Dentro das 200 amostras de casos positivos de coronavírus estudadas por semana em Minas Gerais, a maioria já é causada pela delta.
variante delta já é predominante nas amostras de coronavírus que passam por estudo genômico em Minas Gerais, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (26), ele disse que o estado vai começar a aplicar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para idosos e imunossuprimidos em setembro.
Segundo Baccheretti, dentro das 200 amostras de casos positivos de coronavírus estudadas por semana em Minas Gerais, a maioria já é causada pela delta – antes, a variante gama era a predominante.
Atualmente, 102 casos da cepa estão confirmados no estado, dos quais quatro evoluíram para óbito.
“Em números absolutos parece pequeno, mas proporcionalmente o que estamos vendo é que a maior parte das amostras são delta. É um novo capítulo da pandemia. A expectativa que temos é que a delta vai predominar no estado“, afirmou o secretário, ressaltando que todas as vacinas são eficazes contra a variante.
“Temos que usar máscara, distanciamento, lembrar que a guerra não acabou, para que consigamos encontrar imunidade de rebanho em outubro, novembro, quando teremos 70% das pessoas (vacinadas) com duas doses. Não tem remédio novo, não tem tratamento novo, o que temos é vacinação e os cuidados já habituais da pandemia”, disse Baccheretti.
Dose de reforço
Minas Gerais vai começar a aplicar, em setembro, a dose de reforço para idosos e imunossuprimidos, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde. No mesmo mês, adolescentes com e, depois, sem comorbidades devem ser imunizados – o estado tem cerca de 1,7 milhão de habitantes de 12 a 17 anos.
Segundo Baccheretti, os primeiros a receberem as vacinas de reforço serão os idosos de 80 anos ou mais. À medida que mais doses chegarem, a faixa etária será reduzida até alcançar todo o grupo acima de 60 anos. Este grupo equivale a cerca de 70% dos óbitos por Covid-19 registrados em Minas atualmente.
“A expectativa que temos de vacinas recebidas da Pfizer para setembro (em torno de 7 milhões) é suficiente para que todos os adolescentes tomem a sua vacina e também para que a gente comece o reforço de idosos”, diz o secretário.
A expectativa do Ministério da Saúde é que as doses de reforço sejam aplicadas a partir de 15 de setembro, mas municípios que estiverem com a imunização mais avançada e tiverem doses disponíveis podem iniciar antes. De acordo com Baccheretti, metade das cidades do estado vai chegar ao público de 18 anos ainda neste mês.
“Hoje a maior preocupação que nós temos é com os idosos, porque a resposta imunológica dos idosos é mais baixa em relação à vacina e já tem seis meses que eles tomaram. O Ministério da Saúde está nos pedindo para vacinar todas as pessoas de 18 anos (ou mais) primeiro, é o que estamos fazendo, mas já temos muitas vacinas disponíveis. Quanto antes a gente conseguir iniciar a vacinação dos idosos, menor a pressão (no sistema de saúde) e menor o número de óbitos”, disse.
O secretário explicou que as doses de reforço devem ser de tipos diferentes das aplicadas nas primeira e segunda vezes. No Brasil, há três plataformas diferentes de imunizantes: Coronavac; AstraZeneca e Janssen; e Pfizer.
“A dose de reforço deve ser dada por uma plataforma diferente. Então, para quem tomou Coronavac, o reforço vai ser ou AstraZeneca, Janssen ou Pfizer. Para quem tomou AstraZeneca, o reforço poderá ser dado com Coronavac ou Pfizer”, pontuou.
Ainda segundo Baccheretti, a expectativa é que todos, independentemente da idade, recebam a dose de reforço em algum momento.
“Vencendo idosos e imunossuprimidos, iremos vacinar por tempo. Quem tomou (a vacina) há seis meses, depois (quem tomou) há cinco, quatro. Vamos seguindo nesse caminho. Todos receberão o reforço da vacina, até quem está recebendo hoje vai chegar ao momento oportuno de tomar o reforço”.
Intervalo reduzido
Conforme determinação do Ministério da Saúde, o intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas da Pfizer e AstraZeneca será reduzido de 12 para oito semanas em Minas Gerais, também a partir de setembro.
Segundo o secretário de Saúde, até 11 de agosto, mais de 1,1 milhão de pessoas estavam com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso no estado – o número pode incluir dados reprimidos, não lançados pelos municípios.
“O papel da busca ativa é do município. É muito importante que a gente faça nosso papel de explicar à população: ‘a reação da vacina não é nada perto da doença, busque sua segunda dose'”, disse Baccheretti.
Casos e óbitos em queda
De acordo com o secretário, Minas Gerais vive uma “queda sustentável de casos novos” de Covid-19 e tendência de redução dos óbitos.
Menos de 34% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para a doença estão ocupados no estado. Na manhã desta quinta-feira, 15 pacientes aguardavam internação. Em junho, eram 227.
Segundo Baccheretti, o avanço da variante delta no estado ainda não reflete na demanda por leitos hospitalares.
Com a melhora nos indicadores, as macrorregiões Triângulo do Norte e Nordeste, que estavam na onda amarela do Minas Consciente, avançaram para a verde no sábado (28). Com isso, 13 das 14 regiões mineiras ficam na onda menos restritiva. Apenas a Triângulo do Sul segue na onda amarela.
Cirurgias eletivas
De acordo com Baccheretti, a retomada da realização de cirurgias eletivas é uma preocupação do estado. Antes da pandemia, eram realizados cerca de 190 mil procedimentos anualmente. Neste ano, até o final de maio, foram em torno de 26 mil.
“É um acúmulo importante. Estamos agindo junto aos municípios para que consigamos tirar esse atraso”, diz.
Segundo ele, o estado está buscando inventivos financeiros e kits intubação para fomentar a realização de cirurgias eletivas.
Fonte G1 Sul de Minas
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