O Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Dr. Eduardo Brum, concedeu a liminar em favor do ex-servidor Ralph Duarte Funchal, acusado de envolvimento no desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Três Pontas.

De acordo com as informações apuradas pelo Conexão, foi pedido o Habeas Corpus em seu favor e hoje (14) foi concedida a liminar que garantiu a libertação do ex-servidor. Ralph agora terá que cumprir algumas medidas cautelares e responderá o processo em liberdade.

Dentre as medidas cautelares, nos foi passado que ele não poderá se comunicar com os outros acusados, não poderá se ausentar do município sem aviso prévio, não poderá frequentar a Prefeitura Municipal e seus departamentos ou setores.

O ex-servidor da PMTP inicialmente foi defendido pelo advogado Dr. Dalton Braga e desde o último dia 07 de junho passou a ser representado pelo Dr. Gabriel Ferreira.

Ralph Funchal era Chefe de Assuntos Administrativos na Prefeitura Municipal de Três Pontas na administração do então prefeito Dr. Luiz Roberto Dias – o gestor renunciou ao cargo.

Para o Ministério Público, acredita-se que Ralph tinha informações sobre o esquema criminoso, fazia parte da negociação fraudulenta e era uma espécie de “vigia” para que os desvios não fossem descobertos.

Ralph deixou o Presídio de Três Pontas por volta das 19 horas e foi recebido pelos familiares e amigos.

Sobre os outros acusados que permanecem presos, Dr. Dalton Braga revelou ao Conexão que os advogados que os defendem entraram com pedidos de Habeas Corpus, com exceção do Dr. Francisco Braga Filho que deverá impetrar o pedido em favor de seu cliente, Gileno Marinho, nesta sexta-feira (15).

Continuam presos: o ex Secretário de Transportes e Obras José Gileno Marinho, o ex-Secretário de Fazenda Roberto Barros de Andrade e o ex-Tesoureiro Nicésio Campos Silva.

RELEMBRE O CASO

A Operação “Trem Fantasma” foi iniciada há quatro meses. A partir da representação feita ao Ministério Público pelo vereador Roberto Donizetti Cardoso (PP) foram instalados procedimentos cíveis e criminais para dar início à apuração de eventuais fraudes na execução de contratos firmados para fornecimento de peças e combustíveis à Prefeitura local.

A hipótese é que 12 veículos e máquinas pertencentes à frota do município “receberam peças e combustíveis”, mesmo estando em desuso. O suposto golpe teria sido aplicado em 2017 e também neste ano.

Na terça-feira (15 de maio), a Operação apreendeu computadores, documentos, celulares, quatro armas de fogo e munições e decretou a prisão temporária dos cinco investigados. Participaram da ação 37 policiais militares, oito promotores de Justiça, sete servidores do Ministério Público, 12 fiscais da Receita Estadual e um policial civil. A ação do MPMG aconteceu através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo Varginha, em conjunto com a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Três Pontas.