A Associação de Moradores do Bairro Jardim das Esmeraldas, criada recentemente em Três Pontas, realizou uma passeata no último dia 15 de fevereiro contra o racismo. A iniciativa se deu após o vereador Antônio Carlos de Lima ter sido acusado de injúria racial pela moradora daquele bairro, Vera Lúcia Valentim.
A passeata, que foi acompanhada por militares 151ª Companhia da Polícia Militar de Três Pontas se iniciou às 17 horas, saindo do Bairro Jardim das Esmeraldas, passando pela Rua Barão da Boa Esperança, Hospital São Francisco de Assis, Praça do Pirulito, Rua Afonso Pena, Rua Sete de Setembro, Praça da Fonte, Rua Frei Caneca e Rua Dr. Joaquim de Brito.
A passeata contra o racismo teve como destino a sede da Câmara Municipal. Lá os representantes tentaram protocolar um pedido de uso da Tribuna da Câmara para manifestar repúdio ao racismo e exigir a formação de uma comissão para investigar o caso que envolve o vereador Antônio Carlos de Lima.
De acordo com relatos de populares que estavam na sede do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Três Pontas, na manhã da quinta-feira (08) o vereador Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro) teria desferido xingamentos contra os pacientes que ali estavam e cometido crime de racismo ou injúria racial. Uma mulher afirmou ter sido chamada de ‘vagaba’ e alega que o ‘representante do povo’ disse “vai procurar um pau pra subir”… Além disso, segundo os denunciantes, Antônio do Lázaro teria xingado os pacientes de ‘macacada’. Isso gerou grande revolta nos populares e um homem chegou a ir atrás do vereador dizendo que chamaria a polícia. Apesar de não demonstrar temor, o legislador teria entrado no carro e ido embora. Nossa reportagem foi chamada e colheu os detalhes. A Polícia Militar esteve no local e registrou o Boletim de Ocorrência. Vera Lúcia disse que levará o caso até as últimas consequências. “Vou processá-lo”, emendou. A professora Ana Cristina de Abreu se mostrou indignada com o acontecido.
Em número menor do que o esperado, segundo os próprios organizadores, a passeata exibiu uma faixa grande com os dizeres “Diga Não ao Racismo” e ainda alguns cartazes. Já no Plenário da Câmara, não puderam usar a Tribuna, de acordo com o Regimento Interno da Câmara Municipal. Mas não se calaram. Pelo contrário, fizeram muito barulho, a ponto do presidente em exercício, Donizete Benício Baldansi, ter ameaçado de usar o aparato policial para conter alguns manifestantes que gritaram palavras de ordem.
Um dos organizadores precisou sair do Plenário para evitar ser contido pela Polícia Militar.
Ao contrário do que sempre acontece, Antônio Carlos de Lima não fez uso da Tribuna no Pequeno Expediente, se manteve calado e quase todo tempo sentado de lado ou de costas para a público presente. Xingado de ‘racista’ em alto e bom tom o Vereador se manteve impávido, aparentemente tranquilo.
Alguns vereadores se posicionaram na Tribuna contrários ao racismo, mas não citaram o nome do colega de vereança.
Na saída, após o término da Reunião, Antônio Carlos de Lima saiu escoltado pela Polícia Militar.
Nossa reportagem procurou, mais uma vez, pelo vereador Antônio Carlos de Lima para que ele se pronunciasse. Ele disse que verá a possibilidade de falar ao Conexão. De imediato apenas enfatizou que não é racista, que a verdade não é essa que estão ventilando e que tudo será esclarecido no seu tempo.
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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