Os pais de uma médica de 28 anos que há menos de um mês faz plantões no hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio, deram carona para ela na manhã deste domingo. E a anestesista nem poderia imaginar que pouco depois atenderia o próprio pai, um engenheiro de 60 anos, na emergência da unidade. Ele recebeu dois tiros de raspão, um na cabeça e outro em um dedo, enquanto passava de carro com a mulher pela Rua Bernardo de Vasconcelos, também em Realengo.
“Cheguei para o plantão, eles (meus pais) tinham me deixado lá e depois iriam visitar meus avós que moram ali perto, como costumam fazer. Subi para o centro cirúrgico e pouco depois me chamaram dizendo que meu pai estava na emergência. Eu fiquei com ele lá, avisei que tinham outros anestesistas para meu chefe, ele disse para ficar com ele (meu pai), cuidar dele. Graças a Deus não foi nada grave, mas os dois jovens que estavam lá precisaram passar por cirurgia”, disse a médica, que no início da tarde já estava em casa, ao lado de seus pais.
Policiais do 14º BPM (Bangu) foram acionados por volta das 7h10. O batalhão informou que houve uma tentativa de assalto, mas enquanto os ladrões roubavam o carro do casal, bandidos de uma comunidade próxima começaram a atirar na direção dos assaltantes, que reagiram.
A mulher do motorista, um engenheiro de 60 anos, que foi atingido por bala perdida, registrou ocorrência na 34ª DP. A professora aposentada contou aos policiais que sua filha, que é médica, atendeu o próprio pai quando ele chegou à unidade de saúde.
“Não tem um mês que (minha filha) está fazendo plantão no Albert (Schweitzer). A deixamos no hospital, e viemos por dentro, por (Jardim) Sulacap, íamos ao (Vila) Valqueire, quando entramos na Bernardo de Vasconcelos. Foi horrível, estávamos andando (de carro), quando uns quatro caras de pistola, bem armados, vieram para cima da gente. Outros caras começaram a atirar neles. Ficamos no meio do fogo cruzado, nós nos abaixamos, o tiro comeu feio. Tinha ali também um grupo que participaria de uma corrida e estava esperando ônibus. Uma menina foi atingida no pé, a bala ficou alojada, o outro ficou com o braço quebrado. Mas eles (criminosos) não pararam de atirar. Eu nunca vi nada disso na minha vida”, contou a mulher da vítima, de 60 anos, que preferiu não ser identificada.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, os três pacientes passaram por exames, mas o engenheiro foi liberado e os outros dois foram levados para o centro cirúrgico. O órgão informa, entretanto, que a médica acompanhou o pai no hospital como familiar.
Segundo a médica, seu pai precisou fazer uma tomografia, mas como o aparelho do hospital estava quebrado, ele foi levado ao Pedro II, em Santa Cruz, também Zona Oeste do Rio. A mulher da vítima disse que ele já estava em casa, por volta das 14h30, mas o levariam ainda a uma unidade de saúde da rede particular.
“Meu marido passou por uma cirurgia contra o câncer há seis meses. Agora ele está tirando pressão. Ficamos muito nervosos hoje de manhã. Ele chegou a ir a Santa Cruz (no hospital municipal Pedro II) para fazer uma tomografia. Um médico do Albert (Schweitzer), foi junto com a gente para acelerar, no carro dele mesmo. O tiro passou de raspão na cabeça e outro no dedo. Foi muito tiro, até eu recebi um estilhaço na minha perna também, mas graças a Deus não deu nada grave (na tomografia). Vamos levá-lo numa rede particular daqui a pouco. Agora está tudo bem, ele está medicado“, afirmou a mulher do engenheiro.
O veículo do casal foi levado pelos assaltantes, que conseguiram fugir.
“O 14º BPM (Bangu) foi acionado para o local, porém a ação já havia ocorrido. Segundo informações preliminares, houve uma troca de tiros entre criminosos durante uma tentativa de assalto em Realengo. A 34ª DP (Bangu) foi acionada para o registro de ocorrência”, informou, em nota, a Polícia Militar.
Fonte Extra
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Roger Campos
Jornalista
MTB 09816
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