A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, suspendeu a sessão plenária desta quarta-feira, 21, após troca de ofensas entre os ministros Luís Roberto Barroso e e Gilmar Mendes. Em meio a críticas de Gilmar a respeito do financiamento eleitoral por pessoas físicas, o ministro Barroso o interrompeu: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia”.
Barroso seguiu sua acusação ferrenha contra o colega de casa:
“É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Vossa excelência não consegue articular um argumento, fica procurando, já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas”, declarou Barroso durante a sessão, transmitida ao vivo pela TV Justiça.
Aparentando grande revolta, o Ministro Barroso disse mais:
” Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. é um absurdo vossa excelência aqui fazendo um comício”.
Gilmar Mendes rebateu:
“Sugiro que o senhor feche o seu escritório de advocacia”. Pouco depois, foi suspensa a sessão. No centro da sessão, estava a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5394, ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra dispositivo da Lei das Eleições (9.504/1997) que permite “doações ocultas” a candidatos. Gilmar Mendes foi interrompido enquanto criticava a mudança da legislação que barrou doações de empresas a candidatos, vigente desde as eleições de 2016.