos da doença estar relacionada à exposição solar, ela também pode acontecer devido a outros fatores, como alterações no sistema imunológico — causados por outras doenças —, uso de medicamentos imunossupressores e feridas crônicas, por exemplo.

De acordo com o Oncoguia, a doença também pode estar ligada a fatores genéticos, já que cerca de 10% das pessoas com melanoma têm um histórico familiar de casos de câncer de pele.

Utilizar cremes bronzeadores aumenta o risco de câncer de pele? VERDADE

Os cremes bronzeadores são usados para potencializar a ação do sol e aumentar a pigmentação da pele. O produto em si não causa câncer de pele, mas a forma como ele é usado pode se tornar danosa.

“Quando se utiliza esse tipo de creme, a pessoa acaba se expondo mais ao sol sem a proteção adequada. E é essa exposição que aumenta o risco”, explica Miyashiro.

Ainda segundo orientações do A.C. Camargo Cancer Center, o bronzeador é comumente aplicado por cima do protetor solar, o que impede que raios solares sejam filtrados.

Melasma pode virar câncer? MITO

O melasma é uma condição que desencadeia um maior acúmulo de melanina na pele, o que leva à aparição de manchas. No entanto, essas manchas não se transformam em câncer de pele.

“Tanto o melasma quanto o câncer de pele podem ser causados pela exposição solar excessiva sem a proteção adequada, mas são condições diferentes”, relata Miyashiro.

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O guarda-sol e o guarda-chuva protegem contra o câncer de pele? VERDADE

Ambos os produtos protegem a pessoa contra a exposição solar direta, portanto previnem essa doença. No entanto, a luz ultravioleta é refletida nas superfícies e pode atingir a pele.

“Por isso, é fundamental o uso do filtro solar. Isso [também] vale para chapéus e bonés. Esses acessórios protegem apenas parcialmente contra a luz solar”, diz o dermatologista.

Protetor solar não precisa ser usado em dias nublados ou quando estou na sombra? MITO

Para Miyashiro, esse é um “dos maiores erros” cometidos pelas pessoas. O protetor solar deve sempre ser utilizado, independentemente se o sol está em evidência ou não.

“A radiação ultravioleta atravessa as nuvens. Por isso dizemos que o mormaço também queima. E a radiação ultravioleta se reflete nas superfícies, podendo atingir a pele mesmo na sombra”, finaliza o dermatologista.

Fonte R7

 

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Roger Campos

Jornalista / Editor Chefe

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