PROMOTORES REVELAM QUE OUTRAS PESSOAS CONTINUAM SENDO INVESTIGADAS E NÃO DESCARTAM PARTICIPAÇÃO DE OUTRAS SECRETARIAS E ATÉ OUTRAS PREFEITURAS.

O Ministério Público concedeu entrevista coletiva ao vivo na tarde desta segunda-feira (04) a partir das 14 horas. Respondendo perguntas dos jornalistas, os promotores Dr. Igor Serrano (Responsável pelo Gaeco), Dra. Ana Gabriela e Dr. Arthur Foster elencaram uma série de fatores que motivaram a denúncia contra sete pessoas. Apesar de não revelarem os nomes dos outros dois envolvidos, adiantaram que um é empresário e o outro também é servidor da Prefeitura Municipal.

Questionados pelo Conexão, os promotores disseram que o “esquema fraudulento” pode envolver outras prefeituras, como a de Santana da Vargem. “Nós não descartamos essa possibilidade e estamos investigando esse tema, inclusive a possível participação de outras secretarias”, pontuou Dra. Ana Gabriela.

O MP denunciou criminalmente sete pessoas pela prática de 24 crimes na Operação Trem Fantasma. A operação investiga fraudes em contratos para compra de peças e combustíveis na Prefeitura Municipal. A denúncia feita pelo MP, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), é baseada na prática de organização criminosa, embaraço às investigações, peculato, fraude em licitação e fraude na execução de contrato, entre outros.

Em maio, dois secretários municipais e três funcionários da Prefeitura de Três Pontas foram presos preventivamente. Dias depois, uma das coordenadoras da Guarda Civil Municipal também foi presa, suspeita de atrapalhar as investigações de um incêndio que atingiu a sede da Secretaria de Meio Ambiente. A polícia acredita que o incêndio tenha sido criminoso.

A OPERAÇÃO

A Operação “Trem Fantasma” foi iniciada há quatro meses. A partir da representação feita ao Ministério Público pelo vereador Roberto Donizetti Cardoso (PP) foram instalados procedimentos cíveis e criminais para dar início à apuração de eventuais fraudes na execução de contratos firmados para fornecimento de peças e combustíveis à Prefeitura local. A hipótese é que 12 veículos e máquinas pertencentes à frota do município “receberam peças e combustíveis”, mesmo estando em desuso. O suposto golpe teria sido aplicado em 2017 e também neste ano.

AS INVESTIGAÇÕES

No dia 15 de maio a Operação apreendeu computadores, documentos, celulares, quatro armas de fogo e munições e decretou a prisão temporária dos cinco investigados. Participaram da ação 37 policiais militares, oito promotores de Justiça, sete servidores do Ministério Público, 12 fiscais da Receita Estadual e um policial civil. A ação do MPMG aconteceu através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo Varginha, em conjunto com a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Três Pontas.

Dois dias depois os cinco servidores da Prefeitura de Três Pontas investigados foram ouvidos pelo Ministério Público da comarca local. Advogados, parentes, amigos, curiosos, imprensa, apoiadores e opositores à atual Administração se aglomeraram em frente à sede da Promotoria, no Centro da cidade, aguardando a chegada dos secretários José Gileno Marinho (Transportes e Obras) e Roberto Barros de Andrade (Fazenda). Também foram conduzidos para a oitiva os servidores públicos municipais Francisco Henrique de Araújo (chefe da Divisão Mat.Pat.Serv.Gerais) e Nicésio Campos Silva (chefe da Divisão de Tesouraria), além de Ralph Duarte Funchal que ocupa o cargo comissionado de chefe da Divisão de Apoio Administrativo.

Após prestarem os depoimentos, os investigados foram reconduzidos ao Presídio de Três Pontas onde cumprem prisão temporária desde terça-feira (15). No sábado (19) venceria o prazo legal da Prisão Temporária. Mas foi prorrogada por mais cinco dias, com exceção de Francisco Henrique, agora liberado. Também nesta sexta-feira (18), o então Prefeito Dr. Luiz Roberto Dias (que renunciou ao cargo dias atrás), segundo informações da Prefeitura Municipal, exonerou os cinco investigados. Sobre a prisão da coordenadora da Guarda Municipal a Prefeitura disse que não iria se manifestar.

A Polícia Civil de Três Pontas cumpriu um mandado de busca e apreensão numa residência na Rua Aziz Murad, no centro da cidade. Lá também foi dada voz de prisão contra a Guarda Civil Municipal Leonara Naves. A acusação contra ela é de que estaria dificultando as investigações e teria envolvimento com o incêndio na sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. As suspeitas seriam de que os documentos queimados eram provas de irregularidades que estão sendo investigadas na Operação “Trem Fantasma”.

Todos os investigados tiveram a prisão temporária revertida em preventiva e, caso seus advogados de defesa não consigam impetrar, ter aceitos os pedidos de Habeas Corpus, continuarão presos até o julgamento.
Veja o vídeo da entrevista coletiva desta segunda-feira (04):

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Roger Campos

Jornalista

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