As Fake News já “venceram” os projetos.
Independente de quem vença as eleições neste domingo (28) fatalmente um novo ciclo se iniciará. Com Haddad recolocando o PT mais uma vez no poder, depois do impeachment de Dilma Rousseff. Mas principalmente se Bolsonaro vencer.
O candidato do PSL significa para muitos brasileiros a chance de colocar um fim nos escândalos de corrupção, nas acusações sistêmicas de roubo do dinheiro público. Para outros será um retrocesso, uma volta à ditadura e até a perseguição contra as minorias. Mas é fato que Bolsonaro, praticamente um desconhecido até pouco tempo atrás, se tornou “mito” para alguns de seus defensores por causa das falhas, dos desvios e desmandos que envolvem o Partido dos Trabalhadores, que, segundo muitos, como Cid Gomes e o rapper Mano Brown, se desvirtuou, saiu dos trilhos, perdeu a identidade e se afastou da população. Foi o PT quem serviu de escada para que Jair Bolsonaro subisse no conceito, no gosto e nas pesquisas.
Não precisa ser cientista político para perceber que o Brasil depositou todas as suas fichas em Lula, quando chegou ao Planalto pela primeira vez, principalmente pela origem pobre, pelas lutas sindicais, por parecer diferente, por passar a imagem de ser mais um de nós, do povo trabalhador. Mais do que qualquer um, ele não poderia errar. E como resultado disso, concordem ou não, achem justo ou achem golpe, o semideus petista está preso, acusado de corrupção no caso Triplex, talvez “o menor dos crimes” que ainda lhe poderão cair nas costas.
O fracasso de Dilma, golpe ou não, deu mais combustível a Bolsonaro, uma espécie de porta-voz do grito cada vez mais forte contra o PT. A presidência da República cairia no colo de Aécio Neves, sem o menor esforço. Mas a sede de poder, o envolvimento em outros escândalos de corrupção, alardeados aos quatros cantos, jogado debaixo do tapete pelo STF, o reduziram apenas ao posto de deputado. Isso graças aos mineiros que, parecendo não ter aprendido, lhe outorgaram mais um mandato, revalidaram seu foro privilegiado, afastando dele as grades da prisão, caso houvesse uma condenação, a exemplo de Lula.
O vice de Dilma, agora presidente, Temer, resolveu atear fogo no circo e, com uma piores aprovações para um chefe da Nação, inflamou em muitos as teorias de que Bolsonaro seja o único caminho.
Essa eleição que se encerra com o voto na urna amanhã, entra para história como aquela em que as Fake News deram o tom, no lugar de propostas. Agressões nas redes totalmente insociais, xingamentos, tapas, chutes, socos e sopapos fora da internet. Sem contar a facada que quase tirou a vida do mais cotado a assumir a presidência. Num caso, aliás, ainda hoje totalmente mal explicado. Não é mesmo Adélio?
Foi assim com Ulisses Guimarães, com Teori Zavascki, com Eduardo Campos, principalmente com Tancredo Neves. Ainda pode ser com Bolsonaro, caso ele obtenha maioria nas urnas. Rogando praga? Não, claro que não! Apenas uma análise do atual cenário político eleitoral brasileiro. Nebuloso é pouco! De terror.
Bolsonaro está longe de ser “a menina dos olhos”, a feição da perfeição, um salvador da Pátria, literalmente. Sua falta de discurso em muitos momentos, sua rispidez e defesa de valores conservadores colocam uma pulga atrás da orelha de muita gente aqui e no mundo. Ao mesmo tempo, é por isso que muitos o idolatram. O capitão austero, defensor da família, que coloca o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos, que promete não roubar e punir quem rouba; não fazer conchavo e acordos políticos duvidosos; dar mais segurança, emprego, saúde e educação; é visto como a última esperança de uma real mudança no Brasil. Para melhor!
Aliás, por falar em Real, essa eleição se vencida por Bolsonaro, representará o fim do polo do Plano Real, onde tucanos e petistas assumiram a paternidade do filho bonito e se garantiram no poder até hoje.
Mais do que um modelo perfeito através da figura de Bolsonaro, está claro com o crescimento absurdo dos “antis” contra o petismo, o esquerdismo e o socialismo, que o brasileiro, com exceção do petista, se cansou.
Caso Haddad seja derrotado e Lula continue preso, o que é mais provável que aconteça, aproximará o fim da história do PT no poder. E também da farra que envolve todos os partidos tradicionais e envolvidos em corrupção, que se mostram temerosos de que Bolsonaro, aparentemente fora do “eixo do mal”, não convidado para participar do Clube do Bolinha onde a picaretagem impera, no comando do país, faça uma faxina geral em Brasília.
Faxina, aliás, que os brasileiros iniciaram nessas eleições, botando vários caciques políticos no olho da rua, sem seus cargos políticos diante das derrotas nas urnas. Ainda tem muita gente ruim pra ser tirada. Mas pelo menos o brasileiro realmente parece ter acordado. Minas Gerais por um lado tirou Pimentel que quebrou o Estado, mas deu mais uma vitória a Aécio. Não dá pra entender…
A politica no Brasil se mostra hoje terra arrasada. Essa eleição deixou um recado para o sistema político atual: ou trabalham para o povo ou destronamos quem quer que seja.
Isso tudo é resultado da recessão, do agravamento da crise econômica e da pobreza, da miséria social. Não, não tiraram milhões da pobreza. Eles continuam lá! Muitos na ilusão de que, mesmo sem emprego, sem saúde, sem educação, sem segurança, sem transporte, sem saneamento, sem esperança, graças a programas assistenciais, tudo está uma maravilha. Se dá o peixe na boca e não se ensina a pescar.
Há muita gente que, de fato, precisa do Bolsa Família. E pra esses deve ser mantida. Mas outros abusam da “boa vontade” do Governo, não controlam a taxa de natalidade, não procuram o sustento próprio. E quando procuram nunca acham. Portas fechadas. Não temos vagas! Não estamos contratando. Aliás, estamos demitindo, fechando as portas, pedindo concordata, falindo…
Bolsonaro se apresentou como porta-estandarte de um novo modelo de politica, de valores, de possibilidades. A moralidade, a religiosidade fez com que os brasileiros assinassem esse cheque em branco. O PT deu poder a Bolsonaro. Ele é Deus? É mito? Não, claro que não! É apenas uma ideia, um modelo que se apresenta de uma politica diferente que pode se confirmar ou não. Que pode representar o inicio de um novo ciclo ou a derrocada de vez do país.
Ele terá que calibrar as expectativas gigantes dos brasileiros, infladas com seus discursos fortes e cheio de valores. É fato que Bolsonaro remou contra todo o sistema politico corrupto que governou o País desde a criação da República. É fato que a imprensa nacional, beneficiada com as parcerias e os acordos financeiramente interessantes e vantajosos, para grupos como do conglomerado Globo. O medo da viciada politica corrupta e dos meios de comunicação aproveitadores do estado, do leite secar, da mamata se encerrar e da vaca ir para o brejo, gerou uma campanha contra Bolsonaro nunca vista no país, com ataques pessoais jamais vistos na história politico-eleitoral do Brasil, chamando-o de terrorista, fascista, machista, homofóbico, ditador, etc. Porém, nunca conseguiram chamá-lo de corrupto. E isso poderá fazer a diferença na cabeça do povo brasileiro.
A imagem que a imprensa e os oposicionistas tentaram passar de um Bolsonaro antidemocrático, louco para implantar a Ditadura, acabou não sendo comprada pelo eleitor brasileiro.
Nem em embates entre Lula e Collor, Maluf e Brizola, se viu comportamentos do tipo, nessa escala assustadora. Com destaque para a pós-moderna “Fake News”, o uso maléfico, vil das redes sociais.
O PT, tirando as duvidosas pesquisas eleitorais, cada vez mais estapafúrdias, parece ter entrado no segundo turno apenas para cumprir tabela. Haddad foi escolhido por falta de escolha, por falta de opções, já que o sistema que aí está jamais acreditaria que o semideus da esquerda, Lula da Silva, seria impedido de disputar as eleições por ser um presidiário condenado e continuar trancafiado.
Caso Bolsonaro vença e acerte o pé do Brasil, o estado brasileiro voltará a funcionar depois de anos ou décadas. Caso erre, toda confiança, sonhos, bandeiras e investimentos em Bolsonaro irão por água abaixo e, mais do que isso, representarão a morte da derradeira esperança. A incredulidade de tudo que envolve a politica.
E pode ter certeza, se Bolsonaro for eleito e fizer bobagem, será mais um a descer a rampa antes da hora.
Certamente haverá mais “dureza”, mais embate e combate ao crime, à falta de segurança. Uma mudança nas leis de segurança do estado brasileiro, para uns chamada de clima de terrorismo ou de ditadura, para outros a necessária reforma que o Brasil clama.
Bolsonaro terá que carregar nos ombros uma responsabilidade jamais dada a nenhum presidente. Ou seja, terá que confirmar tudo aquilo que seu “exército eleitoral” apostou. Suas fichas, sua confiança, seu dinheiro, seu apoio, suas esperanças. Terá também que conviver, certamente, com a maior oposição da história, a ponto de ter que enfrentar uma nova esquerda formada por antigos inimigos: PT e PSDB, juntos. Terá que combater o crime, gerar emprego, dar saúde e educação ao povo, valorizar de fato a criança, o idoso, as famílias. Reconduzir o Brasil no caminho do crescimento através, principalmente de seu guru econômico Paulo Guedes.
Terá também que provar a cada dia que não implantará uma temida ditadura, a volta do AI-5 e o cerceamento da imprensa, o banimento da liberdade de expressão. Terá que colocar ordem na casa sem ser ditador.
Caso Haddad vença, terá que provar que o PT não é esse monstro pintado de vermelho. Terá que cumprir suas teses e devolver o Brasil ao crescimento, aos brasileiros.
Desde Lula, nunca um segundo turno de eleições presidências teve tamanha diferença e favoritismo como o de Bolsonaro. Repito, isso aumenta drasticamente a responsabilidade dele como chefe da Nação.
Resta esperar amanhã e não desconsiderar uma possível vitória de Haddad. Mas se der Bolsonaro, será que o “Trump Brasileiro” conseguirá governar ou, como a ideia de renovação, será abatido antes do término dos 4 anos?
Quem viver, verá…
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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