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ELEIÇÕES Logo reportagem

As eleições em Três Pontas sempre foram ardidas, apimentadas. Embora a cidade seja de interior e até pouco tempo atrás apresentasse um clima bucólico de tranquilidde, em épocas de corrida eleitoral municipal as coisas sempre ferveram, saíram dos trilhos. E para este ano, tudo indica, as coisas piorarão drasticamente, já que o pleito poderá ter, em lados opostos, dois irmãos que, todos sabem, são mais que adversários políticos. É como a Faixa de Gaza, de um lado os judeus e do outro os palestinos.

Três Pontas nos últimos 20 anos assistiu dois grupos políticos se alternando no poder. De um lado os apadrinhados pelo ex-senador Clésio Andrade e agora pelo deputado Diego Andrade; e de outro os opositores aos “Andrade” liderados pelo atual prefeito Paulo Luís Rabello que, apesar de estar do outro lado da moeda, venceu a primeira eleição à Prefeitura justamente apoiado por Clésio, marido da ex-prefeita Adriene Barbosa de Faria Andrade.

Quando um está no poder o outro grupo é oposição ferrenha. E muitas vezes extrapola os limites da ética, da competição saudável e da moralidade. Acusações pessoais, pesadas, que atingem toda família estão sempre pipocando. Postagens não assinadas, panfletos apócrifos cheios de maldade e ódio jogados nas madrugadas. Sempre foi assim. Esse perfil é comentado em outras cidades. “Nossa lá em Três Pontas a política é pesada, coisa de coronelismo. Ninguém quer largar o osso. Quem sai quer voltar e quem está quer se manter, custe o que custar. E diante dessa briga de EGO quem sempre perde é a cidade”, me disse um deputado famoso na região.

E agora tudo tende a chegar num patamar de guerra mesmo, declarada e viril. Tudo caminha para termos de um lado o atual prefeito Paulo Luís Rabello disputando sua reeleição e de outro, talvez na função de vice do Dr. Luiz Roberto, seu irmão de sangue, Dr. Francisco Eustáquio Rabello. Ou seja, uma conhecida briga de família ganhando as ruas, vielas, becos e esquinas da cidade, uma lavação de roupa suja em público. Algo perigoso e triste. Uma granada prestes a explodir, transformando Três Pontas durante o pleito eleitoral numa verdadeira Faixa de Gaza, isolando e confrontado dois grupos, dois irmãos, uma mesma família, apenas pela busca do poder. É o mesmo sangue que jorrará. E certamente a cidade, seu povo e suas necessidades não estarão de fato em primeiro plano.

Até para escrever essa crônica me senti pisando em ovos. Desconfortável. Porque admiro a pessoa do prefeito Paulo Luís, admirava o Dr. Francisco Eustáquio enquanto Superintendente da Polícia Civil, sou muito amigo dos irmãos Sóter e Sócrates (Sotinha) e ainda das irmãs. É chato meter a colher na família dos outros. Mas como se trata dos rumos de Três Pontas os limites da fronteira foram quebrados e não por mim, por eles próprios.

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O Prefeito Paulo Luís Rabello e seu irmão, adversário político, Dr. Francisco Eustáquio.

O PMDB confirmou hoje domingo (24) em sua convenção municipal que Francisco Eustáquio Rabello é o nome do partido para, possivelmente, formar chapa com Luiz Roberto, contra seu irmão Paulo Luis Rabello. Será que o melhor para Três Pontas que clama por mais saúde, educação, segurança e emprego é assistir de camarote essa propagação de uma briga familiar? E como ficam os demais membros dessa família decente e que muito já fez pela cidade?

Isso sem falar na memória do pai de Paulo e Francisco. Saudoso Antônio Astrogildo Rabello, um homem íntegro, que trabalhou por décadas em seu cartório e que deixou um nome limpo e uma memória ilibada.

Sem esquecer de Dona Rogéria Mesquita Rabello, também saudosa, responsável direta pela beatificação de Padre Victor, tia dos irmãos e adversários políticos.

Como ficará essa família? Como serão essas eleições? Será a mais baixa da recente história trespontana? Como ficam as pessoas dessa terra que clamam por socorro, ações e investimentos. Não só promessas de campanha, mas o cumprimento de tudo que se prometerá, por todas as bocas, do mesmo sangue ou não.

Não está na hora de uma grande mudança,uma grande limpeza na nossa política?

Se a briga dos Rabello se confirmar nas urnas, se a disputa entre dois irmãos tão grandes e tão distantes acontecer, sai de baixo. De fato poderemos assistir os horrores apresentados como naquela Faixa de Gaza. A guerra vem aí…

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