Maior evento nacional do agronegócio café, a Expocafé 2016 foi aberta à visitação nesta quarta-feira, 8 de junho. O evento que aconteceu no Campo Experimental da EPAMIG em Três Pontas reuniu 155 empresas de diversos segmentos da cadeia produtiva: máquinas, insumos, implementos agrícolas, software, irrigação, importadora, linhas de financiamento, seguros, terraplanagem, treinamento e cosméticos. Mas a sua 19ª edição esteve longe de agradar a todos. Muitos comerciantes discordaram da organização, empresas que todos os anos participavam acabaram ficando de fora. Para uns, o que antes era exemplo de organização, este ano deixou a desejar. E sobre isso empresários e representantes de empresas que sempre tiveram participação na Expocafé se reuniram na Associação Comercial para demonstrar a imprensa a sua insatisfação.

Inicialmente a UFLA (Universidade Federal de Lavras) era quem organizava a Expocafé. Depois houve a adesão da Cocatrel e Epamig. Mas por algumas divergências, a Cocatrel, uma das maiores cooperativas de café do Brasil, saiu da organização e ficou apenas com seu estande. E coube apenas a Epamig cuidar de toda estrutura.

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Adalindio, diretor da empresa TDI, também questionou a organização da Expocafé deste ano.

Para o diretor comercial da empresa Nova Era, Sávio Martins da Costa Garcia, há sim uma grande insatisfação com relação a forma como a Expocafé foi organizada esse ano. “Nós participamos enquanto Clube da Casa da Expocafé desde 2011. E a gente tem sentido uma enorme dificuldade para estarmos continuando a participar da feira, devido a sua falta de estrutura. Falta organização e a gente nem sabe a quem recorrer porque cada hora a feira está nas mãos de uma instituição. Vários parceiros, várias empresas deixaram de participar justamente por essa falta de estrutura”, comentou.

Em razão dessas reclamações, alguns empresários procuraram o presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas, Michel Renan Simão Castro, para que ele levasse até a organização da Expocafé, da qual ele faz parte de um conselho, as reclamações das empresas que estão ficando de fora.

“A Expocafé é muito importante pra cidade, pro comércio e pra população de uma forma geral”, concluiu.

Michel Renan ouviu as reclamações e também falou sobre o tema:

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“A Expocafé é a maior feira comercial do Município. A Festa do Padre Victor não é comercial. E assim a Expocafé tem uma grande importância. E hoje em dia, devido a crise, nenhum município e especificamente Três Pontas não está em condição de perder nada, muito pelo contrário, precisa ganhar. E essa descontinuidade de critérios da organização da Expocafé, onde cada ano é feita de uma maneira diferente, tem trazido prejuízos enormes para a feira. Muitos empresários deixaram de ser expositores devido a falta de planejamento dos organizadores.

A feira precisa mudar os seus critérios em relação a sua administração. Precisa ter um caráter comercial. O intuito principal da feira é a parte econômica e se o expositor que, supostamente, paga caro pra estar ali, não tiver retorno financeiro e não desfrutar de bom atendimento, conforto e sentir uma boa organização ele não voltará. Esses critérios da Expocafé não podem ser colocados de forma forçada. Deveriam escutar a Cocatrel e saber porque ela ficou de fora. O mesmo com a Prefeitura Municipal. E já deveriam planejar desde agora tudo para o ano que vem”, pontuou o presidente da Acai-TP.

Conforme Michel Renan muitas reuniões da comissão gestora da Expocafé estavam sendo marcadas em cima da hora, sem qualquer critério e deixando assim muita gente de fora, gerando grande descontentamento.

Há a possibilidade de que a Cocatrel faça sua feira em setembro. A dúvida é se duas feiras acabariam trazendo benefícios ou prejuízos. Dividir  ao invés de somar. O fato, segundo os participantes dessa reunião, é que algo urgente precisa ser feito na Expocafé para evitar um mal maior, não somente em relação a sua retração, mas até no fim de suas edições nos próximos anos.

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