A solidão encontra seu parceiro na escuridão privilegiada do sertão.
Lá não existem convicções ateístas, por quanto o ser humano do sertão é aberto à consagração da vida, pelos modos de simplicidade.
É uma sociedade primitiva, limitada pela falta de conhecimento, porém, essencialmente evoluída e possuidora de valores que captam a felicidade no primeiro olhar.
Se os dias são metropolitanos, batizados por ações reais, com olfato de gasolina queimada ao meio dia nos aeroportos a noite se compara com a grandeza do pensamento sertanejo que possuem entrada franca para os espetáculos mirabolantes aos portadores da substanciosa felicidade do tamanho de cada personagem.
No canto do mundo o sertanejo tímido, carrega no peito, a convicção sadia de que Deus democratizou a noite, onde por mais miserável que seja o individuo tem o ingresso de entrada, na generosa escuridão noturna, pois sua permanência é reajustada como a linha entra desenvolta na cabeça do alfinete proporcionado por dadivas divinas.
A imitação de Deus, pelos sábios metropolitanos arrogantes, cai por terra, porém Deus não compete com o homem, cabe ao individuo apenas sua revelação grandiloquente.
Nosso sertão, às oito horas da noite, o sertanejo sai, para caçar tatu enquanto na televisão, vemos cenas destruidoras da criatura humana. É o próprio homem caçando seu semelhante.
Quando, assistimos o “JORNAL NACIONAL” percebemos com clareza o distanciamento do homem sertanejo do metropolitano. A mesma diferença de grandeza entre o homem e Deus.
Deus, sertão e a noite são complementos significativos que totaliza num único ponto a pequenez humana diante da pseudo altura do prepotente, o homem metropolitano sem seu escudo protetor que é Deus de vigia.
JUAREZ ALVARENGA
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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