PARENTES DO MOTORISTA DO AUTOMÓVEL RESPONDEM EM NOTA AS COBRANÇAS DO CONEXÃO TRÊS PONTAS.

As mortes de Renê Miranda Bernandes e Elaine Tempesta ainda estão longe da justiça que os familiares e amigos esperam. Quinze dias após a tragédia que vitimou o querido casal trespontano, a reportagem do Conexão Três Pontas continua cobrando explicações e esperando que o caso não fique impune e que não caia no esquecimento. Um artigo escrito e publicado pelo jornalismo do Conexão repercutiu em Andradas e também foi destaque na página nacionalmente conhecida Não Foi Acidente. Com exclusividade, a família de Renê e Elaine falou com a nossa reportagem. Uma das filhas, Júlia Tempesta, muito emocionada, desabafou. Já os parentes do acusado de ter causado a tragédia, Ademir Araújo da Silva, publicaram uma Nota em um jornal de Andradas, em resposta às nossas cobranças.

Veja o trabalho minucioso de apuração em nossa reportagem especial:

O “ACIDENTE”

Um terrível “acidente” de trânsito na tarde daquele domingo, 17 de março, tirou a vida de um casal muito querido e conhecido na cidade de Três Pontas. A motocicleta em que eles estavam acabou pegando fogo. Renê Miranda Bernardes e Elaine Tempesta Bernardes morreram ainda no local.

De acordo com as informações apuradas pelo Conexão, o casal Renê e Elaine foi até a cidade de Andradas – MG para comemorar o aniversário de uma amiga. No veículo de 4 rodas estavam o motorista e outros 3 passageiros. Nenhum deles se feriu, sendo que todos os passageiros fugiram do local. A colisão aconteceu às 14h30, próximo a entrada do Bairro Jardim Alto da Serra, na BR-146 entre Poços de Caldas e Andradas. O veículo Volkswagen Voyage teria descido a serra quando teria feito uma conversão proibida, atingindo com a motocicleta BMW GS800 que trafegava em sentido contrário. Com o impacto, a motocicleta se incendiou.

AS VÍTIMAS

Renê Miranda Bernardes tinha 52 anos de idade e Elaine Tempesta Bernardes morreu com 47. Eram os proprietários da empresa de massas Paladar.  Antes, comandaram uma lanchonete na Praça da Fonte, no centro de Três Pontas. Sempre atuantes em trabalhos sociais, os dois eram figurinhas carimbadas em encontros de motocicleta por toda região. Eles fizeram parte do Rotary Club de Três Pontas Centenário, um clube de serviço que se baseava na realização de diversas campanhas assistenciais.

Apaixonados por motociclismo eles já fizeram parte do Motoclube Chacais de Três Pontas e atualmente participavam do Brasil Raiders, motoclube que integra vários países. Além do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Outra grande paixão dos dois era o futebol, pano de fundo para sempre reunir os amigos para um churrasco. Renê, sempre bem humorado, contador de piadas, dizia torcer para o Santos e para o Cruzeiro ao mesmo tempo.

Eles deixaram quatro filhos e seis netos.

O LAUDO DA PERÍCIA

Segundo a família de Renê e Elaine, o laudo pericial que confirmará as causas do suposto acidente, chegará nesta semana. Mas afirmam que está claro que houve crime, já que o condutor do Voyage estava, segundo teste, comprovadamente sob efeito de álcool e que ainda fez uma conversão proibida no trecho.

“A própria polícia que deu entrevista sobre o acidente falou que ele (Ademir) tinha feito uma conversão proibida”, disse Keila Tempesta, sobrinha de Elaine.

REPERCUSSÃO

O Conexão Três Pontas, além de registrar toda a tragédia e seu desenrolar em algumas reportagens em todos os seus canais, também publicou um artigo que repercutiu fortemente na cidade de Andradas, onde mora o acusado. O jornal Andradas Hoje repostou o artigo que obteve muitos comentários. Dentre eles uma Nota assinada pela família de Ademir Araújo da Silva.

“INFELIZMENTE ACONTECEU EM ANDRADAS/MG

DEFINITIVAMENTE NÃO, NÃO FOI ACIDENTE!

Numa hora em que os sentimentos estão aflorados é preciso toda calma, cautela para combinar bem a respiração profunda com a colocação de cada palavra afim de não cometer injustiças ou proferir invencionices. Por isso adiei por horas, buscando a sensatez, a total apuração dos fatos, para escrever o que lateja em minha mente.

Renê e Elaine foram meus amigos durante anos. E não é por conta desse laço que “tomei as dores” do caso, até porque estávamos afastados, sem contato há um bom tempo. É o clamor de justiça que se torna o combustível das minhas palavras e conclusões.

Após toda comprovação de que o causador do acidente (tentei de todas as formas conseguir sua identidade, mas novamente o vil acaba sob a proteção da lei) estava sob efeito de álcool, embriagado, com 4 vezes mais álcool que o permitido pelo CTB, está claro de que não foi acidente. A Lei Seca diz que não é permitida nenhuma presença de álcool ou substância psicoativa no organismo, mas há uma margem de tolerância de até 0,05 mg/L. Ele continha 0,22!

Como instrutor de trânsito, credenciado ao Detran SP e Detran MG por mais de 10 anos, afirmo que quem dirige sob efeito de álcool e nessa quantidade está sim assumindo o risco de matar. E foi o que aconteceu! Esse “moleque de 22 anos” (moleque no mais pejorativo sentido da palavra) encheu a cara de cachaça ou sei lá o quê, pegou a estrada, fez uma conversão no mínimo imprudente e provocou toda essa tragédia.

Pra quem está lendo esse texto de longe, pra quem não os conhecia, sem o peso da emoção, da saudade, pode ser fácil achar que eu estou exagerando, afinal acidentes acontecem todos os dias. Realmente muitos acidentes acontecem, mas 90% deles seria evitado se não houvesse imprudência, imperícia ou negligência. Até tentam culpar a pista, a sinalização, os buracos, etc. Mas o principal ingrediente é sempre o ser humano. Ele pode impedir e causar tragédias.

Quase nunca as previne e sempre é o ator principal de mortes, massacres, choro, desespero, perdas…

Nesse caso, estou falando de um casal inocente, que não cometeu, SEGUNDO A PERÍCIA, nenhuma irregularidade no trânsito naquele momento e foram brutalmente ceifados, arrancados da vida, encerrados naquele asfalto de forma estúpida e CRIMINOSA!

Houve sim, a meu ver, um homicídio em que se assumiu o risco de provocar dolo. Não foi acidente! Insisto: NÃO FOI ACIDENTE! Aí o cara vai preso, fica horas na delegacia, paga fiança e “toca a vida numa boa”, normalmente, como se nada tivesse acontecido. Responde em liberdade e gozando da morosidade das leis. Aqui em Três Pontas mesmo há vários casos de gente que MATOU outras pessoas no trânsito e que continuam desfrutando da vida livremente. Alguns até seguem fazendo vítimas, arriscando outras vidas e nada acontece pra eles.

Justiça no Brasil, com algumas exceções, é uma piada de muito mal gosto! E começa na suprema corte e desce ladeira abaixo até chegar nas comarcas de todo Brasil.

A Justiça deveria ser cega para não tomar partido, não ser influenciada e não ser injusta em seus julgamentos. Mas aquela venda nos olhos do símbolo da Justiça dá a entender que a nossa Justiça é falha e cega, aquela que parece não querer ver o óbvio, que só aumenta a sensação de impunidade. O pior cego é aquele que não quer ver!

Vou cobrar muito para que esse criminoso que tirou as vidas de Renê e Elaine seja severa e exemplarmente punido. Chega né? Passou da hora do brasileiro criar vergonha e suas leis efetividade.

A imagem que me atormentou essa madrugada, que me fez perder o sono, foi chegar naquele duplo velório e ver pai e mãe mortos e os filhos, parentes e amigos chorando ao redor. É inconcebível ver uma filha “se dividir em lágrimas” entre os dois caixões. Não é drama, é realidade, e muito dura. Nenhum filho merece ver isso.

Essa imagem deveria ser mostrada a esse condutor irresponsável e a todos aqueles que colaboram com a impunidade de um ato covarde, canalha, trágico e sem volta como esse.

Que os filhos tenham toda força do mundo pra seguir em frente! Que toda família encontre em Deus o afago, o abraço, o amor e a paz para prosseguir na caminhada. Que a Justiça seja feita de fato e que outros casos não se repitam. Para que outros filhos não sepultem pai, mãe e sonhos…

#naofoiacidente

Jornalista Roger Campos”

Mais de 20 mil pessoas alcançadas com a postagem. Trespontanos e muitos cidadãos andradenses pedem justiça!

Nota da família de Ademir

“NOTA DA FAMILIA DO MOTORISTA DO VOYAGE

É com imensa tristeza que nós da família de Ademir Araújo, viemos falar sobre o fato em que o próprio se envolveu no último domingo.

Sou a sobrinha dele convivo com ele todos os dias e sei que não faria mal há ninguém.

Mas da maneira que estão julgando parece que é um assassino ou até mesmo dependente alcoólico, não estou vitimizando só tentando entender o que realmente aconteceu; no dia do ocorrido ele saiu cedo para ir em um jogo de futebol junto com alguns “amigos”. Os amigos contam que ele bebeu uma latinha de cerveja independente da quantidade ele bebeu assim como as duas vítimas do incidente possa ter ingerido uma quantidade razoável, não estou tentando colocar a culpa em ninguém até porque estão mortos não tem como se defender como muitos estão a dizer.

Ademir conta que estavam fazendo cruzamento e dando seta para entrar nisso a moto já estava comendo um pouco da faixa em alta velocidade, e em segundos aconteceu o ocorrido, com excesso de adrenalina ou até mesmo pânico ficou desesperando, pisava no freio e nada de funcionar foi aí que fechou os olhos esperou o pior acontecer o carro só foi parar quando bateu no meio-fio nisso ele já estava desmaiado. Em alguns minutos levantou se sentou e não tinha noção alguma de que havia duas vítimas fatais.

Chegando no hospital mobilizado chorando sua irmã já estava lá, ficou sabendo por acaso ela por sua vez foi ver como ele estava e acabou contando das duas vítimas do acidente que ele não sabia. Os “amigos” que estavam com ele saíram sim do local mas por que são covardes, não ficaram com ele até o fim porque só estavam nas horas boas.

Ademir é um trabalhador, não vagabundo como estão dizendo ou até mesmo moleque ele tem esposa que está grávida de 4 meses. Por mais que ele tenha bebido uma latinha de cerveja tá pagando pelo erro.

Minha família ficou muito triste ao saber das duas vítimas, meu tio pior ainda. Só vim por meio desse texto esclarecer algumas coisas que estavam falando sobre ele e tirar algumas dúvidas, sei que muitos não irão acreditar ou até mesmo começar a julgar-lo novamente, mas tentei ser mas transparente o possível.

Meus pesares para a família das vítimas e sabemos o quão triste e a situação e lamentamos a perda de vocês.”

Andradenses opinaram:

*Veja todos os comentários em https://www.facebook.com/468698729854984/posts/2217051048353068/

PÁGINA NÃO FOI ACIDENTE DESTACOU TEXTO DO CONEXÃO

 *Veja a postagem completa em https://www.facebook.com/292563717426557/posts/2594021423947430/ 

FAMÍLIA DE RENÊ E ELAINE FALA AO CONEXÃO

Apesar de toda dor, a família do casal Renê Miranda Bernardes e Elaine Tempesta Bernardes falou ao Conexão. A sobrinha de Elaine, Keila Tempesta revelou o quão difícil está sendo a realidade sem o querido casal:

O sorriso na foto de arquivo contrasta com a tristeza atual de toda a família.

Posso afirmar que o tio Renê era extremamente cauteloso quando pegava a sua moto. Eles já viajaram para diversos lugares, porque em cima daquela moto eles abriam suas asas para a felicidade. Era um casal muito apaixonado um pelo outro, nunca vimos eles brigados ou de cara feia. E assim terminou o legado deles, juntos e em cima de uma moto.

VIDA era o nome deles, aproveitaram a cada momento juntos com muita felicidade. Restam agora só saudades.

Nossa família está dando um suporte para os filhos, mas está muito difícil. Estamos sofrendo muito! Não vamos nos calar! Queremos justiça. Muito obrigado ao Conexão Três Pontas por esse apoio”.

Já a filha do casal, Júlia Tempesta escreveu:

Julia com a mãe Elaine.

“Hoje eu sei que as pessoas não têm mais compaixão pela vida do outro e nem pela sua mesmo. E depois de tudo que houve eles continuam pensando de novo somente nos eu próprio umbigo. Espero que as autoridades vejam que não foi um acidente. Não foi porque Deus ou simplesmente porque estava na hora. 

Meus pais eram jovens e totalmente responsáveis pelos seus atos. Beber e dirigir é crime! A partir do momento em que você assume o risco de dirigir alcoolizado você é responsável sim pelo que acontece.

Foram duas vidas que para ele (Ademir) não significam nada, mas para a nossa família era simplesmente tudo. Desejo a ele que passe todos os dias atrás das grades pensando no seu ato e no que isso gerou em nossa família. Que ele possa aproveitar essa oportunidade de ter ficado vivo para ser cada dia uma pessoa melhor.

Só queria lembrar mais uma vez às autoridades que o sangue dos meus pais está nas mãos deles e o autor deve pagar. Sei que não vai trazê-los de volta, mas espero que sirva para que não faça mais isso com nenhuma outra família, porque ele tirou toda a estrutura da minha.”

A reportagem do Conexão Três Pontas continuará acompanhando esse caso. Queremos justiça!

#naofoiacidente

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Roger Campos

Jornalista

MTB 09816

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