Retomada do evento escolar para a faixa de 12 a 14 anos vai proporcionar a disputa de 17 modalidades em sete dias de competições e aproveitará a estrutura dos Jogos Rio 2016
Um evento que vai reunir cerca de 7,5 mil crianças e adolescentes na faixa etária de 12 a 14 anos, para a disputa de 17 modalidades, e que servirá como seletiva em 10 delas para os Jogos Sul-Americanos Escolares. Essa é a configuração prevista para a retomada dos Jogos Escolares Brasileiros (Jeb’s), em 2021, no Rio de Janeiro. A organização será da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), com suporte da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O evento terá duração de uma semana e será realizado entre setembro e outubro (a data precisa ainda será confirmada).
Para debater os requisitos técnicos das seletivas estaduais e chegar ao formato final do evento, a CBDE reuniu nesta quinta-feira (24.09), em Brasília (DF), secretários de esporte e gestores estaduais de todo o país. A abertura contou com a presença do secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio José Barreto Júnior, do Secretário Especial do Esporte, Marcelo Magalhães, do secretário adjunto do órgão, André Alves, e da secretária nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, Fabiola Molina, além do deputado federal, Eduardo Bolsonaro, e do presidente da CBDE, Antonio Hora Filho.
“A gente vive realmente um momento de transformação com a volta dos Jebs. É uma plataforma que estava abandonada desde 2004 e a gente sabe da relevância do esporte escolar na vida das crianças e dos cidadãos. Desde quando assumi a secretaria falei que a gente deveria inverter a base da pirâmide. Acho que com a volta dos Jebs a gente começa a pagar essa dívida. O esporte é o caminho porque transforma a vida da pessoa num piscar de olhos, num acender de luz”, afirmou o secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães.
“Nós trabalhamos firme no Ministério da Cidadania com programas especiais que fazem a conexão com o resgate do trabalho, do emprego, da cidadania, que de fato é o componente que vem junto com a educação, o esporte, o lazer, com as novas oportunidades. Não é a assistência social pela assistência social pura, mas como parte de um processo de resgate, e o esporte é peça-chave. Esperamos que a retomada dos Jogos possa fazer com que cada criança, cada novo atleta, faça sua conexão com a educação, com a sua transformação”, disse o secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto Júnior.
“O Jeb’s tem tudo a ver com esse momento de resgate na política e me parece uma daquelas pautas suprapartidárias, acima de qualquer pensamento ideológico. Tem a ver com colocar o Brasil para frente com o que dá certo. Temos vários casos de atletas olímpicos que iniciaram sua caminhada no esporte escolar”, avaliou o deputado Eduardo Bolsonaro.
“É um momento importante e histórico. Quando o secretário Marcelo tomou posse, a forma como ele se expressou fez ressurgir em uma geração de desportistas a possibilidade de realizar o sonho de contribuir para as novas gerações de atletas olímpicos, mas muito mais do que isso. Nem todos no Jeb’s se tornarão ‘Fabiolas Molinas’, mas alguns serão deputados, presidentes, professores, garis. A gente não sabe o futuro, mas precisamos contribuir para a formação integral do indivíduo, precisamos fazer com que o esporte seja uma ferramenta decisiva na formação do caráter, da cidadania, do civismo. Isso era um sonho reprimido por muito tempo”, afirmou Antonio Hora Filho, presidente da CBDE. “Formulamos uma proposta de reativar os Jebs em 2021, inicialmente nessa faixa etária que é a porta de entrada do estudante para a vida esportiva. Tivemos grande acolhida no governo federal e estamos retomando um evento que historicamente foi a porta de entrada para nossas gerações olímpicas”.
Jogos do Legado
Segundo Hora Filho, a opção pelo Rio de Janeiro levou em conta fatores de logística, hospedagem, alimentação, transporte e estrutura esportiva. “Há um propósito simbólico ligado ao legado dos Jogos Rio 2016, ao Parque Olímpico. Fazer a competição lá fortalece o desporto escolar para as próximas gerações. E no Rio temos um cinturão de competição, alimentação, transporte e oito mil leitos de hospedagem num raio muito pequeno”, registrou Hora Filho.
Segundo ele, a CBDE vai arcar com todas as passagens de todos os atletas de todos os estados em todas as modalidades para o evento. “Nossa ideia é a democratização verdadeira do esporte no Brasil, uma política de igualdade de condições para os estados”, comentou o presidente da CBDE.
A organização prevê 180 horas de transmissão ao vivo dos eventos por streaming, um “envelopamento” profissional das arenas para que os pequenos atletas tenham de forma ampla a sensação de um megaevento e atividades culturais e de lazer em um dos dias de competição, para garantir uma experiência multifacetada de megaevento aos atletas.
Outros números elencados por Hora Filho ajudam a dar a dimensão superlativa da proposta: o evento vai exigir 1.350 técnicos e professores, 400 árbitros, 90 mil refeições, 45 ambulâncias, 459 delegados, 520 pessoas no comitê organizador, 200 mil copos de água. Na face esportiva propriamente dita, serão distribuídos 140 troféus e duas mil medalhas.
As dez modalidades em que os Jebs servirão como seletiva para o evento continental, que será realizado em Brasília no fim de 2021, são atletismo, atletismo paralímpico, basquete, futsal, handebol, judô, vôlei, natação, tênis de mesa e xadrez.
As outras sete previstas para compor o programa oficial dos Jeb’s são vôlei de praia, caratê, wrestling, ginástica (artística e rítmica), badminton, ciclismo e taekwondo. Além disso, a CBDE informou que pretende abrigar como esportes de demonstração modalidades como skate, escalada, dança, polo aquático e o curling, este último integrante dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Desafio da abrangência
Secretária Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), a ex-atleta olímpica da natação Fabiola Molina aproveitou a participação no evento para estreitar uma parceria com estados e municípios em torno do papel estratégico de cada unidade da federação na tarefa de ampliar o acesso dos estudantes às etapas locais dos Jogos Escolares.
Segundo levantamento apresentado pela secretária, 70% dos municípios costumam realizar eventos esportivos escolares, mas o recorte mais amplo indica que apenas 25% das instituições de ensino e só 10% dos alunos costumam participar.
(Fonte Ministério da Cidadania)
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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