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  • POR DENTRO DO OUTUBRO ROSA: ENTENDA O MÊS DE CAMPANHAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

    POR DENTRO DO OUTUBRO ROSA: ENTENDA O MÊS DE CAMPANHAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

    Laços na cor rosa, monumentos importantes coloridos na mesma tonalidade, palestras, prática de corridas e outros exercícios físicos ao ar livre… É comum ver essas ações e simbolismos durante todo o mês de outubro. Mas você já parou para pensar o motivo de eles existirem? Para iniciar a série de reportagens sobre o combate ao câncer de mama, o Conexão Três Pontas resgata a história por trás do Outubro Rosa

    Começou o Outubro Rosa, mês de conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama, através de campanhas mundiais realizadas por diversas instituições, como hospitais e Organizações Não Governamentais (ONGs). O principal objetivo é incentivar o diagnóstico precoce, aumentando assim as chances de tratamento e cura.

    CORRIDA PELA CURA FOI CRIADA NO TEXAS, NOS ESTADOS UNIDOS

    Em 1982, a norte-americana Nancy Brinker criou a Susan G. Komen Breast Cancer Foundation, uma instituição pensada para cumprir uma promessa feita a sua irmã, Susan, que faleceu dois anos antes lutando contra o câncer de mama. No ano seguinte, a organização criou a primeira Corrida pela Cura em Dallas, no Texas, com cerca de 800 participantes.

    Quase 20 anos depois, em 2002, o instituto contabilizou aproximadamente 1,3 milhões de participantes em centenas de eventos da corrida não só nos EUA como também em outros dois países, de acordo com informações do site oficial da fundação.

    OUTUBRO ROSA AJUDOU A CONCRETIZAR AS AÇÕES NO MÊS DE OUTUBRO

    As iniciativas para conscientização sobre o câncer de mama durante o mês de outubro incentivaram novos projetos e, em 1997, foi criado o evento Pink October, com o objetivo de arrecadar fundos para a Geweke’s Caring for Women Foundation. De uma única corrida, o acontecimento foi expandido para oito novas atividades ao longo dos anos e passou a disponibilizar exames gratuitos e de baixo custo para a população. Pink October ajudou a difundir o costume de decorar os lugares dos eventos com enfeites na cor rosa.

    LAÇO COR-DE-ROSA VIROU SÍMBOLO DA LUTA CONTRA O CÂNCER DE MAMA

    Depois de ser diagnosticada com câncer de mama em 1984, Nancy Brinker ajudou a criar o primeiro mês de conscientização sobre a enfermidade em outubro de 1986 e deu continuidade às corridas pela erradicação da doença. Em 1991, ela distribuiu laços cor-de-rosa durante a Corrida pela Cura realizada na cidade de Nova York para todos os participantes e, a partir dali, o objeto virou símbolo da luta contra o câncer de mama.

    TRÊS PONTAS

    Em Três Pontas, a cada ano, muitas atividades são desenvolvidas por diversas empresas, e também pela Prefeitura Municipal de Três Pontas, através das Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social, e do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher.

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    Roger Campos

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  • PARLAMENTO JOVEM DISCUTE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM TRÊS PONTAS.

    PARLAMENTO JOVEM DISCUTE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM TRÊS PONTAS.

    Ação coordenada pelo vereador Maycon Machado revela jovens engajados e com futuro promissor.

    A Câmara Municipal de Três Pontas, através da Escola do Legislativo de Três Pontas-MG “Professora Maria Rogéria de Mesquita–Dona Rogéria”, realizou a Plenária Municipal do Parlamento Jovem-Minas de Três Pontas – Edição 2018, com o tema: Violência contra a Mulher. O evento aconteceu na noite da quinta-feira (12) a partir das 18h30 no Plenário da Câmara Municipal de Três Pontas.

    Jovens participantes do parlamento, pais, autoridades municipais e convidados acompanharam os trabalhos. A ex-vereadora Valéria Evangelista, responsável pela vinda do Parlamento Jovem para Três Pontas na legislatura anterior, participou como convidada de honra. Ela acompanhou os trabalhos ao lado do atual presidente do PJ local, o vereador Maycon Machado.

     

    Satisfeito com o andamento dos trabalhos, os temas apresentados pelos jovens trespontanos, cada vez mais antenados com as questões que envolvem a política e também sobre toda triste realidade dos números da violência contra a mulher, Maycon Machado falou sobre o evento:

    “Na quinta-feira ocorreu a plenária municipal do Parlamento Jovem de Três Pontas do qual sou presidente. Foi um sucesso! Orgulhoso dos jovens parlamentares de Três Pontas. Obrigado a todos os apoiadores e aqueles que realmente se importam com o futuro por meio da educação e dos jovens! Obrigado a todos pela presença e a imprensa que lá esteve”, escreveu em suas redes sociais.

    O que é Parlamento Jovem?

    O Parlamento Jovem de Minas é um Projeto realizado pela ALMG-Assembleia Legislativa de Minas Gerais, pela PUC-Minas e pelas Câmaras Municipais em parceria com as Escolas dos Legislativos e Instituições de Ensino; que tem como objetivo a formação política e cidadã de jovens estudantes dos ensinos médio, contribuindo para o interesse e participação democrática no Município e no Estado.

    Em Três Pontas o Parlamento Jovem foi introduzido pela ex-vereadora Valéria Evangelista e já há dois anos é presidido pelo vereador Maycon Machado. O Parlamento Jovem tem feito enorme sucesso, tanto que o número de jovens envolvido dobrou nesta edição. Eles ressaltam a liderança e o carinho que o legislador trespontano tem para com cada jovem e destacam ainda a competência na condução dos trabalhos, desenvolvendo neles a vontade de ajudar o Brasil através da consciência cidadã.

    Várias palestras foram realizadas este ano pelo Parlamento Jovem em Três Pontas, que serviram de base, de conhecimento, para a formulação de leis que foram apresentadas nesta quinta-feira durante o PJ na Câmara Municipal.

    A próxima etapa é regional e será realizada em Varginha. Na sequência ocorrerá a etapa estadual em Belo Horizonte.

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    Roger Campos

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  • Mulher publica foto com rosto ensanguentado para denunciar agressão do ex: ‘Cansei de me calar’

    Mulher publica foto com rosto ensanguentado para denunciar agressão do ex: ‘Cansei de me calar’

    Uma moradora de Araçariguama (SP) usou as redes sociais para denunciar uma agressão que teria sofrido do ex-marido. Jackeline Mota, de 31 anos, postou em seu perfil no Facebook uma foto em que aparece com o rosto ensanguentado. Na postagem ela diz que teve o nariz quebrado pelo ex.

    A foto recebeu centenas de reações e compartilhamentos. Jackeline relata que foi agredida pelo ex, Carlos Henrique Evangelista de Oliveira, na frente dos filhos porque ele descobriu que ela estava namorando.

    “Cansei de me calar. Estou aqui na UBS para quem quiser ver. Meu ex-marido acabou de quebrar meu nariz”, escreveu.

    Após a repercussão do post, Jackeline fez outra publicação em que contou mais detalhes sobre a relação com o ex-marido e disse que apanhou durante 11 anos.

    “Vocês acham que eu gostava de apanhar? Vocês acham que eu era feliz sendo traída e ofendida com os piores nomes possíveis?”, questionou.

    Ela disse que tentou por fim ao relacionamento antes, mas nunca conseguia. “Por várias vezes tentei me separar, mas aí a perseguição era tanta, e não atingia só a mim, era meu trabalho, minha família… Diante das perseguições eu acabava voltando, até que depois de 11 anos encontrei forças em Deus pra criar coragem e sair daquela situação.”

    “Poderia escrever um livro com história de terror com tudo o que eu passei”, disse.

    Por fim, ela deixou um alerta para as mulheres que vivem em um relacionamento abusivo: “Mulheres, não se calem. Não tenham medo. Se o medo for da morte, entendam que vocês que vivem uma situação destas dentro de casa estão com a alma morta em um corpo que apenas existe, não vive.”

    Jackeline registrou um boletim de ocorrência sobre a agressão. Após passar pela Unidade de Pronto Atendimento de Araçariguama ela aguarda vaga para fazer uma cirurgia no Centro Hospitalar de Sorocaba (CHS).

    Carlos Henrique, apontado na postagem como autor das agressões, é assessor de um vereador da cidade.

    Fonte G1

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    Roger Campos

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  • BOA NOTÍCIA: Publicadas duas leis para combate à violência contra a mulher

    BOA NOTÍCIA: Publicadas duas leis para combate à violência contra a mulher

    Duas leis para o combate à violência contra a mulher foram publicadas sem vetos no Diário Oficial da União desta quarta-feira (4): uma para criminalizar a divulgação de mensagens misóginas pela internet, e outra para tornar crime o descumprimento de medidas protetivas determinadas pela Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).

    Lei 13.642/2018 (originada do PLC 186/2017) delega à Polícia Federal a atribuição de investigar crimes associados à divulgação de mensagens de conteúdo misógino (propagam ódio ou aversão às mulheres) pela internet.

    O projeto é da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e altera a Lei 10.446/2002, sobre a atuação da Polícia Federal. O texto recebeu em Plenário parecer favorável da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

    Para a senadora, a investigação dos crimes relacionados à misoginia por meio da Internet deve ter máxima prioridade, principalmente pela rápida propagação das informações na rede. Além disso, ela considera que a PF, por ser uma força policial mais bem estruturada, conseguiria eficiência maior e celeridade nas investigações.

    Ao atribuir a investigação desses crimes à Polícia Federal, o projeto, agora transformado em lei, tem o objetivo de coibir a ocorrência de casos como o da ativista feminista Lola Aronovich, professora de Literatura em Língua Inglesa na Universidade Federal do Ceará (UFC) e autora do blog Escreva Lola Escreva. Ela foi vítima de ataques e ameaças online há algum tempo, sem que a polícia conseguisse identificar os responsáveis.

    Medidas protetivas

    Foi publicada também a Lei 13.641/2018 (originada do PLC 4/2016), que torna crime o descumprimento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para proteger mulheres vítimas de algum tipo de violência doméstica ou familiar.

    As medidas protetivas podem ser impostas por juízes para proteger mulheres vítimas de algum tipo de violência doméstica ou familiar. Seu objetivo é afastar o agressor do lar ou do local de convivência com a mulher.

    O texto estabelece pena de detenção de três meses a dois anos para quem desobedecer a decisão judicial nesse sentido. Normalmente, o juiz fixa uma distância mínima a ser mantida pelo agressor em relação à vítima. Outra medida protetiva é a suspensão ou restrição ao direito de o agressor portar armas, caso ele disponha dessa licença.

    Divergências

    Como os juízes costumavam divergir em relação às medidas protetivas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pacificar esse entendimento concluindo que o descumprimento de medida protetiva não é conduta penal tipificada. Assim, seu descumprimento não caracterizaria crime de desobediência a ordem judicial. Isso impediria, na prática, a prisão em flagrante do agressor que, por exemplo, contrariasse decisão judicial para se manter distante da vítima.

    A relatora do projeto que originou a lei, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), explicou que, diante da situação, seria necessário aguardar “o acionamento e a atuação da nossa já sobrecarregada justiça para fazer cessar a conduta desobediente”. Vanessa considerou ser desejável que as situações de violência doméstica contra a mulher sejam “repreendidas com celeridade e veemência, sob pena de a demora ensejar violência ainda maior”.

    Os PLC 186/2017 e 4/2016 foram aprovados pelo Senado no último dia 7, como parte da pauta apresentada pela bancada feminina ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

    Fonte: Agência Senado

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  • ATÉ QUANDO? A cada 7,2 segundos, uma mulher é vítima de violência física.

    ATÉ QUANDO? A cada 7,2 segundos, uma mulher é vítima de violência física.

    A cada 3 universitárias no Brasil já sofreram algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física).

    Recentemente professores foram violentamente agredidos em São Paulo, sendo a maioria, mulheres. No Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco do PSOL foi executada. O mês de março que se encerra agora traz à tona uma série de reflexões sobre a violência à mulher no Brasil.

    Sobre a violência sexual

    Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2015, o país registrou 1 estupro a cada 11 minutos. Não existem dados concretos, a violência contra mulheres está baseada em estimativas. Aproximadamente 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. E esse crime, na maioria dos casos, é cometido por homens próximos.

    De acordo com dados obtidos pela Folha de S. Paulo, foi publicado que em 2016, em média ocorriam 10 estupros coletivos, notificados diariamente no país. Este não é um número definitivo, porque 30% dos municípios não fornece esses dados ao Ministério. Segundo dados obtidos pelo Estadão, no Metrô de São Paulo são registrados 4 casos de assédio sexual por semana.

    Sobre a violência doméstica e feminicídio

    Segundo dados do Instituto Maria da Penha, a cada 7,2 segundos, uma mulher é vítima de violência física. Em 2013, 13 mulheres morreram todos os dias vítimas de feminicídio, ou seja, foram assassinadas apenas por serem mulheres. Em 30% destes casos, essas mulheres foram mortas por parceiros. De acordo com a pesquisa Violência contra a mulher no ambiente universitário, realizada pela Avon em 2015, 2 em cada 3 universitárias no Brasil já sofreram algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física).

    E em 2018?

    Em estudo divulgado neste ano pelo portal Trocando Fraldas, 31% das mulheres já sofreram violência apenas por serem mulheres, sendo a faixa etária entre 40 e 44 anos a mais afetada, com 35%. Outro dado marcante desta pesquisa é o de que mulheres com filhos são mais prováveis de serem alvos de violência do que mulheres que ainda não são mães. A violência se mostrou uniforme em todas as regiões do país. O tipo de violência mais praticada é a moral que 3 a cada 5 mulheres viveram, seguida pela violência física e sexual, representando 32%, respectivamente. Estes dados só mostram o quanto há para se lutar em prol dos direitos femininos no Brasil.

    Fonte: Daiana Barasa – Assessoria de Comunicação / Portal Trocando Fraldas 

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  • 9 NA DISPUTA: QUEM SERÁ A RAINHA EXPOCAFÉ 2018 EM TRÊS PONTAS?

    9 NA DISPUTA: QUEM SERÁ A RAINHA EXPOCAFÉ 2018 EM TRÊS PONTAS?

    Acontece a partir desta quinta-feira (15) a 5ª edição do Concurso Rainha Expocafé em Três Pontas. O concurso organizado pela empresa Wofse Produções irá eleger dentre nove candidatas a mulher mais bela, que receberá o título máximo de rainha para atuar numa das feiras mais importantes do agronegócio café: a Expocafé. O concurso acontecerá até domingo (17).
    ___________________

    O concurso reúne candidatadas de dois estados brasileiros: Minas Gerais e São Paulo. Elas terão uma série de aqtividades e compromissos, como reuniões, visita a patrocinadores e um jantar de gala. No dia 17, as candidatas enfrentam três etapas, que serão julgadas por um corpo de jurados da área da beleza.

    A selecionada que somar mais pontos na entrevista e nos desfiles com trajes casuais, de gala e de banho será eleita Rainha da Expocafé e recebe um prêmio no valor de R$ 3 mil. A segunda colocada recebe R$ 2 mil e o título de Girl Coffee International. No terceiro e quarto lugares, as escolhidas recebem faixas e coroas, além do título de princesas.

    O evento ainda escolherá o Príncipe do Café, que recebe o título de embaixador da feira, ao lado da Rainha. A final do concurso acontece no bar Adega. Os convites custam R$ 15.

    1º Encontro das Mulheres do Café

    No dia 16, das 16h às 18h, no auditório da Cocatrel, acontecerá o 1º Encontro das Mulheres do Café Sul de Minas. Serão oferecidas palestras para as mulheres que trabalham na Expocafé. Quatro palestrantes farão parte do encontro que é aberto e gratuito para todas as mulheres da região.

    Maiores informações pelo telefone (35) 9 9149-2001.

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    Roger Campos

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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Em Minas, 17 mulheres morrem por dia vítimas de violência doméstica

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Em Minas, 17 mulheres morrem por dia vítimas de violência doméstica

    As ocorrências são de indignar, mas contrastam com a banalidade com que os crimes de violência contra a mulher são cometidos. Só em Minas, aproximadamente 17 mulheres são mortas por dia, segundo os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Em Três Pontas, diariamente, a Polícia Militar recebe chamadas de mulheres que estão apanhando física ou moralmente de alguém, principalmente dos companheiros ou dos filhos.

    Ainda segundo a pesquisa, o Estado ficou em segundo lugar no índice de mortes por este tipo de crime na região Sudeste do país, perdendo apenas para o Espírito Santo. Os números, que estão bem acima da média nacional, assustam e podem ainda ser bem maiores.

    Boa parte dos casos ainda fica fora dessas estatísticas. Muitas vezes as ocorrências nem chegam a ser registradas porque a vítima simplesmente não sabe o que pode acontecer com ela ao denunciar seu agressor. Outro problema é que, até no ano passado, não havia nenhuma especificação de crimes contra a mulher nos boletins de ocorrência da capital mineira, por exemplo. Isso é fundamental para contabilizar melhor essa situação.

    Segundo a delegada Margareth de Freitas, responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Mulher, ainda há muito medo por parte das vítimas em expor a agressão, e o agressor. “São vários o motivos que fazem com que essas mulheres optem por não denunciar os parceiros, principalmente, o fator econômico. Muitas mulheres, principalmente nas camadas sociais mais baixas, dependem financeiramente do companheiro e nunca trabalharam fora e, por isso, continuam sendo submetidas à violência, de forma silenciosa”, diz.

    Ainda segundo o estudo divulgado pelo Ipea, a maioria das vítimas é de jovens e negras. De acordo com Daniela Caldas, o motivo deste perfil é o fato de mulheres mais velhas, dificilmente, denunciarem as agressões. O fato de elas não entrarem na pesquisa, no entanto, não muda o fato de que as agressões acontecem em todas as idades. “Casos envolvendo idosas são ainda mais raros em estudos como esse do Ipea, já que essas mulheres foram todas criadas em uma sociedade fundamentalmente machista. Elas não pedem ajuda”, complementa a militante da defesa da mulher desde 2008. Daniele conta que a situação se complica ainda mais no interior do estado. “Muitas cidades não contam nem com delegacia, então falta de serviço especializado que possa atender ou oferecer algum tipo de suporte para as vítimas fora de Belo Horizonte e da região metropolitana”, denuncia.

    Dependência

    Mas esse, apesar de ser o fator mais forte para a propagação da violência doméstica, ainda não é o único.  De acordo com a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e especialista no combate a discriminação de gênero, a maioria das brasileiras desenvolve uma dependência geral de seus parceiros, não só na parte financeira. “A aura em torno da ideia de família só aumenta a dificuldade para elas denunciarem atos maus tratos e romperem com relacionamentos frustrados”, esclarece.

    “Depois que a Lei Maria da Penha passou a valer em 2006 é difícil falar em desinformação. O homem sabe que pode acabar preso se agredir uma mulher. Mas a vulnerabilidade delas ainda existe. Leva, no mínimo, 48h para a polícia tomar alguma iniciativa após a denúncia”, complementa. A especialista conta que esse prazo legal acaba deixando a vítima fragilizada. “Na maioria dos casos, essas mulheres ainda convivem com a pessoa violenta e se tornam reféns do medo. É uma tensão psicológica muito grande”, avalia.

    “O caso de casais com filhos é ainda mais delicado, pois muitas vezes o agressor é afastado do lar ou a mulher que se afasta com os filhos. Desde que fique comprovado que o homem não seja violento com os filhos, a legislação não impede os direitos de guarda”, lembra a advogada. “Mesmo que o objetivo de muitas não seja o divórcio em si, as mulheres devem ter consciência de que é preciso denunciar as agressões no início, para estabelecer limites. É sempre importante lembrar que a violência não da ré. Ela não diminui, só aumenta, e o estresse pós-traumático pode ser muito pior”, alerta.

    A delegada  Margareth de Freitas endossa o alerta da especialista: “Já tive, aqui, um caso de uma mulher que demorou 20 anos para fazer a denúncia. O que acontece, é que a vítima acaba ficando presa em um círculo de violência, no qual, não consegue mais sair. A primeira agressão ocorre, o agressor pede para que a mulher não denuncie e promete nunca mais cometer o ato, ela aceita. Passado algum tempo, ele volta a agredir a mulher e o círculo de violência está formado. É preciso se reconhecer neste círculo e denunciar o agressor, seja ele o namorado, companheiro ou marido, o mais rápido possível”, diz.

    Feminicídio

    Muita gente não sabe, mas há um nome específico para quando a mulher, além de ser vítima da violência doméstica, acaba morrendo em decorrência do crime. É o chamado Feminicídio, caracterizado pelos conflitos de gênero, e ocorrem quando a mulher é assassinada, geralmente, pelo parceiro ou ex-parceiro. Esse tipo de crime costuma implicar situações de abuso, ameaças, intimidação e violência sexual.

    Onde denunciar

    Em Três Pontas não há Delegacia da Mulher. O principal órgão que investiga os casos de violência contra a mulher é a Delegacia da Polícia Civil. As denúncias podem ser feitas pelo 190 para a Polícia Militar. Infelizmente a maioria dos casos fica sem registro. Quando alguma mulher trespontana resolve ligar para a PM, logo depois, muitas das que chamam a Polícia Militar, acabam desistindo de levar o caso pra frente.

    Fonte o Tempo 
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    Roger Campos

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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Lei dá direito à cirurgia plástica reparadora para mulheres vítimas de violência

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Lei dá direito à cirurgia plástica reparadora para mulheres vítimas de violência

    Apesar do alto índice de violência contra a mulher no Brasil, o País ainda é um dos que mais oferecem proteção às vitimas desse tipo crime. E no ultimo dia de 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que reforçou a defesa das vítimas mais graves. A Lei 13.239, publicada no Diário Oficial da União, visa estabelecer a oferta e a realização de cirurgia plástica reparadora de sequelas físicas e estéticas causadas por atos de violência contra a mulher, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
     
    Segundo a lei, os hospitais e os centros de saúde pública, ao receberem vítimas de violência, deverão informar as mulheres sobre a possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparação das lesões comprovadas. A mulher vítima de violência grave que necessitar de cirurgia deverá procurar uma unidade que realize esse procedimento, portando o registro oficial de ocorrência da agressão.
     
    Ainda de acordo com o texto, o profissional que indicar a necessidade da cirurgia deve preparar um diagnóstico formal, encaminhando essa documentação ao responsável pela unidade de saúde para autorização. A lei também prevê penalidades para os gestores de hospital ou centro de saúde que não comunicar oficialmente a situação, impedindo o acesso da mulher ao atendimento, garantido por Lei.
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  • CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Elas vencem barreiras e ocupam profissões tipicamente masculinas

    CONEXÃO ESPECIAL MULHER: Elas vencem barreiras e ocupam profissões tipicamente masculinas

    As mulheres têm conquistado seu espaço no mercado de trabalho. Mas um espaço entre profissões antes dominadas apenas por homens. Existem profissionais como mecânica, açougueira, motorista de ônibus, segurança patrimonial ganhando espaço em todo Brasil. Elas possuem nome, rosto e uma trajetória marcada pela superação do preconceito, da desvalorização e até do assédio sexual.

    Elza Oliveira Guimarães, 50 anos, é uma dessas mulheres que escolheu uma profissão do padrão tipicamente masculina. Mas nada nem ninguém a fez mudar de ideia. Ela trabalha há 10 anos com balanceamento, troca de pneus e outros serviços mecânicos, e conserta cerca de 20 carros por dia. A conquistense tem formação em magistério e trabalhou em uma escola municipal da cidade, porém o seu sonho sempre foi ser mecânica. “Quando eu cheguei aqui, fazia outra atividade, mas sempre ficava observando os meninos trabalharem. Eles tiveram muita resistência em me aceitar, até brigaram. Alguns foram embora e falaram que aqui, na oficina, não era lugar pra mulher, e sim para homem. Eu respondia de imediato para eles, ‘não tem isso não, mulher também pode”.

    O caminho até a realização do seu sonho foi cheio de obstáculos e cercado por preconceito. Além das piadas diárias dos clientes, Elza se deparava ainda com atitudes machistas dos próprios colegas de trabalho. “Uma das coisas que me marcou foi eles querendo me ensinar errado só para eu não conseguir, e se faziam de desentendidos para não me explicar. Mas não deixei eles me vencerem não, continuei a observar e anotava tudo. E com pouco tempo aqui, já estava vendo os erros que eles cometiam, ia falar e eles achavam ruim”, relembra a mecânica.

    Outra historia de mulher desbravadora é a Flavia Andrade, 41 anos, motorista de transporte coletivo há oito anos. Bem humorada, ela não se vê em outro trabalho. “Ah, eu adoro isso aqui. Eu não me vejo fazendo outra coisa a não ser dirigindo um ônibus. Gosto de fazer minhas coisas em casa, porém não me vejo em outra profissão a não ser de motorista. Se precisar dirijo o dia inteiro, me sinto como se tivesse algum poder. Adoooooro (risos)”.

    Ela foi uma das primeiras mulheres a dirigir ônibus de transporte coletivo, e por ser mulher enfrentou diversos obstáculos. “O pessoal já se acostumou. Mas antes, no começo, falavam que por eu ser mulher não iria saber dirigir, que não ia conseguir. Duvidavam da minha capacidade, faziam descaso. Foram tantas coisas… Mas nunca desanimei do meu desejo, fiquei cinco anos sofrendo sozinha, só eu de mulher. Me sinto orgulhosa de ter começado a abrir a porta para outras mulheres que hoje são minhas colegas de trabalho”, relembra Flávia. Atualmente, das duas empresas de transporte coletivo que operam na sua cidade, Vitória da Conquista – BA, somente a empresa Vitória emprega mulheres como motoristas. O número aumentou desde a entrada de Flávia, subindo para três, mas, ainda assim, elas são uma minoria.

    As historias de Elza e Flávia, apesar de inspiradoras, são exceções, não é regra geral que uma mulher pode ser aquilo que quiser. Fatores históricos e culturais contribuem para essas diferenças entre os gêneros feminino e masculino. O trabalho laboral, que exige o raciocínio rápido, preciso e a força física, permanece atrelado ao homem, enquanto áreas ligadas ao “cuidar” continuam sendo ocupados pelas mulheres.

    Segundo professora do Curso de Ciências Econômicas da UESB e Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Política e Sociedade (NETPS/UESB), Andréa Braz da Costa,  a “divisão sexual do trabalho baseia-se na divisão de funções diferentes para homens e mulheres, em que situa na esfera da produção o lugar do homem e na esfera da reprodução o lugar da mulher”. Segundo ela, “nessa lógica também se pode identificar uma hierarquização no qual o trabalho do homem se constitui o mais importante, subordinando, dessa forma, o trabalho feminino.”

    No mercado de trabalho também estão mulheres em áreas ditas masculinas por necessidade. É o caso de Esmeraldina Dias Machado, que foi a obrigada a entrar em um novo ramo profissional. Com apenas 23 anos, ela se tornou uma açougueira. “Na verdade, não fui eu quem quis, foi uma necessidade.” Hoje em dia está muito difícil arrumar emprego e o que eu arrumei nessa fase da minha vida foi o açougue, e o meu aprendizado foi na prática. Quando comecei, não conhecia nada, mas aí através do meu patrão fui apreendendo”, explica comenta.

    O trabalho dela é valorizado pelo patrão, já a clientela do açougue formada por homens costuma fazer piadas machistas. “Isso é comum por que eles acham que é uma profissão para os homens, e falam: ‘ah, ela é mulher não sabe de nada. Vai cortar a carne errada’. Mas acho que mesmo assim, nós, mulheres, devemos persistir porque eu vou muito por aquele ditado: a mulher deve estar onde ela quer estar”, afirma Esmeraldina confiante.

    Já Analice Teles desde criança admirou profissões que estiverem relacionadas à segurança. Almejando encontrar trabalhos que fossem dessa área, ela fez um curso básico de segurança e, hoje, conta com orgulho as vitórias. “Fui a primeira segurança patrimonial a ser convocada pelo concurso municipal. De 40 pessoas, fui a única mulher, e depois de alguns meses, convocaram outras. Há pouca participação das mulheres nos cursos e na área de atuação.”

    Como as demais mulheres Analice também já foi muito questionada sobre a escolha da profissão e o seu talento para a profissão. “No início, alguns falaram que a é mulher sexo frágil, que não tem capacidade para defender o patrimônio, perguntavam como eu tinha coragem de exercer essa profissão masculina, e ainda diziam que eu iria perder a minha feminilidade. Só que eu consegui surpreender a todos eles. Hoje, sou admirada pela minha coragem de estar exercendo um papel que é desenvolvido mais pelos homens”.

    Mesmo presente em espaços profissionais tipicamente masculinos, ainda, é visível a desvalorização da atividade desempenhada pela mulher em comparação ao homem. “Evidentemente, as conquistas dos trabalhadores ocorrem ao longo de tempo (de séculos), mas não de modo completo e homogêneo no mundo, e nessa trajetória, seguramente, embora tenha obtido conquistas, não podemos falar de igualdade no mercado de trabalho entre homens e mulheres”, analisa a professora Andrea.

    Além da capacidade profissional posta à prova em ambientes predominantemente masculinos, muitas trabalhadoras ainda têm que lidar com o assédio dos homens. Aline do Nascimento Santos, frentista em um posto de gasolina, relata que a função que desempenha não é difícil, o complicado mesmo é lidar com o assédio sexual diário. “Todo dia, toda hora, sofro com o assédio. Me pedem o whatsapp, o número do telefone, fazem piadinhas, oferecem carona, me dão dinheiro. Acho que eles deviam respeitar mais o meu trabalho. Isso é o que me chateia hoje no meu trabalho. Meus colegas me respeitam e até me defendem desses abusos dos clientes”.

    Pedreira viraliza na internet

    Inspirada pelo pai, Jéssica Mayra Barbosa dos Santos, 23 anos, que mora na cidade de São Paulo, começou a aprender os ofícios da profissão de pedreiro muito nova, aos 13 anos. Interessada em arranjar dinheiro para um novo par de tênis, ela conseguiu o seu primeiro trabalho como pedreira. A partir daí, ela não parou mais. “As pessoas sempre falam porque eu não procuro um serviço mais leve. Mas eu gosto de trabalhar como pedreira, é uma coisa que me relaxa e que eu gosto de me envolver”.

    Apesar da realização profissional ao exercer a profissão escolhida, Jéssica diz que sofre questionamentos e dúvidas frequentes sobre a qualidade do seu trabalho. “Têm pessoas que acham diferente e querem conhecer mais, outras, ficam olhando você trabalhar para ver se vai fazer certinho.”

    Para além dos comentários acerca de sua escolha profissional, após divulgar um vídeo na internet no qual ultrapassou a marca de 45 milhões de visualizações, a pedreira passou a enfrentar situações desagradáveis em sua rede social. “Depois que o meu vídeo viralizou, um ou dois caras tentaram desvalorizar meu trabalho falando que eu queria fama. Porém, eu só coloquei o vídeo trabalhando, não procurei nada demais”.

    A pedreira ressalta como é importante essa transformação no campo profissional e de como a divulgação do seu trabalho pode ajudar outras mulheres. “Acho legal que o cenário está mudando, porque aí quebra esse tabu de que mulher não pode trabalhar com isso, ou de homens que têm preconceito. Antes tinham profissões que a mulher não se encaixavam e, hoje, se encaixam. Então, com meu vídeo, muitas mulheres se identificaram e buscaram força para trabalhar com isso. É uma profissão como qualquer outra, como tem policial homem tem policial mulher, jogador e jogadora.  Então é legal todo mundo ter essa noção das coisas e do trabalho, e de que você também pode ser uma pedreira.”

    Para Jessica: “o importante na vida profissional é o trabalho ser digno, e você estar se sentindo bem. Não adianta eu trabalhar em um escritório, no shopping, se eu não me sentir bem, eu trabalho com isso porque eu gosto. Erga a cabeça e não ligue para o preconceito, o importante é saber quem você é e onde quer chegar”.

    Elza, Jéssica, Flávia, Esmeraldina, Aline e tantas outras espalhadas pelo Brasil servem de motivação para outras mulheres que querem trabalhar em áreas em que há predominância masculina. A desconstrução do preconceito, da diferenciação de gênero e salário exige persistência e a luta constante das mulheres para vencer essas barreiras no mercado de trabalho, algo que já uma realidade, como demonstraram as entrevistadas da reportagem.

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    Roger Campos

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  • ESPECIAL CONEXÃO MULHER: Duas mulheres querem derrubar tabus com sua ‘Pussypedia’

    ESPECIAL CONEXÃO MULHER: Duas mulheres querem derrubar tabus com sua ‘Pussypedia’

    Duas mulheres, uma jornalista americana e uma artista gráfica mexicana, vão se lançar à tarefa de construir um site denominado “Pussypedia” para derrubar tabus em torno dos genitais e da sexualidade feminina e empoderar as mulheres com um melhor conhecimento de seus corpos.
    “Começamos este projeto porque nos demos conta de que nós mulheres às vezes não sabemos o que acontece com nosso corpo, e com a Pussypedia vamos abarcar todos os temas da vulva”, diz à AFP María Conejo, de 30 anos, que estudou design.

    Zoe Mendelson, jornalista de 27 anos, natural de Chicago e residente no México há três anos, explica que elas já têm uma lista de 200 a 250 artigos para o site, que pretendem lançar no início de 2019.

    “Queremos que estejam escritos de forma amigável para que todas os entendam”, diz Conejo.

    Na construção deste site também participa Jackie Jahn, dos Estados Unidos, especialista em saúde pública e gênero e estudante de doutorado da Universidade de Harvard.

    Para reunir fundos para o projeto, suas promotoras, que se declaram feministas, abriram o site pussypedia.net, em que vendem diferentes produtos, como bolsas, camisetas e imagens em serigrafia.

    A loja digital explica o objetivo da Pussypedia: “uma enciclopédia da pussy, bilíngue (em espanhol e inglês) e gratuita, feita para que você a entenda”.

    Com este projeto em construção, buscam derrubar alguns mitos.

    “Dizem que o esperma mais rápido e mais forte é que fecunda o óvulo, como se dissesse ‘eu ganhei’. Na verdade é o óvulo que decide qual deixa entrar”, diz Mendelson.

    “A Pussypedia também busca empoderar as mulheres através do conhecimento de seus corpos, que sejam donas de seus corpos”, acrescenta Conejo.

    Elas também trabalham em um artigo sobre a consciência que as mulheres devem tomar em relação aos limites que devem estabelecer em torno ao seu corpo, no momento em que se multiplicam as denúncias por assédio sexual.

    Conejo reconhece que nos últimos anos foram sendo derrubados alguns tabus sobre a sexualidade feminina, tema do qual já se pode conversar com mais conforto entre amigas, mas ainda é preciso percorrer um grande caminho para que as mulheres conheçam a fundo todos os aspectos de sua sexualidade.

    “No México, pela religião, pelo machismo, você não pode falar confortavelmente nem mesmo com a sua mãe. Por exemplo, quando você tem um problema de mau cheiro vaginal, você fica com o que diz a publicidade – se precisa de um banho, se deve cheirar de tal forma”.

    A Pussypedia estará dividida em diferentes categorias para abranger desde o início da menstruação até a menopausa, passando pelas doenças sexualmente transmissíveis e outros aspectos da sexualidade.

    O projeto também abordará temáticas relativas à comunidade transgênero, segundo suas promotoras.

    Fonte Pussypedia
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  • ESPECIAL CONEXÃO MULHER: Cultura da violência contra as mulheres está nas raízes do Brasil

    ESPECIAL CONEXÃO MULHER: Cultura da violência contra as mulheres está nas raízes do Brasil

    Ainda precisamos evidenciar o que é obvio e aceitar que somos um país violento, onde uma diversidade de discursos nos ajuda a construir essa imagem, essa autoimagem que nós temos, perpetuada pela literatura, pela arte e, mais recentemente, pela indústria cultural.

    É só refletir sobre comerciais de TV, anúncios de revistas, propagandas diversas. Quantos deles possuem a presença feminina e em quantos deles nós aparecemos como um produto, um corpo prestes a agradar? Isso mostra o quanto a violência simbólica e física contra a mulher na nossa sociedade é invisibilizada por um pacto de silêncio e como ele acaba por encobrir a misoginia e o machismo, protegendo inclusive agressores que permanecem impunes.

    O fato é que hoje os mitos que fundaram essa identidade sorridente, dançante e sensual afundaram-se em estatísticas aterrorizantes de estupros, feminicídios e tantas outras violências de gênero que nos golpeiam a cada dia, a cada vez que lemos jornais, vemos os noticiários ou acessamos as redes sociais.

    Quando analisamos a nossa história, desde o começo, conseguimos observar que fomos construídos sob a égide da violência, e uma violência de gênero, nesse caso específico, que pesou sobre nós mulheres, desde as primeiras índias violentadas pelos colonizadores, às negras trazidas da áfrica ou às sinhás e suas filhas, que viviam sob o jugo de seus maridos e pais, senhores de engenho e fazendeiros, os homens bons.

    É importante perceber que a mestiçagem americana desenvolveu-se associada a um forte componente sexual, fertilizado pela condição de uma ocupação eminentemente masculina, e à presença de corpos femininos nus das índias e das negras africanas, que raramente se ligavam a preceitos religiosos cristãos. Em pouco tempo, essas figuras foram associadas ao genuinamente nacional no século XIX e XX.

    A ideologia patriarcal que estruturava as relações sociais no Brasil Colônia dava aos homens poder irrestrito sobre as mulheres, algo que justificava atos de violência cometidos por pais e maridos. Isso disseminou entre os homens, de uma forma geral, um sentimento de posse sobre o corpo feminino, atrelado à ideia de honra masculina. Cabia aos homens disciplinar e controlar os corpos femininos para garantir a ordem.

    O Código Filipino, a legislação do período colonial que permaneceu até o século XIX, por exemplo, permitia que o marido assassinasse a esposa em caso de adultério. Era facultativo a pais e maridos o enclausuramento forçado das esposas e filhas, ou recolhimentos em ordens religiosas e sanatórios.


    Já o Código Criminal do Império definia como crime sexual o agravo cometido a “mulheres honestas”, um termo que constou no Código Penal de 1940, em vigor até 2003. Nascia assim, no Brasil, o lar como um lugar privilegiado para a prática da violência contra a mulher. Dados do IPEA em 2014 apontam que 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima.

    No século XIX, o Brasil passou por um processo civilizatório e higienizador, onde as mulheres pobres foram duramente atingidas, tanto pela violência do Estado, quanto pela violência já normalizada por seus companheiros. Muitas delas, descendentes de escravos alforriados que migraram para as cidades em crescimento, trabalhavam em casa (como cozinheiras, lavadeiras) e sustentavam as famílias.

    Eram mulheres que tinham relevância econômica dentro daquele contexto e foram as mais afetadas pela urbanização das grandes cidades. Como boa parte delas sustentava suas famílias, com a derrubada dos cortiços, elas foram as mais atingidas, pois tinham seus afazeres atrelados à própria moradia. Muitas foram para as ruas, acentuando a repressão policial, além da violência conjugal.

    Em paralelo a isso, no século XIX, a medicina social assegurava como características biológicas femininas a fragilidade, o recato, o predomínio das faculdades afetivas sobre as intelectuais, a subordinação da sexualidade à vocação maternal. Em oposição, o homem conjugava à sua força física uma natureza autoritária, empreendedora, racional e uma sexualidade sem freios. (Nada muito diferente do que muitos pensam ainda hoje).

    Lombroso, médico italiano do século XIX, argumentava que as leis do adultério só deveriam atingir a mulher não predisposta pela natureza para esse tipo de comportamento. Aquelas dotadas de erotismo intenso e forte inteligência seriam despidas do sentimento de maternidade, característica inata da mulher normal. As que não tinham essa característica eram consideradas extremante perigosas. Constituíram-se, assim, criminosas natas, as prostitutas e as loucas que deveriam ser afastadas do convívio social.

    A violência seria marcante então nesse processo de contenção e disciplinamento dos desejos. Torna-se bem evidente aqui que a violência surge da incapacidade de exercer poder irrestrito sobre a mulher. Ela é antes uma demonstração de fraqueza e impotência masculina do que de força e poder.

    Por isso, as violações em massa e o assassinato de mulheres, garotas e meninas foi uma característica comum das guerras genocidas, ou de qualquer ação destinada a subjugar e explorar uma população. O controle das mulheres e seus descendentes foi a base de todo regime repressivo em nossa sociedade.

    Apenas no século XX, com a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o questionamento do lugar de subalternidade, algumas mudanças começam a ocorrer.


    A Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento econômico possibilitaram que se aproveitasse uma “mão de obra parada”. Com a inserção das mulheres no mercado de trabalho pós-guerra, há uma virada nas regras e valores sociais (era necessário e urgente contar com a força de trabalho feminina), que conduzem à explosão do movimento feminista na Europa e EUA nos anos 1960 e no Brasil da década posterior.

    Muitos estudos começam a surgir hoje sobre a condição feminina no processo de urbanização brasileira entre os séculos XIX e XX, mas existem tão poucos documentos organizados que hoje a nossa maior fonte de pesquisa é a documentação policial e judiciária. Ela nos fornece material privilegiado para fazer vir à tona a contribuição feminina nesse processo histórico. Outro meio interessante de acompanhar as mudanças e permanências da condição feminina é pelo que era veiculado na imprensa.

    Um dos primeiros casos que encontramos, está em “O Correio de São Paulo” de 11 de setembro de 1905 e ficou conhecido como “A Rainha do Baile”. Joana Maria Ramos foi esfaqueada na saída de uma gafieira. A vítima foi descrita como “uma dengosa mulata, abundante de formas e de seduções, metida vaidosamente em seu vestido vermelho, com um farto decote e um ramalhete de cravos no bandó engruvinhado.”

    Existem vários outros casos midiáticos no país: Lindomar Castilho, “O assassino romântico” de Eliana de Gramond; Sandra Gomide, em 2000, assassinada por Pimenta Neves; Eloá, menina de 15 anos, assassinada pelo namorado; Eliza Samudio, morta por Bruno, goleiro do Flamengo; o caso de Mirella Sena, em 2017, no Recife.

    A violência é estrutural e precisa ser combatida não só por leis e em momentos de intensos debates, mas principalmente indo na raiz do problema, focando no desenvolvimento de cidadãos conscientes em relação à igualdade de gênero e nos processos de socialização.

    A educação pode formar sujeitos que constroem relações mais igualitárias. É imprescindível, por exemplo, discutir gênero e sexualidade nas escolas. Uma educação não sexista que educa seres humanos, e não ‘princesas’ e ‘heróis’, é fundamental para enfrentar o problema da violência de gênero. No fim, fica uma pergunta simples. Por que a civilização se construiu com a ideia de que somos seres de segunda classe?

    Para essa resposta, é fundamental entender o papel que as masculinidades e feminilidades (comportamentos tidos como “naturais” entre os gêneros) cumprem na reprodução da violência. Porque, embora as normas sociais sejam internalizadas em nós desde que nascemos, elas mudam historicamente e podem e devem ser questionadas se trazem resultados negativos.

    É urgente combater os retrocessos. Nossa sociedade é composta por discursos, movimentos sorrateiros, ameaças simbólicas imperceptíveis, que constroem esse edifício degrau por degrau, e é preciso estar atento, forte e combativo. Só existe uma possibilidade de mudança: nos perguntar sempre sobre quem se beneficia da cultura da violência contra nós mulheres.

    Fonte: Vermelho

    *Naymme Moraes é historiadora e doutoranda em Sociologia pela UFPE.

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  • ESPECIAL CONEXÃO MULHER: “Sofri um estupro coletivo no dia do meu casamento”

    ESPECIAL CONEXÃO MULHER: “Sofri um estupro coletivo no dia do meu casamento”

    Quando a queniana Terry Gobanga – então Terry Apudo – não apareceu no dia do seu casamento, ninguém poderia imaginar que ela havia sido sequestrada, estuprada e deixada à beira da morte no acostamento de uma estrada. Foi a primeira das duas tragédias a atingi-la. Mas ela sobreviveu. Veja abaixo o seu depoimento:

    “Seria um grande casamento. Era pastora, então, todos os membros da nossa igreja haviam sido convidados, assim como nossos parentes. Harry, meu noivo, e eu estávamos muito ansiosos – afinal, nos casaríamos na Catedral de Todos os Santos de Nairóbi (capital do Quênia) e eu havia alugado um lindo vestido. 

    Mas na noite anterior ao casamento, percebei que algumas das roupas de Harry estavam comigo, incluindo sua gravata. Ele não poderia se casar sem ela, então, uma amiga que havia passado a noite na minha casa se ofereceu a levá-la para ele logo de manhã. Acordamos durante a madrugada e eu a levei até o ponto de ônibus. 

    Quando estava voltando para casa, passei por um homem que estava sentado no capô de um carro. De repente, ele me segurou por trás e me jogou no banco traseiro. Havia mais dois homens dentro do veículo, que partiu. 

    Tudo aconteceu numa fração de segundos. 


    Um pano foi enfiado na minha boca. Chutava, me debatia e tentava gritar. Quando consegui me livrar da mordaça, gritei: “É o dia do meu casamento!” Foi quando levei o primeiro soco. Um dos homens me disse para “cooperar ou eu morreria”.

    Os homens se revezaram para me estuprar. Sabia que ia morrer, mas estava lutando por minha vida, então quando um dos homens tirou o pano da minha boca, mordi o pênis dele. Ele gritou de dor e outro me esfaqueou na altura do meu estômago. Então, eles abriram a porta e me jogaram para fora do carro em movimento. 

    Estava a quilômetros de casa, fora de Nairóbi. Mais de seis horas se passaram desde que havia sido sequestrada. 

    Uma criança me viu sendo lançada para fora do carro e chamou sua avó. As pessoas vieram correndo. Quando a polícia chegou para verificar minha pulsação, ninguém conseguiu. Pensaram que estava morta, me envolveram num lençol e começaram a me levar ao necrotério. Mas, no caminho, engasguei e tossi. O policial me perguntou: “Você está viva?” Então, ele deu meia volta e me levou ao maior hospital público do Quênia”.

    Foto: BBC Brasil

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