Operações Frankenstein e Calhambeque cumpriram 32 mandados judiciais; organizações agiam também em São Paulo e tinham núcleos em Varginha e Elói Mendes.

As quadrilhas que foram alvo de duas operações deflagradas pelo Ministério Público na manhã desta terça-feira (28) agiam há pelo menos 10 anos no Sul de Minas, fazendo receptação de automóveis e peças roubadas, furtadas e fraudes contra seguradoras no Sul de Minas Gerais. De acordo com o MP, os veículos eram trazidos do estado de São Paulo. Doze pessoas foram presas durante a ação. Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão nas cidades de Varginha, Elói Mendes, Três Pontas e também em São Paulo (SP). Doze suspeitos foram presos em MG e outros quatro em SP.

As investigações das operações Frankenstein e Calhambeque duraram seis meses e levaram a denúncia dos envolvidos pelos crimes de receptação qualificada, estelionato, adulteração de sinal de identificador de veículo automotor, organização criminosa, embaraço às investigações e corrupção passiva.

“Há mais de uma pessoa em uma determinada função. Então tinha o chefe, que era responsável em Elói Mendes por organizar toda essa empreitada criminosa, havia também aquele grupo que se dedicava a desmanchar os automóveis e também aquele grupo que se dedicava a trazer os automóveis do estado de São Paulo. E mais um último grupo que se dedicava à prática do estelionato, que é a fraude contra as seguradoras”, explica o sargento Estefen Silveira, da Polícia Militar.

Núcleos separados, ação integrada

Segundo o Ministério Público, os grupos agiam de forma independente, mas se encontravam em determinados pontos dos processos criminosos. Uma das quadrilhas se organizava em Varginha, enquanto a outra tinha o núcleo em Elói Mendes e agia no estado de São Paulo.

“Nós verificamos o transporte de carros, objeto de roubo, furto e estelionato contra seguradoras, da cidade de São Paulo para as cidades de Elói Mendes e Varginha, para desmanche e venda em lojas de autopeças locais”, explicou o sargento.

“Em relação à de Varginha, nós constatamos que eles se especializaram em trepar veículos automotores, ou seja, esquentar carro por intermédio de uso de documentos de outros carros legalizados. Então eles usavam documentos legais em determinados carros para esquentar peças ilegais de outros carros”, completou Silveira.

Participação de policiais nos crimes

De acordo com o Ministério Público, o grupo tinha informações privilegiadas, que eram repassadas por um policial civil, um dos presos nas operações. Outros policiais civis foram alvos de dois mandados de busca e apreensão.

“[O policial estava] repassando operações sigilosas, como de operações locais, e outras diligências de relevo e sigilosas que estavam acontecendo para os membros da organização”, explicou o promotor de Justiça Igor Serrano Silva.

Apreensões

Pelo menos nove veículos foram presos na operação. Dois carros, duas caminhonetes e cinco caminhões foram apreendidos durante a operação. Além dos veículos, a polícia encontrou também armas de fogo, munições e apreendeu R$ 60 mil em cheques, R$ 1.132 em dinheiro, drogas e um bloqueador de sinal, que era utilizado para bloqueador o sinal de rastreamento de carros roubados.

“E uma coisa também muito curiosa que fazia parte do nosso objetivo de hoje era aprender a máquina utilizada para remarcação do número dos chassis e dos motores. Essa máquina foi apreendida também”, acrescentou o promotor.

Ainda de acordo com o promotor, não é possível dizer quanto as quadrilhas movimentavam, mas a suspeita é de que a quantia seja alta.

“Não temos o valor exato, porque não conseguimos analisar a contabilidade dessas pessoas ainda. Isso vai ser feito daqui para frente. Mas podemos dizer que a chegada de veículos era praticamente diária”, disse Silva.

Ação integrada

Participaram do cumprimento dos mandados 147 profissionais, entre policiais militares, rodoviários, civis e promotores de Justiça. O grupo teve apoio de 45 viaturas e uma aeronave da Polícia Militar.

“O Ministério Público, por intermédio do Gaeco, passou a fazer [a operação], com o apoio da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, que foram imprescindíveis, passou a capitanear essa investigação nas comarcas de Varginha e de Elói Mendes”, concluiu o promotor.

Fonte G1 Sul de Minas

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Roger Campos

Jornalista

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