“HOJE UM VAI MORRER AQUI”, TERIA DITO UM DOS ACUSADOS JÁ DETIDO PELA POLÍCIA MILITAR.

Mais um crime de homicídio foi confirmado pela Polícia Militar de Três Pontas. Só não se sabe precisar se o ataque com golpes de pau aconteceu na noite de ontem (01) ou na madrugada de hoje, sábado. Dois acusados estão detidos na sede do Quartel da Polícia Militar que, mais uma vez, por conta de um brilhante serviço, agiu rápido e identificou os possíveis autores, sendo que um deles confessou participação no crime.

Nossa reportagem esteve na sede do Quartel da Polícia Militar de Três Pontas na manhã de hoje (02) e colheu todas as informações sobre mais esse homicídio envolvendo moradores de rua ou andarilhos, embora muitos dos que ficam na Avenida Oswaldo Cruz, tenham casa e família e não aceitam ser chamados dessa forma.

“Por volta das 05h15 de hoje, um anônimo ligou para o Quartel da PM, pelo 190, dizendo que havia um indivíduo desacordado dentro de um galpão, onde funcionou um restaurante, na Rua Frei Caneca, no centro de Três Pontas. A Polícia Militar foi até o local e encontrou Reginaldo Gabriel, vulgo ‘Pãozinho’ caído, com ferimentos na cabeça, sem sinais vitais. Havia muito sangue no local. Também foi encontrado próximo ao corpo um pedaço de madeira com manchas de sangue, certamente utilizado no crime”, disse a PM.

Ainda conforme os militares, iniciou-se um rastreamento e na Avenida Oswaldo Cruz foi localizado um indivíduo chamado Carlos Francisco da Silva, muito conhecido do meio policial, com várias passagens, inclusive por lesão corporal (art. 129). Ele tem 38 anos de idade e é natural de Manga, no Norte de Minas Gerais. Carlos estava na companhia de dois indivíduos. Os policiais identificaram manchas de sangue nos pés de Carlos Francisco, que foi conduzido até o Quartel.

Carlos, que teria confessado dar um apaulada na cabeça de Pãozinho, fez questão de olhar para a câmera do Conexão, mostrando aparente frieza.

“Chegando aqui no Quartel, Carlos negou participação no crime. Disse que os respingos de sangue nos pés eram consequência de um ferimento sofrido em um posto de combustíveis. Mas não constatamos nenhuma lesão. Também identificamos uma mancha de sangue em sua camisa. Novamente o acusado disse que se tratava de um ferimento no queixo, provocado por uma queda na escadaria da rodoviária, o que também não foi constatado por nós.

Após muitas contradições, Carlos então assumiu ter dado um único golpe na cabeça de Pãozinho, a mando de Ériston Amauri do Nascimento, de 36 anos, natural de Jacareí, SP, que tem passagem pela polícia por roubo em Campos Gerais (art. 157). O motivo seria que Pãozinho fazia uso de crack e não queria compartilhar a droga com os demais naquele local onde o crime ocorreu”, revelou a polícia militar.

Ériston não quis mostrar o rosto e disse ao Conexão, mostrando suas mãos, supostamente limpas, que não participou do crime.

Outra viatura, após identificar através de rastreador de chamada (bina) o local de origem da chamada que informava sobre a localização de um corpo na Rua Frei Caneca, se deslocou até as proximidades do Pronto Atendimento Municipal e encontrou Ériston deitado em um banco. Também foram encontradas manchas de sangue em seus pés. Após ser conduzido ao Quartel ele revelou ter ingerido bebida alcoólica com a vítima e que depois foram para o galpão para fazer uso de crack e dormir. Outro indivíduo, de nome Jarbas, vulgo Japa, teria ido junto. Lá teriam encontrado Carlos Francisco.

“Hoje um vai morrer aqui”, teria dito Carlos aos demais, antes de, segundo Ériston, desferir vários golpes na cabeça de Reginaldo Gabriel, o Pãozinho. Jarbas, testemunha ocular, teria fugido do local.

Local do crime.

A PM revelou ainda que Ériston teria sido ameaçado por Carlos, que se ele deixasse o local seria o próximo a morrer. Mais tarde, Ériston saiu de lá e teria ligado para a PM sem se identificar.

Segundo a apuração da PM, Carlos teria uma rixa antiga com Pãozinho. A vítima cumpriu pena por participação em um homicídio praticado na chamada Praça do Galo, em Três Pontas.

“Os dois estão se acusando, cada um fala uma coisa. Um diz que o crime aconteceu por volta das 21h30 de ontem e o outro diz que foi hoje de madrugada, perto das 04h30. Carlos disse ainda que Ériston o encontrou num posto de combustíveis e que teria dito que não precisava mais se preocupar, pois Pãozinho já estava morto”, disse a PM.

A perícia da Polícia Civil esteve no local do crime, realizou todos os trabalhos técnicos e liberou o corpo para a funerária, que possivelmente o encaminhará ao Instituto Médico Legal.

Camisa que, segundo a PM, Carlos usava na hora do crime e que contém, possivelmente, manchas de sangue.

Os acusados serão apresentados ao delegado de plantão na cidade de Varginha, que tomará as medidas subsequentes.

Participaram da operação policial:
_ Sargento Juliana

_ Sargento Maxsuel

_ Sargento Dalila

_ Sargento Wladimir

_ Cabo Esteves

_ Cabo Saulo

_ Cabo Pedro

_ Cabo Tellys

_ Soldado Teixeira

_ Soldado Veríssimo

 

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Roger Campos

Jornalista

MTB 09816

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