Como em todos os lares, pudemos vivenciar, ao longo de nossas vidas, momentos felizes, assim como os tristes, mas de qualquer forma, a presença de nossos pais tornava a vida um fardo mais leve e alegre.
Vagando no tempo e no espaço, podemos recordar nossos primeiros madrugais, nossos primeiros sonhos, nossas saídas, e, a certeza da volta, para um lar pobre, mas decente e abençoado por Deus. Como era bom aqueles tempos, como é bom saber que eles existiram.
Nas madrugadas, junto de meus irmãos, fazíamos reuniões inocentes e intermináveis, trocando vivências e buscando o conforto na experiência individual, na certeza de que o futuro nos aguardava, o que nos levava a viver um presente solidificado no amor fraterno e na obediência aos ensinamentos de nossos pais.
O corredor de nossa casa, dentro das devidas proporções, parecia a Rua Augusta, em época de Natal, visto a agitação dos amigos e o constante ir e vir, na busca do melhor caminho.
Éramos, na verdade, uma fábrica de sonhos, que se transformava em uma família fraterna e paternal, cujo ponto central, acontecia no almoço em dia de domingo.
Naqueles tempos, assistíamos o seriado “Bonanza”, que marcou profundamente, nossas vidas, assim como de todas as crianças e adolescentes.
Hoje, o mundo mudou, a realidade é outra, assim como nossos sonhos e nossas esperanças são outras, mas de qualquer forma o saudosismo permaneceu.
PERCEBEMOS QUE A CAÇA DOS SONHOS É MELHOR DO QUE A PRESA DA REALIDADE DOMADA.
Nosso pai, em outros tempos, dirigiu caminhão, mas o que realmente sabia fazer, e o fazia como ninguém, era dirigir a família, hoje em outra dimensão, nos deixou como maior presente e herança a estrada de nossas vidas toda asfaltada pela felicidade e certeza de que chegaremos aos nossos destinos.
Pensamos, sinceramente, que somos mais uma família, mas uma família do Brasil que deu certo, que galga, com paciência, os degraus da existência, que tenta atingir o alvo maior, que centraliza e se concretiza no amor, na fé e na esperança.
Se de um lado, a vida é uma continuidade evolutiva, de outro, envolvidos que estamos, nesse processo de crescimento vivencial, entendemos que nossos pais foram fundamentais neste crescimento, embora tenham partido para a eternidade, ficarão eternamente em nossos corações, domesticados que estão pela gratidão infinita.
PELO QUE SE VÊ LEITOR NÃO TENHO MOTIVO PARA APAGAR O PASSADO, APESAR DE VISLUMBRAR UM FUTURO IGUAL.
JUAREZ ALVARENGA
ADVOGADO E ESCRITOR
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